Atrás destas portas, agora fechadas, estão muitas pessoas em greve de fome
há cerca de 48 dias. Na semana passada, quando fui conhecer a sua situação e
manifestar a minha solidariedade, as portas ainda estavam abertas. A
irredutibilidade do governo belga face ao apelo para a sua regularização, a que
já se juntaram tantas pessoas, associações e ONGs, agravou a situação. Fecharam
as portas da igreja e não permitem que nenhum tipo de auxílio entre. Estão a
usar as suas vidas e os seus corpos porque é tudo o que lhes resta nesta luta
desigual.
A maior parte deles está há mais de 10 anos na Bélgica e continua sem
papéis, embora muitos trabalhem em repartições e serviços públicos do mesmo
Estado que lhes recusa os documentos.
Este é apenas um dos três locais onde em Bruxelas mais de 500 pessoas estão
dispostas a morrer pelo seu direito fundamental a um documento. (Marisa Matias)
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