(…)
o facto de o PSD, através do
seu líder, reproduzir nas suas intervenções esses termos [de Ventura] revela
uma desorientação que é também uma reorientação do posicionamento do partido.
(…)
Num arquipélago [Açores] em
que deveria ser central o combate à pobreza (…), o PSD aceitou substituí-lo
retoricamente pelo combate aos pobres.
(…)
Cerca de um terço dos
beneficiários do RSI nos Açores são crianças menores de idade, que não poderiam
em nenhuma circunstância trabalhar.
(…)
[Rui Rio] como a
extrema-direita, nenhum beliscão nos poderes e nas elites económicas que vivem,
essas sim, de uma cultura de dependência em relação ao Estado.
(…)
Rio conta, até agora, com um
quase silêncio nas estruturas do PSD (…) e com o entusiasmo da ala radical dos
apoiantes de Passos Coelho (sempre de olhos no pote).
José Soeiro, “Expresso” Diário
De uma penada [Mário Centeno] esclareceu o caminho que defende:
limitação dos apoios sociais e à economia, medidas pontuais com duração
restrita no tempo e nos montantes.
(…)
Centeno até reconhece efeitos estruturais desta crise (pudera!), mas
dá um rotundo não a respostas estruturais.
(…)
A dívida pública já foi o argumento com que nos chantagearam em crises
anteriores.
(…)
Sabemos o que acontecerá se não protegermos o emprego e o tecido
económico: as falências suceder-se-ão e o desemprego será catapultado.
(…)
E, se ainda estamos a tempo de evitar esse cenário, o momento em que
as medidas anti-crise são executadas é uma variável fundamental para o seu
sucesso.
(…)
A prudência aqui não é uma virtude, pode ser um grave problema como
estamos a ver, deixando pessoas e setores económicos para trás.
(…)
Não é
inevitável sermos vencidos pela crise, deixar cair empresas que eram viáveis
antes da pandemia, permitir a destruição de postos de trabalho que serão
necessários daqui a meses.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)
É preciso ajudar o mais possível as empresas, proteger
emprego e gerar confiança no setor neste contesto de exceção (conjuntural) que
vivemos, todavia ele será seguido de impressibilidades, que tornam incerto o
seu futuro (estrutural).
(…)
Não está para amanhã a paragem da pandemia e estamos longe de
saber como as companhias aéreas vão agir na saída da atual situação.
(…)
O navio almirante das exportações estruturado na base de um
turismo de tipo "extrativista" já se revelou desastroso perante
tempestades.
(…)
A existência de um navio almirante capaz de colocar a
sociedade portuguesa em patamares mais elevados de desenvolvimento está
dependente de uma aposta forte na industrialização, em outras atividades de
elevado potencial de produtividade e nas indispensáveis para o bem-estar
coletivo.
Parte do PSD nacional, como muitos dos seus dirigentes
confirmaram nos dias seguintes [ao acordo dos Açores], estava sequioso e
pronto, ansiando por mais.
(…)
Rabo de Peixe [Açores] é uma das zonas mais pobres da Europa.
(…)
[Rui Rio] encolhe-se, enquanto político e cidadão,
perante a miséria que o RSI ali diminui.
(…)
A Direita democrática portuguesa está no limite de uma
tragédia autodestrutiva, engolida numa estratégia extremista onde vai ser parte
integrante e nunca integradora.
O que
distingue a escolha democrática é exactamente ser uma opção, uma escolha, que
nos afasta da barbárie através de um conjunto de procedimentos cujo objectivo é
dar poder a todos.
(…)
É
imperfeito, mas é o melhor que temos, e está a ruir diante dos nossos olhos à
custa de muita covardia, abolia e inércia.
(…)
Um dos
aspectos dessa crise democrática é o recuo daquilo que, à falta de melhor, podemos chamar humanidades.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Apesar
de algumas assimetrias nos valores dos indicadores de saúde, quando comparados
com outros países com sistemas de saúde mais desafogados financeiramente, mesmo
assim [o nosso] é um exemplo mundial em alguns aspectos, como o caso da saúde materno-infantil, entre outros.
(…)
Para
este CEO [Salvador de Melo], e considerando as várias ligações que a economia
tem com outros bens e serviços, a saúde passaria também a ser uma actividade
eminentemente económica, transaccionável como outra qualquer, com um valor de
troca, tal como o sector automóvel, por exemplo.
Cipriano Justo, “Público” (sem link)
Todo
este discurso político de suposta limpeza de um sistema podre não é mais do que
uma montagem para enganar tolos.
(…)
Hoje se
distorce o conceito de liberdade ao ponto de esta poder incluir o condicionar
da liberdade de alguém.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Ventura
sabe perfeitamente que a sua proposta desumana de castração química dos pedófilos é totalmente inviável e que no país, na
Europa e no mundo civilizado não seria aceite.
(…)
O seu
método habitual é o da trafulhice e da rasteirice – dizer hoje algo que amanhã
é desmentido.
(…)
Ventura
mente com todos os dentes que tem quando afirma que Marisa Matias é a
candidatura marijuana.
(…)
Na verdade
ele é como os cucos, aproveita os ninhos dos descontentamentos para lá pôr os
ovos.
(…)
[Ventura]
representa o pior que há no sistema, vive do seu esgoto.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
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