(…)
Por
grandes que fossem as diferenças entre os partidos democráticos - e elas eram
bem visíveis - o cordão sanitário instaurado defendia a Constituição e a
Democracia e era mais importante do que as comezinhas lutas pelo poder.
(…)
A
direita, com as lideranças históricas de Francisco Sá Carneiro, Diogo Freitas
do Amaral e Gonçalo Ribeiro Telles (…),
rejeitaram sempre reconhecer a legitimidade democrática dos partidos,
movimentos ou personalidades da extrema-direita.
(…)
A
decisão do PSD abriu um debate que tem roçado o absurdo, baseando-se na revisão
histórica para impor opiniões maniqueístas, o campeonato do relativismo e a
discussão dos males menores.
(…)
[Morais
Sarmento] compara propostas de ódio racial à defesa de serviços públicos, a
estigmatização de minorias com alterações ao código laboral - é uma retórica
abjeta.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)
Está na
hora de assumir que a Ciência precisa de financiamento a sério.
(…)
Há hoje
uma massa crítica sustentada e com trabalho realizado na área da Investigação
em Portugal que não conhece reconhecimento neste modelo de financiamento.
(…)
Não é
aplicando a política do funil [na área de Investigação] que se garante o
famigerado mérito e qualidade de excelência.
(…)
Ninguém, por mais longe que esteja politicamente do PSD, pode
conceber que este partido tenha resolvido romper a cerca sanitária com o
fascismo, a xenofobia, o racismo ou a misoginia.
(…)
Há países europeus onde o centro-direita resiste (há
décadas!) a alianças com uma extrema-direita que vale quase 20%.
(…)
Deputados do PSD saem da toca para defender que o CH não é
racista nem xenófobo.
(…)
Ventura e Rio usam o Twitter em simultâneo como se fossem
gémeos separados à nascença, brincando com o fascismo à boa maneira de Trump e
Bolsonaro.
(…)
Morais Sarmento cria "fake news", afirmando que o
BE não condena a Coreia do Norte.
(…)
A normalização do fascismo, acreditando que se pode moderar
pelo contacto e tornar pequenino, é como acreditar que há carne boa que se
possa comer numa ratazana.
(…)
Basta ver quem "frequenta" o CH.
Sem dúvida, estamos
perante grandes mudanças no mundo do trabalho, contudo nem sempre é fácil
distinguir as velharias daquilo que de facto é novo.
(…)
Os países não podem dispensar sistemas de regulamentação de
trabalho justos, ancorados no Direito do Trabalho e em princípios éticos.
(…)
Há hoje centenas de milhões de trabalhadores a quem não é
dada uma oportunidade.
(…)
Grande parte do emprego dos computadores é emprego com saída,
todavia está a propiciar pouco futuro e está longe de ser trabalho digno.
Esta
comparação [do CH com BE e PCP] não tem qualquer fundamento nem factual, nem
social nem histórico nem de ciência política, faz parte apenas de uma narrativa
política autojustificatória para 2020.
(…)
Para
nos colocarmos em 2020 e não em 1917, ou em 1933, ou em 1975, façamos uma
distinção entre a tradição e o programa genético dos partidos e aquilo que é
hoje o seu “programa activo”.
(…)
O
“programa activo” é (…) a identidade prática do partido.
(…)
Não
vemos nem o PCP nem o BE preparar-se para a revolução, inevitavelmente armada e
violenta.
(…)
Nem o
PCP nem o BE, cuja composição agrupa várias tradições esquerdistas, do maoísmo
ao trotskismo, e que têm génese no leninismo organizacional, o fazem.
(…)
O tempo
conta para o “programa activo” porque ele condiciona hábitos, práticas
organizacionais, recrutamentos, processos, culturas. E isso muda quase tudo.
(…)
[O
“programa activo” do CH] é claramente racista, xenófobo, violador dos direitos
humanos e antidemocrático.
(…)
Corrupção
e pedofilia são um par no discurso do Chega, mas as faces que são apresentadas
nos cartazes são apenas de políticos, excluindo qualquer referência, quer a
empresários ou a banqueiros, no caso da corrupção.
(…)
Esta
obsessão com a pedofilia e com a castração é reveladora, porque no discurso do
crime e da ordem, que é vital no Chega, não são todos os crimes que contam.
(…)
Na
verdade, nem é o crime nem a injustiça nem a pedofilia nem a corrupção que
contam, mas a sua correlação com a política democrática.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Talvez
por não ser novidade continuamos a comprar produtos, baratos, a marcas de confecção
cujos alicerces vivem alicerçados, perdoem-me o pleonasmo, na exploração
laboral, baixos salários, trabalho infantil.
(…)
Na
fábrica da Mango em Dihuali, na Birmânia, os trabalhadores tiveram a peregrina
ideia, para não dizer desfaçatez, de exigir água potável. A reacção não se fez
esperar: 738 trabalhadores foram despedidos.
(…)
Em
2019, a Mango teve um lucro de 41 milhões de euros e um recorde de vendas.
(…)
No
mundo inteiro, apenas 2% dos trabalhadores da indústria têxtil têm salários
condignos.
João André Costa,
“Público” (sem link)
Sai
Trump, mas ficou demonstrada a disponibilidade de quase 70 milhões de eleitores
para serem condescendentes com atropelos à democracia e no apoio a propostas de
governo entre o superficial, o inaplicável e o bizarro.
Teresa Teixeira
Lopo, “Público” (sem link)
O
último quinquénio (2016-2020), no que às florestas e à actividade silvícola
respeita, tem sido um verdadeiro desastre.
Paulo Pimenta de Castro, “Público” (sem link)
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