Ignorem
o título infeliz deste artigo e leiam até ao fim. Um relato detalhado da
operação bem sucedida para desacreditar a vacina AstraZeneca, de longe a mais
barata das vacinas e a mais fácil de exportar para o mundo subdesenvolvido.
Esta operação, liderada por países produtores de vacinas bem mais caras
(EUA, Alemanha e França), por motivos comerciais e/ou políticos, e com a ajuda
da própria empresa, tem consequências catastróficas para os países mais pobres
e a prazo tb para o mundo desenvolvido com a reemergência de variantes
resistentes.
A fraqueza ou conivência de reguladores nacionais ajudou à festa. Permitiu
que uma estratégia de ataque pelo medo contra a evidência científica
fragilizasse não apenas a vacina que ameaçava a estragar o negócio às outras,
mas a credibilidade de todo o processo de vacinação, alimentando os
negacionistas em todo o mundo.
É fácil promover o negacionismo apontando para a ganância das farmacêuticas e dos Governos que as representam porque a ganância é real, mesmo que o negacionismo não seja. E porque esses Governos, para protegerem os lucros das suas farmacêuticas, não hesitaram em usar a caixa de ferramentas do negacionismo, numa irresponsabilidade de dimensões históricas. (José Gusmão)
A AstraZéneca fez ensaios clínicos como todas as outras e foi aprovada
pelos reguladores. A razão pela qual é mais barata é ter sido desenvolvida numa
Universidade Pública cujos investigadores exigiram que fosse vendida a preço de
custo, como condição para cederem a patente. Depois da AstraZéneca ter sido
descredibilizada, a Pfiser fez um novo contrato com a UE com um preço/dose 50%
mais caro. Deve ter ficado melhor… (José Gusmão)
Sem comentários:
Enviar um comentário