(…)
Nesse trimestre, até fim de junho, a
zona euro sofreu uma queda de 11,8%, como a União Europeia no seu todo, mas
Portugal teve uma redução do PIB de 13,9%.
(…)
Portugal é muito vulnerável às
oscilações do turismo, uma das nossas principais exportações, e, ao contrário
de outros países turísticos como Espanha e Itália, tem um sistema produtivo
frágil, uma procura interna deprimida e escasso investimento.
(…)
Nestes países [Reino Unido e Índia], a
redução da produção aproxima-se do que seria o resultado de uma guerra.
(…)
Algumas das grandes economias não têm
capacidade de investimento e as famílias estão a poupar quanto podem, temerosas
do futuro.
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Para nos protegermos no nosso canto à
beira-mar plantado só há caminho com mais investimento e mais procura interna.
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Quem afirmar que basta ferrovia ou que
não deve haver subida de um pobre salário mínimo estará a fechar os olhos à
tempestade.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Quem está a matar o futebol são os
clubes, enfileirados em dívidas e em investimentos alucinados.
(…)
É claro que os estádios devem voltar a
ter público em condições controladas, mas o que aflige os clubes é a quebra
brutal de receitas.
(…)
A proximidade com o futebol mina quase
tudo: a política, a banca e também a justiça.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Em todos os meses desde março têm
morrido mais pessoas do que o habitual.
(…)
Se olharmos para os dados, uma variação
tão significativa, iniciada em março, deve estar relacionada de alguma forma
com a chegada da pandemia.
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O medo é letal, promove a paralisia das
sociedades e mata mais do que qualquer vírus.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Permitiram que, em 2013, manifestantes
das forças de segurança trepassem a escadaria do Parlamento, gritando
“invasão”, sem que a cena tenha feito tocar todas as sirenes.
(…)
Permitiram que, em 2013, manifestantes
das forças de segurança trepassem a escadaria do Parlamento, gritando “invasão”,
sem que a cena tenha feito tocar todas as sirenes.
(…)
O problema já nem é a infiltração da
extrema-direita na PSP. É a cultura contrária aos valores constitucionais que
se instalou na sua direção, que teme aqueles que devia liderar.
(…)
Neste tempo de ódio viral, ninguém quer
ser olhado de lado por milhares de polícias. E é assim que as coisas começam.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Certo, certo é o PS entrar
na luta pelo mais alto cargo da República ao lado da direita, quando esta é
francamente minoritária.
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Não será um bom estratego
aquele que para governar diz querer apoiar-se na esquerda e, para o cargo de
PR, apoia a direita ou centro direita, grosso
modo.
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[O PS] tem dentro dele um
pendor para que uma determinada perspetiva seja sempre balanceada por outra
guinada que trava esse horizonte.
Domingos
Lopes, “Público” (sem
link)
Não deve a escola abordar
a violência doméstica, a sustentabilidade do planeta, a convivência democrática
e o respeito por culturas diferentes da nossa?
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Se António Costa e
Fernando Medina tivessem tido na escola a disciplina Cidadania e
Desenvolvimento, talvez não se enlameassem hoje na comissão de honra de Luís Filipe Vieira.
Santana
Castilho, “Público” (sem link)
O debate sobre a reabertura das escolas, que continua a fazer-se obsessivamente em torno das
questões de segurança, devia fazer-se, antes de mais, sobre como voltar a
assegurar o direito à educação.
M.
Loff, “Público” (sem
link)
Durante os 27 anos como
deputado, [Bolsonaro] conseguiu aprovar somente dois projectos de lei entre os
170 que saíram dos seus gabinetes.
(…)
André Ventura, voz a
frente do partido Chega, está a fazer a sua escalada política nos moldes do
discurso anti-minorias.
(…)
Ventura costura a sua
presença e actuação política de forma bem semelhante ao discurso de Bolsonaro:
é o ódio como prática política.
(…)
Durante as intervenções do
parlamentar português percebe-se o quanto a sua preocupação narcísica, que
procura atrelar a sua imagem ao homem comum, reforçam os preconceitos sociais.
(…)
É no desrespeito das
diferenças que vive a extrema-direita e Portugal está a permitir esse avanço.
Yuri
Sepúlveda, “Público” (sem
link)
As diferentes formas de populismo
servem-se também desta tentativa de tornar uno aquilo que na verdade é plural.
(…)
O encontro entre o populismo e o
extremismo de direita ocorre justamente com esta nova sacralização do “povo”,
ou das “gentes”.
(…)
Ao serviço daqueles que, através de um
discurso sempre linear e primário, sem subtilezas que os menos instruídos não
sejam capazes de entender sem esforço, simulam falar em seu nome, convencendo-o
de que já não precisa de intermediários pois está naturalmente representado.
Rui Bebiano, “Diário as beiras”
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