(…)
Se
C.G.P. [Carlos Guimarães Pinto] prefere ocultar o conservadorismo racista
daqueles seus heróis, em contrapartida dedica-se corajosamente à defesa do seu
apoio a ditaduras.
(…)
[Para
Hayek] era mesmo para “prevenir os abusos da democracia”, o que Salazar ia
fazendo à sua maneira.
(…)
Diz o
nosso polemista [CGP] que, sim senhor, os governantes chilenos [do tempo da
ditadura] eram discípulos diletos de Friedman.
(…)
O que
se sabe é que os tais discípulos que eram ministros da ditadura chacinaram
alegremente milhares dos seus concidadãos e que, quando os três profetas os
visitaram, nenhum teve a presença de espírito de lembrar essa inconveniência
dos direitos humanos.
(…)
Pior,
aqueles liberais escreveram e repetiram que o liberalismo económico pode
dispensar a democracia.
(…)
No
isolamento da sua [de Pinochet] ditadura, o apoio daqueles senhores foi um
bálsamo.
(…)
Mas a
tese de que uma ditadura pode ser o caminho para o sucesso de medidas
económicas liberais tem colossais consequências.
(…)
Se
esta traição ensina alguma coisa é que aqueles profetas da “democracia liberal”
renegaram a democracia e, portanto, a liberdade.
Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)
Infelizmente pairam no ar problemas que
nos trazem enormes desafios.
(…)
[As alterações climáticas] transportam um
enorme potencial de conflitos e evidenciam a necessidade de mudanças nos
comportamentos, nas formas de organização da economia e no funcionamento das sociedades.
(…)
Esses objetivos não se atingirão com
políticas que privilegiam o negócio, que endeusam o mercado e secundarizam a
solidariedade entre povos e países.
(…)
Enquanto a vitalidade democrática das
sociedades se esvai, as companhias farmacêuticas, as grandes tecnológicas e
especuladores financeiros obtêm lucros escandalosos.
(…)
As políticas da União Europeia para
resposta à crise continuarão insuficientes e pouco sólidas.
(…)
As opções que estão a ser assumidas
respondem ao cerne dos problemas que marcam "o estado da Nação"?
(…)
A revitalização da participação cívica e
da democracia, a análise das causas (e efeitos) profundas das desigualdades e a
necessidade de se valorizar o trabalho devem caber nas prioridades da campanha
eleitoral autárquica.
(…)
A economia não pode ser só negócio e não
se consolida investimento com manobrismos antilaborais.
Só nos
primeiros meses deste ano, depois das vagas de calor e incêndios nos EUA,
Canadá ou Grécia, e as cheias no centro da Europa ou em vários países
asiáticos, o caos climático matou milhares.
(…)
Depois
de todos os avisos e alertas do passado, a conclusão mais recente é
avassaladora: as alterações climáticas vão chegar mais cedo e com mais força
que o até agora previsto.
(…)
A
poluição por carbono atingiu níveis tão elevados que a meta traçada pelo Acordo
de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até ao final do
século será ultrapassada em 15 anos.
(…)
A
questão já não é se a humanidade está em guerra com o planeta, é o que faremos
com o pouco tempo que resta para agir.
(…)
Aqueles
que apoucavam Greta Thunberg como demasiado catastrofista
ou atacavam os jovens que se manifestavam exigindo salvar o planeta, não
conseguem mais negar que a mudança é urgente.
(…)
A nossa economia e a forma como nos organizamos são a raiz do problema, sem
encarar esta realidade nada de relevante acontecerá e o resultado será
aterrador.
(…)
Insistir
que será o mercado a resolver os problemas que o mercado criou, como é o caso
do comércio de carbono, é premiar com milhares de milhões os grandes poluidores.
(…)
As
discussões internacionais sobre o combate às alterações climáticas dão muito
mais atenção à concorrência entre as várias economias do que em reduzir a fundo
as emissões.
(…)
É urgente reduzir as emissões e adaptar o território e isso
pode até criar emprego enquanto o fazemos.
(…)
Reduzir
as emissões significa mesmo isso, uma verdadeira redução das emissões de gases
com efeitos de estufa nos setores mais poluentes.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)
Ultimamente, preocupações pertinentes relativas à
administração da vacina Janssen em pessoas trans e não-binárias têm
sido levantadas.
(…)
Damos de caras com um problema: a sistemática exclusão da
comunidade trans na investigação científica e clínica.
(…)
Estamos
perante um processo de vacinação global e maciço, e mesmo nesta situação, a
população trans não é incluída nos ensaios clínicos.
(…)
Nesta
situação de indefinição, pessoas trans e não-binárias têm procurado a
administração de outras vacinas existentes, e são múltiplos os relatos de
discriminação nos centros de vacinação.
(…)
Somos milhares de pessoas excluídas de normas de saúde
pública da DGS.
(…)
A inclusão
explícita de pessoas trans e não-binárias nas normas clínicas onde o género e
sexo são factores de relevância é essencial para a nossa [dos trans]
segurança.
Gil Ubaldo, “Público” (sem link)
A
xenofobia resulta do medo que o lugar onde se nasceu deixe de ser um
privilégio.
(…)
O
mundo é a casa dos humanos e só razões inultrapassáveis podem impedir que eles
mudem de divisão.
(…)
Todos
os que fazem deste país um lugar do mundo deviam poder ser portugueses se for
essa a sua vontade.
(…)
Todos devemos
obediência [à lei] por igual e todos temos, por igual, o direito a construir,
contestar e mudar a lei e os costumes que nos regem.
(…)
Os que
exigem que os naturalizados obedeçam à lei, mas não lhes permitem contestar
livremente o que acham estar errado, não querem cidadãos, querem criados.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário