terça-feira, 10 de agosto de 2021

PORQUÊ DESACREDITAR A VACINA ASTRAZENECA?

 

Ignorem o título infeliz deste artigo e leiam até ao fim. Um relato detalhado da operação bem sucedida para desacreditar a vacina AstraZeneca, de longe a mais barata das vacinas e a mais fácil de exportar para o mundo subdesenvolvido.

Esta operação, liderada por países produtores de vacinas bem mais caras (EUA, Alemanha e França), por motivos comerciais e/ou políticos, e com a ajuda da própria empresa, tem consequências catastróficas para os países mais pobres e a prazo tb para o mundo desenvolvido com a reemergência de variantes resistentes.

A fraqueza ou conivência de reguladores nacionais ajudou à festa. Permitiu que uma estratégia de ataque pelo medo contra a evidência científica fragilizasse não apenas a vacina que ameaçava a estragar o negócio às outras, mas a credibilidade de todo o processo de vacinação, alimentando os negacionistas em todo o mundo.

É fácil promover o negacionismo apontando para a ganância das farmacêuticas e dos Governos que as representam porque a ganância é real, mesmo que o negacionismo não seja. E porque esses Governos, para protegerem os lucros das suas farmacêuticas, não hesitaram em usar a caixa de ferramentas do negacionismo, numa irresponsabilidade de dimensões históricas. (José Gusmão)

A AstraZéneca fez ensaios clínicos como todas as outras e foi aprovada pelos reguladores. A razão pela qual é mais barata é ter sido desenvolvida numa Universidade Pública cujos investigadores exigiram que fosse vendida a preço de custo, como condição para cederem a patente. Depois da AstraZéneca ter sido descredibilizada, a Pfiser fez um novo contrato com a UE com um preço/dose 50% mais caro. Deve ter ficado melhor… (José Gusmão)


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