(…)
A história demonstra como a ciência acaba por
se afirmar.
(…)
Portugal teve momentos em que soube evoluir com
a ciência para ser um modelo no mundo.
(…)
Um exemplo disso ocorreu há 20 anos: contra
todas as posições internacionais e as oposições conservadoras, mudou-se o
paradigma na forma como a sociedade
encarava os consumidores de drogas.
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O modelo proibicionista sofreu uma pesada
derrota.
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Os argumentos do contra eram batidos, sem
grande imaginação, e procuravam cavalgar o senso comum mundial e o medo social.
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A oposição de direita mentia sobre o futuro
para impor o seu conservadorismo.
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É na esteira deste caminho inovador, que trouxe
sucesso ao nosso país, que se debate a legalização da
canábis para uso pessoal.
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[O modelo proibicionista] atira os usuários
para as mãos de um mercado negro, muito lucrativo e explorado pelo crime
organizado, e não garante qualquer controlo sobre a qualidade das drogas.
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Em duas décadas, a direita conservadora, apesar
de derrotada pela realidade, insiste em preconceitos ou ideias feitas, como se
viu no debate parlamentar.
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Como no passado, esta direita conservadora não
faz parte do progresso e fica ao lado de quem quer tudo como está: os
narcotraficantes.
(…)
Está aberta a porta à legalização da canábis
para uso pessoal no processo que agora se iniciou no parlamento.
Pedro Filipe Soares,
“Público” (sem
link)
O ato praticado pela CML
merece pleno repúdio, uma investigação cuidada e apuramento pleno de
responsabilidade.
(…)
As questões levantadas
sobre a nomeação de Pedro Adão e Silva - insultado e achincalhado por formas
miseráveis - são complexas e profundas.
(…)
Uma parte da Direita nunca
digeriu o 25 de Abril.
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O avanço da extrema-direita
e do fascismo permitiu que se fossem instalando no país forças com práticas
organizativas e procedimentos muito ofensivos.
(…)
A pandemia veio acentuar
este bloqueio [para o debate democrático] e a comunicação social, onde
proliferam comentadores cujo pensamento próprio é o disparate, a ignorância
arrogante, ou a improvisação para parecer diferente, ajuda à "festa".
(…)
A Direita foi, no seu todo,
arrastada para posições da extrema-direita por razões bem evidentes.
(…)
O guião que a Direita segue
passa por colocar o debate político no estado de terra queimada, de inculcar na
opinião pública a ideia de que quem exerce cargos públicos é potencialmente
corrupto e está lá para enriquecer.
(…)
Quanto mais avançar esta campanha
mais se esgota a disponibilidade de pessoas sérias, e com sentido ético, para
desempenharem cargos de governação ou de serviço público.
É mais do que provável que o regime de Putin não
precisasse da ajuda da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para saber os dados
pessoais dos três dissidentes que quiseram organizar uma manifestação
(…)
Este é um caso gravíssimo
que abala o mandato e marcará a campanha autárquica de Fernando Medina em
Lisboa.
(…)
Se, à luz do que se sabe
até agora, pedir a demissão de Medina é demagogia (…), também ninguém poderá
viver em descanso sem saber, até às últimas consequências, o que terá
acontecido no passado.
(…)
Exige-se uma investigação
aos procedimentos passados da CML neste tipo de situações.
(…)
E agora, o mínimo: é
fundamental conceder protecção aos três dissidentes em Portugal, assim como
acompanhamento em solo russo (até porque têm dupla nacionalidade).
(…)
Parece que ninguém
imaginaria que tal fosse possível, tal o grau de surpresa que invadiu a
sociedade civil, a classe política e Comunicação Social.
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Governos, ministérios,
empresas, organizações, receberam ou não informações sobre quem organiza
manifestações, reuniões e actividades públicas? É que, se assim for, está em
causa o regime.
A convenção do MEL correu mal, primeiro
porque a defesa do regime salazarista-caetanista tornou-se incómoda.
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Com as palavras de Rio sobre o
posicionamento ideológico do PSD, a captura do partido para a tribo ainda não foi
conseguida.
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Acho demasiado cobarde, e percebo como pôr a
independência e liberdade de pensar e de falar antes da carreira, do dinheiro e
dos 15 minutos de fama tribal incomodam muito.
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A vitimização é uma técnica conhecida para
suscitar simpatia, muito usada por quem tem por tradição e hábito o ataque
pessoal.
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[O nazismo trouxe] a ausência de lei e de
liberdade, de sindicatos, de direitos laborais, o papel da economia
militarizada, mais de um milhão de presos políticos, trabalhos forçados de
estrangeiros, seis milhões de mortos no Holocausto, 25 milhões de mortos na
guerra na URSS, sete milhões na própria Alemanha, execuções em massa, etc.,
etc., tudo com apoio popular – se houvesse eleições, Hitler ganhava-as.
(…)
É suposto que nada, a começar por estatísticas,
seja apresentado com uma série de conclusões sem contexto, ainda por cima em
matérias que são densas de significado político.
(…)
Em 2021, [Nuno Palma e João Miguel Tavares] são
radicais de direita de uma actual geração, cujas intervenções públicas vivem da
defesa de governos “fortes” da TINA, a que chamam “anti-socialistas”, ligados
aos interesses económicos.
(…)
São tradicionalistas quando lhes convém,
radicalizados em política, todos despachados em matérias de alguns costumes,
mas não quanto aos direitos sociais.
(…)
Não são genuínos conservadores, acham
socialista a doutrina social da Igreja, e o actual Papa um comunista
disfarçado, não têm uma mínima empatia com os mais fracos, os excluídos.
(…)
Eles estão a fazer propaganda política, mas não
assumem que seja isto que estão a fazer.
(…)
Não sabem nada da história portuguesa do século
XX, e o mais grave é que não querem saber.
(…)
Eu aconselho-os a estudar, mas não tenho
nenhuma dúvida de que não vão aprender.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
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