domingo, 4 de julho de 2021

MAIS CITAÇÕES (137)

 
Andamos a jogar aos dados como se os dados não fossem o que são as nossas vidas.

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O país tem andado perigosamente distraído da gravidade do destrambelho sobre o uso dos nossos dados pessoais.

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A verdade é que, sem darmos conta, com a maior das facilidades, damos o nome, o número de cartão de cidadão, a morada, o contacto e sei lá mais o quê.

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A quase totalidade de nós acha que os dados pessoais são uma simples informação sem relevo especial e que a sua partilha não tem mal algum – mas tem.

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É com os nossos dados que trabalha a política de vigilância generalizada e é com os nossos dados que trabalha o mercado agressivo.

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Sabe-se o que dizem, o que escrevem, o que ouvem e veem, com quem falam, para onde viajam, o que comem, a que deus oram.

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[Para os mercados] os cidadãos são consumidores a orientar, como rebanho, para os bens e serviços a vender.

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A proteção dos dados pessoais é, hoje, um campo de confronto político de alta intensidade.

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As lutas ela salvaguarda da privacidade e por uma Administração Pública ativamente comprometida com a proteção dos dados pessoais dos cidadãos não são lutas contra o progresso.

José Manuel Pureza, “Visão” (sem link)

 

Quem deve milhares de euros ao banco tem um problema. Se deve milhões é o banco que o tem. Se deve centenas de milhões ao banco público e ao privado que está a ser pago pelos contribuintes o problema é nosso.

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Do assalto ao BCP, em 2007, à renegociação do novo acordo em torno da Coleção Berardo, em 2016, passando por decisões de comissários socratistas na banca, há incompetências, cumplicidades e crimes de agentes políticos que acabarão por ser julgados. 

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Agora, são os subalternos que fazem os jogos das velhas famílias.

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A política, como o dinheiro, ergue e destrói coisas boas e más. E se foi ela que ajudou Berardo a safar-se, foi ela que o ajudou a tramar-se.

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Mas os que contribuíram para o tramar têm nomes: Mariana Mortágua, Cecília Meireles e Duarte Marques.

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E não esteve lá, porque nunca está onde se trabalha, o deputado que depois veio falar da “limpeza” do país. Esse só aparece para apanhar as canas.

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O que tramou Berardo foi ser um espalha-brasas. 

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Quando o atrevimento vem de um devedor em queda, o malandro deixa de ter graça.

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Lá se vai o mito do self-made man quando se sabe com quantas golpadas se pode fazer uma fortuna. 

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Esta história nada inédita do nosso capitalismo sem capital só chega à justiça porque a crise financeira e a falência do BES destaparam as vergonhas nacionais.

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Foi a boçalidade de Berardo no Parlamento que tornou o assalto intolerável e a estadia na prisão mais provável. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A crise financeira, a crise pandémica e a crise climática imbricam-se nestas duas décadas e continuarão a determinar a nossa vida dura e duradouramente.

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Entre muitas mudanças, uma coisa que se alterou profundamente foi a relação pública aos espaços verdes urbanos.

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Em simultâneo, as políticas públicas, sobretudo por impulso comunitário, revalorizaram estes espaços, que o público estava a revalorizar também.

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A cidadania ganhou desenvoltura e a necessidade aguçou a atenção e mesmo a inspeção ao destino que é dado aos bens públicos urbanos. E assim têm surgido vários movimentos cívicos um pouco por todo o país.

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A procura dos espaços verdes urbanos pela população e as políticas públicas para a sua conservação e reabilitação irão seguramente reforçar-se.

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Não é possível considerar que estes espaços têm de ser todos transformados em lugares frenéticos de recreio público, inundados de esplanadas, restaurantes, cafetarias, ecrãs, animação, etc.

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Dos espaços verdes faz parte a sua atmosfera de silêncio e paz, a qual, nalguns casos, é um dado vital da sua história e identidade.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)


Há dois meses, Odemira era o tema do ciclo noticioso e o foco central da gestão da pandemia.

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O olhar crítico sobre o concelho deveria focar-se no que é particular da região: a forma como a expansão descontrolada da agricultura intensiva ameaça a sustentabilidade do território.

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A área metropolitana [de Lisboa] pode bem ser uma gigantesca Odemira, uma região na qual coexistem todas as dinâmicas negativas que foram anuncia­das no litoral alentejano, mesmo que não presentes em toda a sua extensão.

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Se procuram uma explicação para o que se repete na região de Lisboa a cada nova vaga da pandemia, devem procurá-la na confluência de níveis elevados de precariedade laboral (…) com condições de habitação frágeis e de escassa salubridade, potenciada por enorme mobilidade entre concelhos. 

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Alguém acredita que a população migrante, muita dela que nem sequer domina o português, chega a ser testada e rastreada pela saúde pública numa área metropolitana?

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É nos territórios desiguais que o vírus encontra terreno fértil.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

Caro Joe Berardo, processe-me: chamo a isto uma fraude de colarinho branco, foi mesmo aldrabice que andaram a fazer naquela instituição, já estou farto das mentiras

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Outra coisa nunca vista, um advogado, caramba, um advogado detido, como é possível?

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Só é possível se os indícios forem fortes e só é possível porque é a Caixa que está nisto, é o Estado o lesado.

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Santos Ferreira trabalhou a vida toda no sistema financeiro, já levava anos de banca no grupo Champalimaud quando chegou à Caixa.

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Mas então e Armando Vara, que banqueiro nunca fora até lhe ser entregue aquele poder na Caixa e no BCP?

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Até 2016, a Caixa teve mais administrações que terão de explicar se defenderam os interesses do banco.

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Não foi só o Ministério Público que acordou em 2019, foi a Caixa depois de 2016, após a entrada de Paulo Macedo. 

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)


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