domingo, 17 de novembro de 2019

MAIS CITAÇÕES (56)


Presumo que, mesmo que um dia seja aceite esta velha reivindicação da esquerda para o englobamento dos rendimentos prediais elevados, e é difícil que isso aconteça com este Governo, ainda maior será a resistência a alargar o princípio onde ele se tornaria mais relevante, os rendimentos do capital.
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O Governo não cogita um imposto sobre as fortunas, o mais tremendo dos crimes de lesa majestade. mas é isso mesmo que se discute em todo o lado.
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Ao longo do século XX e XXI, o que mais acentuou a desigualdade foi o facto de os rendimentos do capital crescerem a uma taxa superior à das economias desenvolvidas no seu todo.
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O capital acumulou uma vantagem, que se reproduz socialmente e é improdutiva, pelo que a resposta deve ser um imposto sobre as fortunas para reequilibrar a sociedade.
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É evidente que o imposto sobre fortunas afeta sobretudo quem vive da propriedade e de aplicações e não de rendimentos gerados na atividade económica.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Talvez não tenhamos ainda reparado, mas aquilo que se está a globalizar não é apenas o capital ou o investimento, as empresas ou a inovação, o turismo ou a tecnologia – é também o desespero.
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Este desespero é directamente proporcional à erosão que o mercado económico global foi semeando na sociedade e nos territórios.
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A luta contra as desigualdades permanece dispersa no interior de uma geografia de nações e do seu sistema de contradições internas.
Sebastião Ferreira de Almeida, “Público” (sem link)

Na conjuntura geopolítica atual, este reconhecimento histórico da verdade [sobre o genocídio arménio] impõe à Turquia um olhar diferente para essa página negra da sua história.
Vahé Mkhitarian, “Público” (sem link)

Acabar com os chumbos só se consegue baixando o nível de exigência ou criando medidas sociais de erradicação da pobreza e de apoio à destruturação das famílias e medidas educativas sérias.
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A “escola-alfaiate” (chavão “neo-eduquês” do Governo) torna-se risível quando o dono do boteco quer que o costureiro faça fatos, sem linhas nem fazenda, a partir do mesmo molde, para 30 corpos diferentes.
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Por muito que esperneiem os pedagogos do regime, sem mudança radical de políticas, a única alternativa ao chumbo é passar sem saber.
Santana Castilho, “Público” (sem link)

Depois das eleições de 2015, a possibilidade de PS ou PSD governarem passou a estar dependente da capacidade de liderar uma maioria no respetivo bloco político.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

Com Evo Morales, a Bolívia cresceu a uma média de 5% ao ano, a pobreza passou de 61% para 39%, e a pobreza extrema de 38% para 17%.
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[Morales] nacionalizou ou renegociou com as multinacionais a exploração dos recursos.
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Alguém acredita que um golpe que anulou todos os critérios de legitimidade constitucional se fez em nome da democracia?
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Nos países mais pobres e desiguais, os progressistas só contam com o poder do voto. Como podem fazer reformas e contrariar todos os poderes fácticos, internos e externos sem porem em causa a indispensável democracia liberal?
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Se é para brincar às esquerdas, mais vale [Costa] estar quieto.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

O neoliberalismo prejudica a democracia há 40 anos.
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Os efeitos da liberalização do mercado de capitais foram particularmente odiosos.
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Após 40 anos [de neoliberalismo], os números estão aí: o crescimento diminuiu e os frutos desse crescimento foram na sua esmagadora maioria para um punhado que está no topo.
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À medida que os salários estagnavam e o mercado de ações subia, o rendimento e a riqueza espalhavam-se para os mais ricos, em vez de se espalharem para os mais pobres.
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A verdade é que, apesar do nome, a era do neoliberalismo estava longe de ser liberal.
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O neoliberalismo acabará literalmente com a nossa civilização.
Joseph E. Stiglitz, “Expresso” Economia (sem link)

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