(…)
Não é para o G7 que se deve olhar para antecipar a evolução da
economia, é para Jackson Hole.
(…)
Ao longo de 2020 e 2021, os governos das economias mais poderosas
não hesitaram em responder à crise pandémica com estímulos de grande porte.
(…)
No caso dos Estados Unidos, o aumento da dívida é um recorde
histórico.
(…)
Dos 28 biliões de dólares de títulos que estão nos balanços destes
bancos [centrais], 11,7 biliões foram comprados no último ano e meio. Uma das
discussões de Jackson Hole será o que fazer com este tesouro.
(…)
Provou-se que a política de compra pelos bancos centrais das
emissões de dívida que financiam a atividade pública é consistente, nos casos
em que há independência cambial, e é ainda mais necessária no contexto de uma
crise.
(…)
Se não são criadas compensações fiscais, agrava a desigualdade,
pois valoriza as fortunas baseadas em ativos financeiros.
(…)
Se os juros subirem de novo, os bancos centrais registarão prejuízo.
(…)
Alguns banqueiros querem desativar os programas de compras de
dívida e reduzir os balanços dos bancos centrais.
(…)
Mas em Jackson Hole o que se ouvirá é o conselho de restringir a
emissão monetária e substituir a ação anticrise pela pose majestática dos
bancos centrais.
(…)
O melhor mesmo é não entregar o ouro ao banqueiro e deixar a
democracia decidir sobre a economia.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
O limite do Acordo de Paris [da temperatura média] para 2100 será
ultrapassado já em 2035.
(…)
É a influência humana e não os impactos solares ou vulcânicos e as
variações internas do planeta que, nos anos 2010-2019, determinam o aquecimento
global.
(…)
O perigo no planeta Terra são os humanos, com a sua forma de
produzir, de distribuir e de viver.
(…)
Deste modo, os efeitos da crise
climática na desigualdade entre países e regiões e entre classes sociais (…)
começam a ser vistos como a baliza do custo e da forma de vida no nosso século.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Há aproximadamente um século que nos temos dedicado diligentemente a extrair
carbono que esteve acumulado no subsolo durante milhões de anos e estamos a
colocá-lo na atmosfera.
(…)
Diz ainda o relatório [do Painel
Intergovernamental para as Alterações Climáticas] que, mesmo que parássemos as
emissões agora (…),
a temperatura vai continuar a aumentar, até chegar a 1,5 graus acima da
temperatura histórica,
antes de os seres humanos se dedicarem de forma tão enérgica à tarefa de a alterar.
(…)
A temperatura vai continuar subir e vêm
aí alterações cada vez mais severas, como se tem vindo a observar com os
incêndios e tempestades, ambos de intensidade crescente, um pouco por todo o
mundo.
(…)
Mesmo em
face desta lógica linear, as redes sociais demonstram uma resistência feroz
contra as conclusões do relatório.
(…)
Nestes
dias modernos e de opiniões tão convictas, nem os factos mais gritantes […] conseguem
converter os ferrenhos defensores da teoria que se baseia na natureza cíclica destes fenómenos.
(…)
Uma subida do nível do mar de quatro
metros era o suficiente para só conseguirmos ir ao Terreiro do Paço de canoa.
(…)
Então raciocinemos: se 4,6 milhões de barcos
de pesca rebentaram com 90% dos peixes deste planeta em 50 anos, então os 1400
milhões de carros mais 10 milhões de fábricas mais 1000 milhões de vacas a
mandarem gases para a camada de papel de celofane que embrulha uma bola de
basquete de 40 mil quilómetros durante um
século – sem parar – não têm efeito nenhum?
(…)
Já estava na hora de abrirmos os olhos e
fazermos as mudanças necessárias, antes que a pele comece a soltar-se dos
ossos…
João Correia, “Público”
(sem link)
Sem
quaisquer obrigações ou represálias, a vacinação é um direito e sempre foi
exercido como tal.
(…)
Desta vez a tarefa foi mais exigente, é
certo, feita em contrarrelógio e com um esforço extraordinário de milhares de
profissionais.
(…)
Em várias
paragens a saúde pública não está tão centrada nas pessoas nem os programas de
vacinação são tão cumpridos.
(…)
Em muitos
países há milhões de pessoas que querem ser vacinadas e sem acesso às vacinas
que ficam no congelador.
(…)
[O
negacionismo] existe há séculos e está bem documentado ao longo da história.
(…)
[Há
muitos] exemplos históricos de negacionismo, uns mais boçais outros nem tanto.
(…)
[Há os] que têm interesses próprios em espalhar
teses negacionistas, como é o caso das empresas tabaqueiras que durante décadas
rejeitavam que o tabaco tinha efeitos nocivos.
(…)
As
técnicas negacionistas são conhecidas, mas sempre recauchutadas em cada
contexto.
(…)
As gigantes petrolíferas pagaram estudos
(que se comprovaram sem validade científica) para apresentarem uma suposta base
científica que negava o aquecimento global.
(…)
Reparou
que André Ventura não questionou como foi infetado antes preferiu lançar as
dúvidas sobre a origem do novo coronavírus?
(…)
Na era
das redes sociais, estas técnicas são usadas de forma consciente e com as
piores intenções.
(…)
[O
objetivo é] semear o caos para depois vender a ordem e justificar o
autoritarismo, destruindo direitos e liberdades pelo caminho.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)
Mas se
assumirmos que o sistema é, antes de tudo, o económico, o Chega é o oposto de
um partido antissistémico.
(…)
Os
empresários que agora financiam André Ventura são os que sentem que as coisas
estão maduras para impor as suas “reformas” de forma mais expedita.
Daniel Oliveira, “Expresso” Diário (sem link)
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