Presumo que, mesmo que um
dia seja aceite esta velha reivindicação da esquerda para o englobamento dos
rendimentos prediais elevados, e é difícil que isso aconteça com este Governo,
ainda maior será a resistência a alargar o princípio onde ele se tornaria mais
relevante, os rendimentos do capital.
(…)
O Governo não cogita um
imposto sobre as fortunas, o mais tremendo dos crimes de lesa majestade. mas é
isso mesmo que se discute em todo o lado.
(…)
Ao longo do século XX e
XXI, o que mais acentuou a desigualdade foi o facto de os rendimentos do
capital crescerem a uma taxa superior à das economias desenvolvidas no seu
todo.
(…)
O capital acumulou uma
vantagem, que se reproduz socialmente e é improdutiva, pelo que a resposta deve
ser um imposto sobre as fortunas para reequilibrar a sociedade.
(…)
É evidente que o imposto
sobre fortunas afeta sobretudo quem vive da propriedade e de aplicações e não
de rendimentos gerados na atividade económica.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem
link)
Talvez não tenhamos ainda
reparado, mas aquilo que se está a globalizar não é apenas o capital ou o
investimento, as empresas ou a inovação, o turismo ou a tecnologia – é também o
desespero.
(…)
Este desespero é
directamente proporcional à erosão que o mercado económico global foi semeando
na sociedade e nos territórios.
(…)
A luta contra as
desigualdades permanece dispersa no interior de uma geografia de nações e do
seu sistema de contradições internas.
Sebastião
Ferreira de Almeida, “Público” (sem link)
Na conjuntura geopolítica
atual, este reconhecimento histórico da verdade [sobre o genocídio arménio] impõe
à Turquia um olhar diferente para essa página negra da sua história.
Vahé
Mkhitarian, “Público” (sem
link)
Acabar com os chumbos só
se consegue baixando o nível de exigência ou criando medidas sociais de
erradicação da pobreza e de apoio à destruturação das famílias e medidas
educativas sérias.
(…)
A “escola-alfaiate”
(chavão “neo-eduquês” do Governo) torna-se risível quando o dono do boteco quer
que o costureiro faça fatos, sem linhas nem fazenda, a partir do mesmo molde,
para 30 corpos diferentes.
(…)
Por muito que esperneiem
os pedagogos do regime, sem mudança radical de políticas, a única alternativa
ao chumbo é passar sem saber.
Santana
Castilho, “Público” (sem
link)
Depois das eleições de
2015, a possibilidade de PS ou PSD governarem passou a estar dependente da
capacidade de liderar uma maioria no respetivo bloco político.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem
link)
Com Evo Morales, a Bolívia
cresceu a uma média de 5% ao ano, a pobreza passou de 61% para 39%, e a pobreza
extrema de 38% para 17%.
(…)
[Morales] nacionalizou ou
renegociou com as multinacionais a exploração dos recursos.
(…)
Alguém acredita que um
golpe que anulou todos os critérios de legitimidade constitucional se fez em
nome da democracia?
(…)
Nos países mais pobres e
desiguais, os progressistas só contam com o poder do voto. Como podem fazer
reformas e contrariar todos os poderes fácticos, internos e externos sem porem
em causa a indispensável democracia liberal?
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem
link)
Se é para brincar às
esquerdas, mais vale [Costa] estar quieto.
Pedro
Santos Guerreiro, “Expresso” (sem
link)
O neoliberalismo prejudica
a democracia há 40 anos.
(…)
Os efeitos da
liberalização do mercado de capitais foram particularmente odiosos.
(…)
Após 40 anos [de
neoliberalismo], os números estão aí: o crescimento diminuiu e os frutos desse
crescimento foram na sua esmagadora maioria para um punhado que está no topo.
(…)
À medida que os salários
estagnavam e o mercado de ações subia, o rendimento e a riqueza espalhavam-se
para os mais ricos, em vez de se espalharem para os mais pobres.
(…)
A verdade é que, apesar do
nome, a era do neoliberalismo estava longe de ser liberal.
(…)
O neoliberalismo acabará
literalmente com a nossa civilização.
Joseph E. Stiglitz, “Expresso” Economia (sem link)
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