(…)
O que o Estado deve fazer é um caminho
sério de audição por entidades públicas do que aconteceu.
(…)
A proposta do BE é esta: não há nenhuma
injecção no Novo Banco e faz-se uma auditoria com uma comissão pública com
vista ao processo de denúncia do contrato com a Lone Star.
(…)
[Centeno] teve a responsabilidade de ser
o ministro das Finanças que decidiu entregar o Novo Banco à Lone Star, em
sintonia com todo o Governo, com o Presidente da República e com a Comissão
Europeia.
Catarina
Martins, entrevista, “Expresso” (sem link)
Curiosamente, apoiantes do partido do
Governo sugeriram que, dada a crise, este devia recusar cumprir tais
compromissos [anteriormente assumidos].
(…)
O problema é que as contratações [de
profissionais de saúde] entretanto feitas são por quatro meses e está-se,
portanto, longe dos 8400 profissionais anunciados para reforçar o SNS.
(…)
[A minha sugestão é] um entendimento
para um plano estruturante do SNS, registando necessidades em hospitais e
centros de saúde, lares e outras instalações.
(…)
Bem se vê que vamos precisar, com
centenas de novos casos de covid por dia e com um mar de outras consultas
adiadas, a agravar a falta de pessoal anterior.
(…)
O Governo fez saber por Marques Mendes
que admite não colocar dotação orçamental para o contrato com a Lone Star. Em
alternativa, o Fundo de Resolução iria endividar-se num empréstimo bancário,
mais caro.
(…)
A conta fica sempre no défice, com
consequência que dependerá de regras europeias, e continua a ser paga pelas
contas públicas. Assim, ladear o problema não o resolve.
(…)
Não vejo como se possa ignorar que o
Fundo [de Resolução] não tem tido vontade ou competência para cumprir o seu
papel, ou que a administração do banco [Novo Banco] tem violado os contratos.
(…)
As evidências de ilegalidades, como de
operações descuidadas, a preços ou para compradores sinistros, são uma vergonha
para Portugal.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
A mentira [fake news] é enunciada como
uma razão para criar um mundo paranoico de posicionamentos odiosos.
(…)
[Na campanha para as presidenciais] batalhões
de perfis falsos marcharão pelas redes, os insultos esvoaçarão e serão
repetidas as deixas que resultaram noutros países.
(…)
Talvez a proposta de baixar os impostos
sobre os ricos, vinda de um advogado de um escritório de gestão de interesses
económicos, seja mais reveladora do que qualquer fogo de artifício.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
[No caso Rui Pinto] a revelação desta
semana, com suspeitas sobre Luís Filipe Vieira, é um bom exemplo do que a
palavra “colaboração” pode significar.
(…)
Repare-se na diferença das consequências
do Football Leaks e do Luanda Leaks.
(…)
No Luanda Leaks, duas semanas de noticiário
chegaram para consequências imediatas, sendo a mais visível a capitulação do
poder de Isabel dos Santos em Portugal.
(…)
Qual foi a diferença de base? A opinião
pública: tolerante com os heróis da bola, inclemente com a empresária angolana.
(…)
[Rui Pinto] é um homem ameaçado. Porque
entrou à bruta no micado do poder.
(…)
O segredo é a alma da corrupção.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Por definição, um Presidente em
exercício adquire gravitas e amplia o seu espaço de influência.
(…)
A pulverização de candidaturas diminuirá
a expressão da vitória de Marcelo, assim como a sua força política num segundo
mandato.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Obsessivamente presente no espaço
mediático, foi demissionário em tudo o que não correspondesse a ganhos de
popularidade.
(…)
Foi solidário com o governo quando isso
favorecesse uma reeleição esmagadora, passou rasteiras quando sentiu que o seu
potencial eleitor estava irritado.
(…)
Pouco dado a lealdades ou gratidões,
veremos como será o Presidente sentado em 70% de votos e sem precisar de se
reeleger.
(…)
Deixar a direita colonizar todo o debate
num país maioritariamente de esquerda, pondo o centro do confronto onde ele não
está, seria estúpido.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
As forças políticas conservadoras, de
direita, estão desesperadas em buscas de agendas que possam chamar a si os
adeptos de que parecem carecer.
(…)
[No atual contexto] afirmar liberdades
que possam desestabilizar a educação dos jovens e questionar ainda mais as suas
expectativas assume uma particular gravidade.
(…)
No caso da educação sexual (porque é
disso que se trata), não está em causa a desobediência a orientações da OMS,
está em causa a violação de tratados internacionais de direitos humanos que
Portugal ratificou.
(…)
As transformações políticas por que
passámos, os movimentos sociais que se lhes seguiram em favor dos direitos
sexuais e todo o movimento global pelos direitos humanos foram sedimentando uma
nova cultura de paz e de convivência, de reconhecimento da diferença e de
respeito pela diversidade.
(…)
Não é optativo retroceder. Os
retrocessos na educação são sempre um péssimo augúrio para a sociedade.
Boaventura Sousa Santos, “Expresso” (sem link)
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