(…)
O discurso supremacista
branco e a violência racial vão continuar a ser um trunfo importante para a
extrema-direita trumpista. Tem povo e tem ódio suficiente para fazer uma agenda.
(…)
Nas eleições de 2016, os
operários brancos votaram no republicano por uma diferença de 40 pontos
percentuais, que agora diminuiu.
(…)
O resultado da Geórgia é o
que mais assusta os republicanos, porque os ameaça num dos Estados em que
tinham supremacia histórica e mostra como a demografia do Sul tem mudado.
(…)
Mas a diferença essencial
está no sucesso da campanha de inscrição no recenseamento eleitoral, que levou
800 mil pessoas, sobretudo negros, a registarem-se .
(…)
A necropolítica, que é uma
das raízes da história secular dos Estados Unidos e que se exprimiu no passado
pela escravatura e depois pelas leis discriminatórias, revive agora sob o
legado de Trump.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem
link)
Para proteger essa escolha
[do CH], Rio veio explicar que ocorreu o ansiado milagre da moderação de
Ventura.
(…)
[Rio] concorda com o
objetivo de reduzir o apoio aos pobres por via do RSI (para metade, diz o
Chega).
(…)
Se se perguntar se há um
estudo que diga que essas pessoas recebem o que não deviam, ou se o PSD tem
ideia de como criar dez mil empregos açorianos num ano, a resposta é o silêncio.
(…)
Em 2019 havia nos Açores uma
taxa de desemprego superior à média do país (7,9% para 6,5%).
(…)
Assim, a privação material
severa, a pobreza extrema, atingia 13,1% da população, quando a média nacional
era de 5,6%. Das 32 mil pessoas pobres, somente dois terços recebiam o RSI,
cerca de 21 mil.
(…)
Parece que o objetivo do
governo das direitas e extrema-direita é retirar esse pequeno apoio (a média do
RSI é de 120 euros) a dez mil pessoas.
(…)
A explicação é que convinha
anunciar esta crueldade contra os pobres.
Francisco
Louçã, “Expresso” (sem link)
Na saúde, os hospitais
entram em triagem e o número de mortos vai derrubando o mito da comparação com
a gripe.
(…)
Na economia, a recessão
aprofunda-se em falências, desemprego e pobreza.
(…)
O Estado vai ter mais
recessão, mais défice e mais dívida, mas tem de largar mais dinheiro sobre a
saúde, Segurança Social e economia.
(…)
Não é profecia, é leitura: à
fezada do confinamento suave impôs-se a realidade dura.
(…)
O défice deste ano nem
sequer vem especialmente do aumento da despesa, mas da perda das receitas e da
contração do PIB.
(…)
Em vários países, a
ansiedade vai-se transformando em agressividade, e esta em focos de violência
ante a sedução de partidos populistas que culpam um “outro” qualquer.
(…)
É preciso que o Estado
português invista mais no futuro e gaste mais no presente.
Pedro
Santos Guerreiro, “Expresso” (sem
link)
A pressa [do PSD em chegar a
acordo com o CH] foi péssima conselheira e, no que é essencial, foi condenável
do ponto de vista dos princípios.
(…)
De outras paragens, sabemos
o que acontece quando por oportunismo os partidos moderados acolhem
extremistas: são contagiados, os termos do debate no espaço público degradam-se
e as democracias empobrecem.
(…)
[Rio] esquece que estamos,
pela primeira vez, face a uma representação parlamentar que questiona o
consenso constitucional fundador do regime.
(…)
O Chega questiona o
Humanismo que é o nosso chão comum.
(…)
Já era tempo de termos
aprendido que o vírus do autoritarismo não regressa sempre de botas cardadas.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
Desejando que Ventura se
converta ao racismo moderado, Rui Rio alegrou-se por o Chega não ter exigido
“compromissos fascistas”.
(…)
[Foi na Andaluzia] onde um
acordo do PP [espanhol] com o Vox foi a rampa de lançamento para a
extrema-direita se afirmar como aceitável e não mais parar de crescer.
(…)
O Chega entrou pela porta
grande a que há muito batia.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem link)
[A
Alemanha] transformou os campos de concentração do regime nazi em
extraordinários centros de memória e documentação, que os jovens visitam
obrigatoriamente com as suas escolas, para que ninguém possa dizer que não sabe
o que ali aconteceu.
(…)
[A
cidade de Nuremberga decidiu que] vai restaurá-lo [ o Parque Zepellin, local
emblemático do nazismo] para que se junte a todos os outros locais que contam o
horror nazi, na esperança de que o conhecimento trazido por estes espaços seja
suficiente para que ninguém queira ver repetido o que ali se passou.
Patrícia Carvalho, “Público” (sem link)
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