(…)
O relato do julgamento, que hoje se
concluiu, é um hino ao machismo e a um certo país patriarcal, miseravelmente
curvado aos “senhores doutores” e pronto a culpabilizar as vítimas.
(…)
O professor de direito penal, de resto,
parece ter querido fazer do julgamento uma tribuna semelhante àquela em que
pretendeu transformar as suas aulas de direito penal.
O que PS e PSD sinalizaram com esta lei [das
petições] foi que a mobilização cívica que quer ter no parlamento um
interlocutor é para eles um enfado, uma incomodidade.
(…)
Esta tentativa de dificultar o debate de
petições em plenário veio de par com a supressão dos debates quinzenais com o
Primeiro Ministro e com a retirada do plenário de outros momentos importantes
de debate político.
(…)
O que fica desta rábula triste é o
enfado do bloco central diante da vontade da gente que se mobiliza na
expetativa de que o parlamento debata os seus problemas e as suas pretensões.
(…)
Em vez de mostrar o apreço que a democracia
tem que ter por quem a exerce, o bloco central mostrou aversão à iniciativa
popular, nem misto de aristocracia e de tecnocracia.
José Manuel Pureza, “Diário as beiras”
A Convenção Nacional do
Chega foi um fartote, ópera bufa de fim de semana inteiro.
(…)
Ventura exigiu para outros
o que não cumpriu - o uso de máscaras e o distanciamento físico pareciam
indicados por Donald Trump ou Jair Bolsonaro.
(…)
A intervenção policial
mostra a sobranceria que imperava no congresso e dá conta da irresponsabilidade
geral.
(…)
O conteúdo [das moções
apresentadas à votação] é tão educativo sobre o Chega que foi o próprio partido
quem tratou de esconder estas pérolas, houve um apagão e já nada se encontra
disponível para consulta.
(…)
O sonho desses
congressistas [do Chega] não é muito diferente do que vimos em regimes
totalitários, não podemos mesmo baixar a guarda.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
A pouco mais de um mês das
eleições presidenciais norte-americanas, o cuidado que Trump coloca na
tentativa de se eternizar no poder é sintomático do que fará na noite
eleitoral, caso as perca.
(…)
Caso único. É o próprio
poder que, antecipadamente, acusa o seu próprio sistema de fraude eleitoral,
condicionando-o a um caso de derrota conveniente.
(…)
Donald Trump, em caso de
derrota, vai querer usar a violência nas ruas que agora semeia, autoriza ou
menospreza.
O ato fundador da
Intersindical foi genuinamente laboral. Há centrais sindicais, cuja
legitimidade se respeita, que nasceram bem distantes desta génese.
(…)
Conscientes da força do
coletivo e da importância da unidade, os dirigentes dos 14 sindicatos que, a 11
de outubro, realizaram a primeira reunião (não era legal), tomaram em mãos essa
agenda.
(…)
E não é exagero dizer-se
que a grandeza do 1.oºde Maio de 1974, organizado pela Intersindical,
foi determinante para a transformação de um golpe militar progressista numa
Revolução.
(…)
Os sindicatos,
indispensáveis à democracia, merecem o reconhecimento da sociedade pelo que
fizeram e o apoio para as difíceis tarefas que têm de concretizar.
Estes tempos de pandemia
voltaram a colocar de novo a questão das praxes, que só a cobardia das
instituições universitárias tem permitido sobreviver.
(…)
Apetece dizer que há coisas boas que
advêm de coisas más, e que a pandemia, ao levar as autoridades académicas a
proibir com diferentes graus de rigor as actividades da praxe, são disso
exemplo.
Pacheco Pereira,
“Público” (sem link)
Em 2011, a Agência Internacional
de Energia avisou que as infra-estruturas de combustíveis fósseis em
funcionamento em 2017 já seriam suficientes para um aquecimento global de 2ºC
até 2100.
(…)
Toda a indústria
petrolífera tem de ser desmantelada para que o planeta possa continuar a
sustentar a civilização como a conhecemos e para travarmos a crise climática.
Em causa está a sobrevivência da humanidade.
(…)
Quem menos
contribui para as alterações climáticas é quem mais sofre com as suas
consequências.
(…)
A crise climática é um
resquício de séculos de colonialismo, escravidão e exploração.
(…)
Ora, a indústria
petrolífera é a continuação do colonialismo no Sul Global, tendo uma
responsabilização directa na militarização das zonas indígenas e na expulsão
das comunidades locais.
(…)
É urgente destruir este
sistema fóssil e extractivista em que vivemos. É preciso garantir reparações
para com as comunidades e ecossistemas afectados.
(…)
É mais importante do que
nunca continuar a aumentar a onda de mobilização por Justiça Climática.
Bianca Castro, “Público” (sem link)
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