Em 12 anos de existência, o corte do
fator de sustentabilidade [nas reformas antecipadas] multiplicou-se por 27!
(…)
A eliminação de alguns cortes e os
aumentos de pensões não desequilibraram o sistema, antes pelo contrário.
(…)
Criação de emprego, melhores salários e
diversificação de fontes de financiamento são os fatores essenciais que
garantem a sustentabilidade do sistema, e não a política de cortes nas pensões
nem o aumento constante da idade da reforma.
(…)
Se hoje é possível produzir mais riqueza
com menos trabalho, por que havemos de continuar a aumentar o horário de
trabalho, em vez de o reduzirmos?
(…)
A ideia de que é inevitável trabalharmos
sempre mais é historicamente desmentida, economicamente contestável e
socialmente regressiva.
Na semana que antecede mais uma COP,
desta feita em Madrid, voltamos às discussões sobre o que está em cima da mesa.
Não houve muito caminho feito, mas há hoje a perceção de que vivemos tempos de
emergência.
(…)
Se a emergência climática é uma
realidade, o que falta mesmo é passar à ação e perceber que o futuro tem pouca
viabilidade se nada for mudado no atual modelo de desenvolvimento.
A sociedade portuguesa não
pode condescender face à persistência da pobreza entre quem trabalha.
(…)
O agravamento da pobreza
no grupo dos empregados não é nenhum mistério: o emprego cresceu, mas em média
os salários associados a esse novo emprego são muito baixos e o emprego muito
precário, o que os desvaloriza ainda mais.
(…)
Confirma-se que, até
agora, o que está em marcha na Concertação Social não é a busca de um acordo
para a valorização salarial de que o país precisa, mas sim o estabelecimento de
um teto travão às dinâmicas de crescimento dos salários e também à contratação
coletiva.
Joacine não é vítima, é o
produto do que bem alimentou e lhe alcandorou à eleição.
(…)
Joacine não é capaz de
gerir a pressão interna. Não se pense, porém, que a direcção do Livre não
poderia ter gerido este processo de forma diferente.
[O Vox é] a ponta de um
icebergue que a democracia espanhola nunca conseguiu derreter, como agora se
está a ver.
(…)
O problema é que qualquer
pessoa sensata percebe que a recusa [do governo espanhol] de fazer um
referendo, como a Escócia fez há uns anos, para se saber a vontade dos catalães
é sinal de uma “deriva autoritária”.
(…)
O problema é que qualquer
pessoa sensata percebe que os
presos [catalães] condenados a longas penas
de cadeia por posições políticas que estavam
mandatados a tomar pelos seus eleitores são “presos políticos” dê lá por onde
der.
(…)
O que os responsáveis
políticos espanhóis, com vergonhoso destaque para o PSOE, estão a fazer é tapar
o sol com uma peneira e o sol não deixa. Daí a fúria.
(…)
O Portugal de Salazar não
é a Espanha actual, mas quando chega à Catalunha tornam-se parecidos e para os
presos políticos catalães são até bastante iguais.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Emprenhamos pelos ouvidos
e pelos olhos a ideia do consumo como preenchimento do nosso vazio existencial.
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Actualmente, medimos a
nossa auto-estima, integração social e realização pessoal em função do poder de
compra que detemos.
Raquel
Guimarães, “Público” (sem
link)
As greves climáticas (esta
é a quarta em Portugal) são acontecimentos mundiais, com a participação de
milhões de pessoas.
(…)
Depois de décadas em que
os avisos foram ignorados, que os dados científicos foram negados, hoje a
emergência climática é incontornável.
(…)
É verdade que esses
interesses obscuros [das grandes empresas das indústrias fósseis] ainda não se
dão por vencidos, mas a consciência global sabe que os tem de vencer, sabe que
os consegue vencer.
(…)
Deixar tudo como está não
é opção. A via do imobilismo é negar o futuro às novas gerações, legando-lhes
um planeta em caos climático.
(…)
O modelo de uma economia
baseada nas indústrias fósseis é parte do problema, a sua superação é a única
solução.
(…)
A COP 25 é um momento
fundamental para confrontar os líderes mundiais com as decisões que têm de ser
tomadas, exigindo um modelo de desenvolvimento que garanta uma redução das
emissões de gases com efeito de estufa e a neutralidade carbónica e breve
prazo.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Há matérias que requerem
aprendizagens incrementais e acumulativas, sendo garantido o desastre quando se
pula para um nível superior sem domínio do anterior.
(…)
A ênfase dada às
competências vem negligenciando o conhecimento, quando o conhecimento é nuclear
para qualquer tipo de desempenho.
Santana
Castilho, "Público" (sem link)
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