Esta
manhã estivemos no perímetro de rega do Mira em São Teotónio para chamar a
atenção para dois problemas: uma violação de direitos humanos e um problema
ambiental.
Não
haver limite para aumentar as estufas destrói a paisagem e o ecossistema, cria
problemas de uso excessivo da água e de saúde pública, pelo uso de pesticidas.
Nada
contra que a atividade económica se desenvolva. Mas este descontrolo em pleno
parque natural é inaceitável.
Depois
temos um enorme problema de direitos humanos. O Governo acaba de autorizar a
construção de contentores para alojar trabalhadores, aos 16 por contentor, como
se fossem um utensílio agrícola. Como se imigrantes não tivessem direito a
habitação digna, à intimidade e vida familiar. São neste momento 11 mil
trabalhadores imigrantes e o número pode quadruplicar. Estas pessoas têm de ser
tratadas com dignidade. Caso contrário estamos a criar uma fratura social como
nunca tivemos em Portugal. Um estado democrático não pode aceitar isto. O
Governo tem de revogar a resolução do conselho de ministros que autorizou isto.
Tem de garantir a integração de imigrantes nas comunidades e fortalecimento dos
serviços públicos.
Muitas
áreas do Alentejo que estavam despovoadas, têm hoje gente a viver, e escolas a
funcionar graças aos trabalhadores imigrantes. Ainda bem. Fortaleçam-se os
serviços públicos locais para que acompanhem o aumento da população. Combatam-se
os guetos e permita-se a estes trabalhadores uma vida digna nas comunidades alentejanas.
(Catarina Martins)
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