sábado, 28 de novembro de 2020

CITAÇÕES

 
É, pois, uma questão de bom senso e responsabilidade impedir que mais 478 milhões caiam no Novo Banco sem se apurar os eventuais abusos da Lone Star. 

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Quem defendeu que não podia haver novas transferências sem auditoria, pretendia agora dispensar a análise do Tribunal de Contas antes de garantir uma nova injeção?

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Mas o ponto já é outro: a Lone Star não tem obrigações para cumprir?

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[A dramatização ensaiada pelo PS] não deixa de colocar os socialistas no papel de porta-vozes dos interesses do fundo abutre.

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É no momento de fechar as contas que se decide a injeção e, até lá, o Novo Banco tem que provar que não está a abusar do contrato.

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Quando, em 2019, o PS recusou fazer um acordo com a Esquerda, tomou a decisão de navegar à vista, como se tivesse uma maioria absoluta.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

Para os bloquistas, nem mais um euro para o sorvedouro do Novo Banco, sem que primeiro se faça uma auditoria séria a um buraco negro que já custou 4,9 mil milhões de euros para o BES e 3 mil milhões de euros para a Lone Star.

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Um escândalo a céu aberto, coberto pelos bolsos dos contribuintes, sem explicações, sem razoabilidade, sem escrutínio.

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A teoria da irresponsabilidade e do fatalismo perante o jugo das instituições europeias, esconde um enorme desejo de fazer de conta.

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Para além dos contratos firmados, está em causa uma gestão potencialmente ruinosa que ninguém explica e que, não fosse agora travada, seguiria inevitavelmente a sua marcha.

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O enorme drama e a imensa farsa é que a aprovação desta medida se faça com a total descredibilização de alguns políticos que não se cansam de querer dar "banhos de ética" ou clamar por "vergonha" perante tudo o que mexe.

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André Ventura conseguiu o recorde, digno de registo, de mudar o seu sentido de voto por três vezes em apenas 12 horas.

Miguel Guedes, JN

 

Em Portugal, o tempo passa e, até agora, para além de medidas pontuais de mitigação de situações mais delicadas, não surgem políticas de alcance estratégico.

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O nosso país, como outros "periféricos", já estava depauperado pelo austeritarismo da última crise. 

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As pessoas estão cada vez mais aprisionadas e atrofiadas nos seus projetos de vida face à persistência de medos.

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O Partido Socialista e o Governo não mostram vontade de pensar e agir para além dos condicionamentos impostos pela UE, por mais que o cenário europeu se vá esboroando.

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Os partidos à sua Esquerda, em condições diferenciadas, surgem presos entre o assumir de compromissos amplos que impeçam o assalto da Direita ao poder, e terem programas consistentes em que o povo se reveja e em torno dos quais se mobilize.

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O tempo que aí vem perspetiva mais desemprego e reforço das condições para a imposição unilateral (pelo poder patronal) de relações de trabalho.

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Temos, sem dúvida, de lidar com urgências, situações de emergência e de exceção, mas não se permita que elas se tornem num dramático novo normal.

Carvalho da Silva, JN

 

[O contrato de venda do Novo Banco à Lone Star] foi elaborado por Sérgio Monteiro, do PSD, assinado pelo governador do Banco de Portugal e pelo Governo – o Bloco de Esquerda disse que o contrato era mau e apresentou alternativas a esta venda ruinosa, mas o PS não quis saber.

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Ao longo do tempo, em particular no último ano, foram sendo publicadas notícias que colocavam suspeitas, legítimas, sobre a forma como o dinheiro público tem sido gerido no Novo Banco.

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Havendo estas dúvidas sobre se a Lone Star está a cumprir as obrigações contratuais, faz sentido que o Estado pague sem saber porque o faz, se é legítimo ou não?

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Estranho quem acha que o Estado só tem deveres, enquanto os privados que negoceiam com o Estado só têm direitos.

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É aqui que entra a auditoria que o Bloco de Esquerda tem exigido e a grande divergência com o Governo: nós achamos que se deve investigar antes de pagar, enquanto o Governo quer pagar e só depois avaliar o resultado da auditoria.

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Nessa altura [Março de 2021] se verificará a dimensão da injeção de capital que o Novo Banco reivindicará, se é mais ou menos do que os 476 milhões que discutem nesta fase.

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Um Estado de bem é aquele que defende o dinheiro público e não se deixa roubar.

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[André Ventura] fez a tripla [votou contra, absteve-se e votou a favor] de quem não tem espinha dorsal, não quer afrontar os poderes do sistema financeiro nem ficar fora de nenhuma fotografia que ache apetecível.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Agora o PCP [ao realizar o congresso] tornou-se um “filho” num reino de “enteados”, ou seja, passa para a opinião pública a ideia de que quer usufruir de regalias e privilégios que os “outros” não podem ter no estado de excepção.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


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