sábado, 12 de setembro de 2020

CITAÇÕES

 
Em plena crise pandémica, parece ter sido compreendido que não há solução para a economia e para a saúde que não passe pelo relançamento da procura e pelo reequilíbrio das relações de trabalho.

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De há uns anos para cá, a precariedade tornou-se uma espécie de “novo normal”: em média, não saímos de taxas de contratos a prazo superiores a 20% e os empregos precários são a condição de 66% dos jovens até aos 24 anos.

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O trabalho temporário atinge mais de 100 mil pessoas.

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Os cerca de 70 mil que trabalham em plataformas (como motoristas ou estafetas, seja da Uber, Glovo, ou outras) estão excluídos de qualquer proteção social e não têm sequer acesso a um contrato.

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Atualmente, cerca de 2/3 dos desempregados não consegue aceder às prestações de desemprego que existem.

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Como se aceita que seja possível negociar convenções coletivas de trabalho com regras piores do que a lei geral em domínios decisivos da relação de trabalho?

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Alguém entende que se continue a fechar os olhos aos grandes modos de precarização que têm sido desenvolvidos, como o outsourcing

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É impossível o Governo fazer um debate sério com a Esquerda se não estiver disponível para responder a quem trabalha, a quem é precário, a quem foi despedido.

José Soeiro, Expresso Diário

 

O país sofrido é [o da] gente pobre, gente empurrada para a fragilidade diante dos poderes sempre imensos, gente sem voz, gente sem bússola.

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O país zangado é [o da] gente quase sempre despolitizada, a quem as emoções fugazes das redes sociais multiplicam alvos.

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Em ambos [país sofrido e país zangado] habita a mesma relação magoada com poderes inacessíveis e opacos e a mesma perceção de fosso entre os de baixo e os de cima.

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Ao país zangado [Marcelo] não quis dar a resposta de que o discurso contra uma suposta corrupção generalizada é a melhor cortina de fumo para enevoar os negócios dos que sempre ganharam com uma economia que gera pobreza.

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A acentuação da crise social exige uma alternativa que dê outras respostas em simultâneo ao país sofrido e ao país zangado.

José Manuel Pureza,“Diário as beiras”

 

O incêndio no campo de refugiados de Moria, na ilha de Lesbos, é o epílogo de uma história que só pode envergonhar a Europa.

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A responsabilidade mancha as mãos dos responsáveis da União Europeia, promotora de uma desumana política de detenção de requerentes de asilo.

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Como pode perder tudo alguém que nada tem? Quando lhe negam o mais essencial, a dignidade e a humanidade – era esse o significado do campo de refugiados de Moria.

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Viviam no campo de refugiados quatro vezes mais pessoas do que a sua real capacidade.

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O presente é de desespero. Afirmou uma das voluntárias portuguesas que prestava auxílio em Moria que a “situação é de caos total e absoluto”.

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Depois do fumo do incêndio, chegaram as granadas de gás lacrimogéneo da polícia de choque, a desumanidade não tem fim.

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[Moria é] propositadamente, um cartão de visita para os refugiados com a mensagem muito clara: não são bem vindos, a solidariedade não mora aqui, a vossa vida não nos merece compaixão.

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A ilha de Lesbos é o exemplo maior do monumental fracasso da Europa, das suas políticas migratórias e das escolhas feitas ao sabor de preconceitos ultrarreacionários impulsionados pela extrema direita.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Sem candidato presidencial em 2016 e sem candidato presidencial em 2021, eis o candidato-piloto-automático do PS: Marcelo Rebelo de Sousa.

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A estranheza de ver o PS sem candidato presidencial quando está no poder, ganha contornos mais esotéricos quando recusa apoiar uma candidata efectivamente sua.

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A incomodidade que [Ana Gomes] representa para o actual Governo é bem revelador do grau de conforto que Costa criou com Marcelo.

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O PSD caminha com duas pedras no sapato, Marcelo e Rio, pelo que a tarefa não se afigura fácil no futuro próximo.

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À Esquerda, Marisa Matias e Ana Gomes irão obrigar Marcelo a ocupar o seu espaço político natural.

MiguelGuedes, JN

 

O grande desafio é procurar saídas do sítio onde estamos: evitar, a todo o custo, que a sobreposição do desemprego à pandemia se torne estrutural e nos aprisione nas profundezas.

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O desemprego é a pior das formas de desperdício.

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Desemprego é capacidade de trabalho não mobilizada para responder a necessidades, muitas vezes prementes, da economia e da sociedade.

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A não criação de emprego transforma desempregados de curta em longa duração e destrói aceleradamente qualificações.

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É imperioso que o processo de negociação do Orçamento gere um consenso em torno da prioridade de combate ao desemprego.

Carvalho da Silva, JN


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