domingo, 22 de novembro de 2020

MAIS CITAÇÕES (108)

 
[Com Roosevelt, controlar a especulação bancária e criar emprego] passou a ser a receita recomendada para responder à crise.

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Até que as soluções liberais voltaram a dominar no nosso século, com os remédios da austeridade expansionista: privatizar, garantir rendas financeiras e baixar o valor do salário. 

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A geringonça de 2015 reverteu essa política, gerando alívio na sociedade. Mas quando chegou o momento de mudanças estruturais que anulassem a jaula troikista, o Governo recusou-as. 

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Agora que há 10% de desemprego e a subir, agora que teremos dois anos de queda do PIB, agora que temos danos permanentes na economia?

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Perante a crise, [Centeno entende que] devemos fazer alguma coisa, ao contrário do que pensam os liberais, mas pouco, ao contrário do que propõe a esquerda. 

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O governador do Banco de Portugal sugere deixar as empresas falirem e limitar o apoio ao emprego só a alguns casos. 

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Como Centeno, [o Governo] não aceita que se toque na lei laboral, ou seja, nas regras para despedir ou para os contratos de trabalho.

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É para empurrar as soluções para a margem que o Governo nem aceita normalizar as relações de trabalho, nem um investimento estrutural no SNS. 

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Pouco agora e menos no ano seguinte é uma solução para desastre.

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[Centeno] repete que a crise é ligeira e passageira, nem de outro modo poderia explicar ter abandonado o ministério no meio da tempestade.

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A crise é estrutural: qual é a dúvida de que alguns sectores não recuperarão em 2021 e que o desemprego aumentará? 

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Há ainda uma segunda razão para agir já, os riscos internacionais.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Seria ingénuo persistir na ideia de que Portugal é imune ao novo populismo e que estamos perante um epifenómeno, assente nas capacidades particulares do líder.

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A democracia portuguesa viveu quatro décadas de paz constitucional que, de facto, agora terminaram. 

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Perdeu-se a vergonha de, em público, se exprimir posições racistas e xenófobas.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

No mapa dos descasos está uma governação a arder em lume pouco brando com a pandemia durante 2021 e que entra em ebulição no outono.

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Não há estabilidade política sem estabilidade social, e esta não existe sem estabilidade económica. 

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E prepare-se para longos meses de crises, que começam em janeiro com um Orçamento desequilibrado.

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Seguir-se-ão ainda meses de pandemia e crise económica, falências e desemprego.

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É fácil antever que daqui a um ano estará tudo com as tochas políticas na mão. 

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As causas para a deprimência da sociedade com o que chamam de “sistema” crescem no forno.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

 

À medida que a crise vai empurrando mais gente para o desespero, essa paz pontuada pela divergência sobre a melhor forma de lidar com a pandemia vai dando lugar à luta pela sobrevivência.

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[A ilusão de que estávamos todos no mesmo barco] acabou e a notícia de que mais de 80% das doses de vacinas estão reservadas para 14% da população mundial mostra que as coisas são como sempre foram.

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Como sabemos pelas alterações climáticas, os negacionistas não têm de dar respostas a um problema que não reconhecem.

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À medida que a crise e a fadiga forem apertando será cada vez mais fácil espicaçar a irracionalidade.

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No acordo dos Açores ou na entrevista que a TVI fez a Ventura está toda a displicência de uma elite política e mediática impreparada para lidar com um oportunismo perigoso que nos bateu à porta no pior momento.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)


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