Em vários países latino-americanos, as
app de rastreio foram vendidas como salvação, para mascarar a incapacidade das
respostas dos Governos.
(…)
A Comissão Europeia, que tardou em
responder ao pedido de ajuda de Itália e que foi duramente criticada pela
inação contra a pandemia, encontrou aqui uma sugestão de alguma coordenação.
(…)
Nos últimos anos, só tivemos razões para
temer o controlo dos gigantes de telecomunicações.
(…)
Sucessivas vulnerabilidades provaram que
a privacidade é um alvo fácil para quem domina o sistema de informação.
(…)
Uma app de eficácia duvidosa na luta
contra a pandemia é muito útil para lavar a imagem de empresas suspeitas de nos
controlarem, passando a controlar um pouco mais.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
O encanto das novas tecnologias não pode
substituir a relação entre docentes e alunos, a atenção ao detalhe, as dúvidas
durante a aula, o explicar de outra maneira, a conversa nos intervalos, o
envolvimento dos estudantes na comunidade.
(…)
Sem a escola, que aproxima as crianças,
cada uma fica fechada no lugar de onde vem e sobra desigualdade.
(…)
Tudo menos o facilitismo deslumbrado com
um mundo virtual em que há um triste entretenimento, mas não há aprendizagem.
(…)
Se não queremos desistir dos estudantes,
devolvamos-lhes a escola o mais depressa que for possível.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
A imagem icónica do homem
que enfrenta [na Praça Tainanman] a coluna de tanques no dia seguinte ao massacre
ficou na história. É a demonstração que há ideias que conseguem vencer o medo e
que são impossíveis de matar.
(…)
A um oceano de distância,
as ruas enchem-se com reivindicações de liberdade e democracia e de valores que
lhe são inseparáveis como a igualdade e a justiça.
(…)
[Trump é] mais um
responsável de um país que ameaça virar o exército contra o seu povo,
procurando silenciar reivindicações justas por igualdade, liberdade, justiça e
democracia.
Pedro
Filipe Soares, “Público (sem
link)
Um Governo tem de tomar decisões
políticas com base em informação técnica, o resto é palpite e teste á sorte de
um instinto.
(…)
A decapitação da Administração Pública
(acelerada por Sócrates e concluída por Passos) desprezou o pensamento.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
É preciso resgatar a tradição de
pensamento estratégico e de planeamento da ação pública.
Pedro Adão e
Silva. “Expresso” (sem link)
Com a nação [americana] mergulhada em
violência, revolta e dor, alguns comandantes de polícia juntam-se a manifestantes,
tentando construir pontes que não deixem os seus homens e mulheres do lado de
lá da fratura intransponível.
(…)
Quem acreditou que a eleição de Obama
anunciava uma América pós-racial sabe pouco da desigualdade hereditária.
(…)
Foi Trump que apostou na divisão
cultural e racial da América, no insulto e no ódio.
(…)
[Trump, Bolsonaro, Farage, Abascal,
Salvini, Ventura] todos se alimentam do mesmo ódio, todos alimentam o mesmo
caos.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Na luta pela saúde, vemos
uma rede desprotegida, sem direito a férias ou folgas, e sem isolamento
profiláctico.
(…)
Sem alternativas e com uma
oferta internacional aliciante, a emigração [dos médicos] revela-se uma saída
óbvia para muitos recém-formados.
(…)
É urgente inverter esta
tendência e aprovar soluções que visem a especialização, é urgente investir na
saúde.
(…)
No barco da precariedade
encontramos desde médicos especialistas a indiferenciados, enfermeiros,
técnicos e auxiliares.
Alexandra
Rodrigues, “Público” (sem
link)
A morte de George Floyd trouxe-nos a certeza de que ignorar o elefante que
habita na nossa sala pode ser perigoso.
(…)
Mais do que dizer que
todas as vidas importam, é preciso dizer que as vidas negras importam. Por
estarem constantemente sob ameaça.
(…)
Não é justo crescer com
medo de quem tem a obrigação de nos proteger.
(…)
Não é justo aprender desde
cedo que somos os maus, e que aconteça o que acontecer seremos sempre os maus
porque ficou assim definido.
(…)
Não é justo ser visto como
uma ameaça pela cor da pele.
(…)
Ser privilegiado é não ter
de lidar com micro agressões diárias que influenciam a tua autoestima, por
exemplo.
(…)
Ser privilegiado em nada
tem a ver apenas com a cor de pele, tem a ver com a ideia que a sociedade tem
sobre ti e sobre mim.
(…)
[Ser privilegiado] é não
teres a necessidade de criar um movimento para te emancipares.
(…)
A mudança faz-se lado a
lado e não com o homem branco à frente.
Carlos
Pereira, “Público” (sem
link)
De escândalo em escândalo,
vamos percebendo que a forma como algumas organizações culturais são dirigidas
está muito longe de cumprir os padrões éticos que associamos a uma missão de
serviço público.
(…)
Uma gestão ou é
democrática ou não é, ou é competente, ou não é. O contexto sectorial não lhe
confere imunidade ética.
(…)
[É] indispensável repensar-se com urgência o papel da
gestão cultural, hoje perigosamente inclinada para
a dimensão utilitária, focando-se quase exclusivamente na gestão operacional.
Vânia Rodrigues, “Público” (sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário