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Vale a pena perguntarmo-nos sobre a vida que vem depois deste Orçamento
de manta de retalhos.
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O facto é que não haverá crise política neste inverno.
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O Governo preparará uma crise no fim de 2021, logo depois das
autárquicas, se o puder fazer. Não é defeito, é feitio.
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A vítima colateral [da ‘cheguificação’ da direita] é o PS,
que, sempre longe da maioria absoluta, só poderá governar se fizer um acordo
com a esquerda.
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Na verdade, o PS não cedeu agora em nenhuma das propostas
essenciais da esquerda, mas já admite que terá de as negociar.
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O desemprego e a falta de médicos vão ser cruéis para este tabu em
cada dia de 2021, e não vejo como o PS governará no futuro se não abdicar dele.
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Diz a Comissão [Europeia] que só há três países — Portugal,
Bélgica e Finlândia — cujo Orçamento para 2021, retirando as medidas
provisórias, opera um “impulso negativo” ou uma contração.
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O Orçamento não precisava de uma panóplia de promessas, exigia
soluções para a saúde e garantias de que não somos atropelados pelo desemprego.
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Se o Governo ou os partidos não percebem que a covid é um novo
mundo, é melhor que olhem para as urgências dos hospitais e percebam onde não
têm o direito de falhar.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Os últimos dias deixaram o Governo de gatas, com um Orçamento nas
mãos que não quis e de que discorda.
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Costa já não é o hábil da política, é o lábil do Parlamento.
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Costa não perdeu o juízo, perdeu a força.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Há um risco de termos um surto de abstenção, o que diminui
objetivamente a legitimidade dos eleitos.
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Agora que faltam curtos 60 dias para as eleições, está o
Parlamento a trabalhar em alternativas para alargar os mecanismos de
participação?
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Se não houver discussão e transparência agora, as presidenciais
correrão riscos.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
Os limites definidos para o estado de emergência foram pensados
para momentos de... emergência.
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Em vez de debater o congresso com os comunistas, o PSD quis
debater a sua proibição com o governo.
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Ao manter o seu congresso, o PCP
afastou-se dos sentimentos populares. Já quem o quis proibir, afastou-se dos
valores democráticos.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
O PCP devia desde o
primeiro minuto ser prudente e adiar o congresso.
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À
cabeça, não havia nenhuma razão para não o fazer, porque ninguém estava a
querer coarctar a liberdade do PCP como partido político.
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Se o
PCP o podia ter feito há meses, agora já não o pode fazer, porque se meteu num
beco sem saída que o levou a um erro político e a uma ofensiva que, agora sim,
é contra o PCP e a sua liberdade política.
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Agora o
PCP tornou-se um “filho” num reino de “enteados”, ou seja, passa para a opinião
pública a ideia de que quer usufruir de regalias e privilégios que os “outros”
não podem ter no estado de excepção.
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Para o
PCP, ter-se deixado encurralar nesta imagem é meio caminho andado para ajudar a
engrossar a tribo do Chega, associando o partido aos privilégios dos “políticos”.
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O PCP
ajuda assim uma campanha antidemocrática de demonização dos “políticos” cujas
consequências vão depois cair em cima de todos.
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O PCP
tem razão na denúncia da duplicidade, mas escusava de se pôr a jeito.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Do atentado de Timothy
McVeigh em Oklahoma, em 1995, que fez 168
mortos, até ao ataque de Breivik, a média anual foram 6,5 incidentes
relacionados com a extrema-direita.
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Chegamos
ao fim desta década com quase três vezes mais ataques terroristas no Ocidente
levados a cabo por neonazis e afins (17,2%) que por jihadistas (6,8%).
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A
extrema-direita é muito mais letal, até pela sua infiltração nas
forças armadas e nas forças
policiais. Os ataques de extrema-direita cresceram
320% nos últimos cinco anos: com 58 ataques e 77
mortos por ano de média.
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60% dos
atentados de extrema-direita são cometidos por lobos solitários, indivíduos não relacionados com qualquer grupo.
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O
radicalismo racista e xenófobo está a atrair gente cada vez mais jovem no Reino Unido.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
As
origens de Maradona não são apenas humildes, são o resultado da pobreza óbvia,
não de um povo, mas um continente inteiro.
João André Costa, “Público” (sem link)
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