domingo, 6 de junho de 2021

MAIS CITAÇÕES (133)

 
Numa altura em que a direita radical tenta recuperar o conjunto da sua história no século XX, ou seja, os 48 anos em que governou Portugal em ditadura (…) vale a pena olhar para o que foi esse período negro da nossa vida colectiva.

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Só a Censura tinha uma história longa e exemplar para contar, mas não havia só Censura, havia falsificações, fake news, com a publicação pela Legião Portuguesa e pela PIDE de documentos falsos, disfarçados de verdadeiros. 

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Desde Salazar, mentindo publicamente sobre o assassinato de Delgado, ao legionário da esquina, a falsidade era o corrente. A falsidade, a calúnia e a difamação como instrumento de ataque aos opositores.

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[Mário Sottomayor] Cardia é acusado de roubar dinheiro nos vestiários da Cidade Universitária para ir cear ao restaurante Mónaco, de onde saía embriagado, e de ter sido protegido pela PIDE por ter participado num atentado à bomba.

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Aliás, a mesma propensão dos valentes polícias e pides para baterem em homens de constituição frágil [como Cardia] provou-a Urbano Tavares Rodrigues.

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Eu, aos do MEL, do Observador, dos novos think tanks e da galáxia comunicacional cada vez mais vasta, percebo-os bem de mais. (…) o que os irrita é não poderem assumir uma inocência que a sombra dos 48 anos de governo da direita em ditadura lhes tira.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Todo o discurso público sobre a pandemia está neste estado [disparar para todos os lados]. Porque, chegados ao momento de abrir, o hábito do medo nos faz hesitar. 

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Em Lisboa, as condições em que vivem muitos imigrantes ou as casas dos estudantes de Erasmus parecem ser mais preocupantes.

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A política deve ponderar a saúde pública, nela incluindo os efeitos da pandemia e do adiamento do regresso à vida normal.

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E uma vantagem sobre outros países: somos dos europeus com menor resistência à vacina. 

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Em cada cabeça há uma sentença porque o discurso andou desfasado da realidade pandémica. 

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Mesmo com a variante indiana, a preo­cupação das autoridades já não é com a saúde pública. É a péssima publicidade de um recuo no desconfinamento em Lisboa ou noutras regiões populosas. 

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Parte do esforço que andamos a fazer já não corresponde à defesa de vidas ou à ponderação de riscos, mas ao cumprimento de metas burocráticas.

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Não estando em causa a defesa da vida, mas a vinda de turistas ingleses, é aceitável impor restrições à liberdade?

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Estamos a conseguir transformar um recurso magnífico num pesadelo destrutivo. Trata-se das megacentrais solares.

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O país tem nas energias limpas, incluindo a solar, um sector esperançoso de que se pode francamente orgulhar.

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Esta excelente oportunidade começa a revelar-se um pesadelo em muitos locais e para muita gente, devido à forma arbitrária como se tem preparado a sua instalação e extensão.

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O país é apenas um mapa e riscam-se por cima dele os projetos e já está.

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É sobretudo pela rapidez atabalhoada com que se quer executar estas megacentrais antes que as pessoas deem por isso, opinem e se manifestem ou tenham sequer tempo de reagir.

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Tudo feito depressa e a eito, fragmentando as paisagens, sem uma base de planeamento mínimo e sem consultas públicas sérias.

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A população e a economia local parecem ser um estorvo e o respeito pela vida dos outros, um entrave.

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Com uma pressa que lembra uma intenção furtiva, atropelam-se todas as regras que vão desde a decência e bom senso até à própria lei.

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[Continuamos] com a nossa crónica falta de efetividade de ordenamento e planeamento do território, a insistir nos erros de sempre.

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Temos sorte com o solar, com a sua abundância e com o seu aproveitamento fotovoltaico. Era o que faltava acabarmos agora eletrocutados pela má condução dos projetos para a sua instalação.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Afinal, os políticos têm, em doses desiguais, um misto de fascínio em relação à popularidade do desporto-rei com temor reverencial face à sua propalada influência social.

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Esta combinação cria um terreno fértil para que a relação entre política e futebol tenda para o disparate.

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Disseminou-se a ideia de que, por ser um fenómeno de popularidade sem paralelo, é impossível contrariar os desejos vindos do mundo do futebol.

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O primeiro [equívoco] é pressupor que os adeptos, por mais paixão que tenham pelo jogo (é o meu caso), são falhos de discernimento e incapazes de separar a filiação clubística da racionalidade política.

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Por definição, quem tem responsabilidades políticas deveria manter uma distância de segurança em relação ao mundo do futebol. 

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

Marrocos usa vidas humanas para fins políticos.

Abdulah Arabi (Frente Polisário), “Expresso” (sem link)


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