sábado, 3 de julho de 2021

CITAÇÕES

 
Governos e empresas que tudo fazem para manter a normalidade do capitalismo fóssil são criminosos contra o conjunto da Humanidade.

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As ondas de calor longas e de temperaturas muito elevadas são fenómenos de mortandade extrema.

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Se durante a noite a temperatura não baixa, corpos, materiais, todo o ambiente se degrada e a qualidade do ar baixa drasticamente.

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Quando uma onda de calor dura mais do que três ou quatro dias, as infra-estruturas que garantiriam a segurança deixam de ser factores diferenciadores porque colapsam. 

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A crise climática é uma crise global. É também um crime global.

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Os fenómenos climáticos extremos são consequência directa da acção do capitalismo fóssil. 

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Os responsáveis, quer políticos, quer empresariais, pela continuação da existência dos principais emissores de gases com efeito de estufa, são criminosos contra a Humanidade, actual e futura.

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Apesar de este crime ser inequívoco, não só não é punido, como a sua continuação não é sequer dissuadida.

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O sistema legal não está equipado para lidar com estes crimes. As instituições políticas criadas sob e para a manutenção do capitalismo tampouco.

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A crise climática e os crimes climáticos não serão resolvidos pelas instituições actuais.

João Camargo, “Público” (sem link)

 

Voltou a confusão sobre o que fazer com as regras orçamentais europeias. 

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Olaf Scholz, ministro das Finanças de Merkel e candidato social-democrata às próximas eleições, (…) repetiu em março que [as regras orçamentais europeias] já são suficientemente flexíveis e há dias fechou o assunto, fica como está. 

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O problema é que a obediência ao diktat não basta para as economias mais aflitas. 

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[Klaas Knot, governador do Banco da Holanda] sabe que, se as regras não mudam, os resultados serão sempre maus para os perdedores deste contrato.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Foi há dois anos, em julho de 2019, que um grupo de deputados do PSD e do CDS (…) [decidiu] lançar uma campanha contra a lei que foi aprovada para proteger o direito de cada pessoa à sua identidade e expressão.

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O que resulta do mais elementar respeito pelos direitos humanos, nos quais se inclui o direito à identidade e ao livre desenvolvimento, foi então tratado como um crime de lesa-pátria.

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Proteger, nas escolas, o direito de crianças e jovens a serem quem são foi tratado por um deputado do PSD como “porcaria”. Tudo lamentável.

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O delírio desse grupo de deputados, sem outro programa estival que não fosse transformar o respeito pelas pessoas trans numa arma de arremesso partidário, passava por questionar a constitucionalidade da lei por um suposto “endoutrinamento de género”.

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Passados dois anos, o Tribunal Constitucional pronunciou-se e rechaçou os argumentos substanciais dos deputados que queriam anular a lei.

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Assim, a lei que fizemos em 2018, que deu um passo seguro no respeito pelas identidades trans e na simplificação da alteração de nome e registo de sexo no registo civil, mantém-se. 

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A discriminação e o bullying de jovens trans é um problema sério.

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As escolas têm um papel fundamental em dar esse sinal de respeito e reconhecimento, protegendo contra o preconceito.

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É a proteção das crianças que deve prevalecer. 

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O direito à identidade e expressão de género, bem como todos os direitos LGBTI+, são uma parte constitutiva dos direitos humanos.

José Soeiro, “Expresso” Diário 


O Brasil passou a marca de 500 mil mortos por covid-19. Um número dantesco, cuja dimensão é bem maior do que a dos dados oficiais.

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Bolsonaro é o rosto desse flagelo, o Presidente que rejeitou publicamente a ciência e insultou cada uma das vítimas da doença que ele dizia ser “uma gripezinha”.

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A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI) está a investigar a atuação de Bolsonaro e do seu governo na resposta pandémica e as provas reunidas são assustadoras.

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Agora sabemos que Bolsonaro tinha muitos empresários amigos que faziam negócio com a venda de cloroquina e de hidroxicloroquina e tinham interesse nessa promoção.

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Foi o próprio presidente que falou com o seu homologo indiano para garantir que os seus amigos conseguiam ultrapassar as dificuldades alfandegárias. Só por isso ele merece o impeachement.

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Já a compra de vacinas é um caso claro de corrupção. Correção: não é um caso, são dois casos com duas vacinas diferentes.

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Bolsonaro terá sido informado de todo o processo e não mexeu uma palha. Só por isso Bolsonaro merece o impeachement.

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Bolsonaro reconhece que foi alertado para o esquema de corrupção [no caso da Covaxim] e nada fez alega em sua defesa que o negócio não se fez.

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Mas a intenção de corrupção também é crime, pactuar com isso faz dele um criminoso. Só por isso Bolsonaro merece o impeachement.

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A CPI demonstra que Bolsonaro e o seu governo estão no centro de enormes teias de corrupção, nas quais até os militares são figuras principais.

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É cada vez mais uma certeza: o impeachment não só é inevitável, como uma questão de higiene democrática e reposição da legalidade.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)


Em tempo de paz, nunca, como ao longo desta pandemia, os governos de todo Mundo despejaram tanto dinheiro sob a forma de crédito e subvenções sobre as economias. 

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Nem o mais ferrenho dos liberais teve coragem de protestar contra "o despesismo" [em cuidados de saúde].

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No processo de construção de respostas aos impactos da pandemia, o Governo português destacou-se como um dos que mais apostaram nas moratórias, em detrimento de subvenções.

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Agora, que as moratórias estão a terminar, talvez o caminho seguido se confirme como irracional.

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No caso das moratórias, a responsabilidade pelo pagamento diferido no tempo incumbe a cada devedor em separado, é individualizada. No caso das subvenções, essa responsabilidade incumbe ao Estado, ou seja, a todos nós, mutualizando assim a dívida.

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No nosso entender, o Governo fez uma opção errada. No lugar de uma dívida mutualizada que o país teria de enfrentar coletivamente, temos agora uma multidão de dívidas privadas a que cada um por si, uns mais do que outros, terá de fazer face. 

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Neste quadro, as políticas em socorro dos setores mais afetados devem ser acompanhadas por outras de estímulo aos setores capazes de induzir arrastamento económico com potencial de criação de emprego com qualidade.


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