sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

CITAÇÕES

 
O partido que prometia fazer tremer o sistema não perdeu tempo para mostrar que a intenção era apenas metafórica: na verdade queria mesmo era os lugares do sistema.

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Não sei se também é efeito das alterações climáticas e consequência deste inverno mais seco, mas parece que a silly season já chegou.

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[A comunicação social] não foi parca no palco que lhe deu sobre um tema que não tem a mínima importância para a vida das pessoas.

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Dar espaço mediático à extrema-direita não é um serviço à democracia, bem pelo contrário.

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E porque é que este tema é uma encenação e não um verdadeiro assunto?

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Cada candidato tem de passar no sufrágio democrático e conseguir uma maioria parlamentar de apoio.

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Esta [república] que temos ainda não é a república das bananas, pelo que [Ventura] não pode ganhar na secretaria aquilo que não consegue na urna.

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Mas, convém insistir neste ponto, isto foi só uma forma de Chega chamar a atenção.

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Ventura sabe que nenhum candidato que possa apresentar chegará a vice-presidente da AR porque os valores da tolerância, dos direitos humanos, do humanismo e da democracia não são representados pelo seu partido.

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Todo este circo que durou mais de uma semana só foi possível porque o PS o permitiu.

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António Costa garantia não chamar o Chega para qualquer reunião ao mesmo tempo que se criava um tabu sobre a participação da extrema-direita na composição da Mesa da AR.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

[O livro do jornalista do “New York Times”, Peter Goodman], conclui que a fortuna dos bilionários (os que detêm um património de mais de mil milhões de dólares] cresceu 3,9 biliões.

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Foi um triunfo, explicaram os beneficiários. E a razão é transparente, acrescenta Goodman, a desgraça é um bom negócio.

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O relatório anual da Oxfam, publicado na mesma semana, regista mais uma vez a evolução da desigualdade e, como Goodman fez as contas.

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Durante a pandemia os 10 homens mais ricos do planeta duplicaram a sua fortuna, detendo agora mais do que a soma dos rendimentos de três mil milhões de pessoas.

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Se estes heróis amontoassem as suas fortunas em notas de dólar, a pilha chegaria a meio caminho entre a terra e a Lua.

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[Os liberais] creem que os ditos terão alcançado tais resultados graças ao suor do rosto, que não foi por causa da produção ou comércio que estas fortunas cresceram (…), mas sim em consequência da valorização de patrimónios financeiros, ou seja, dito em bom português, da especulação.

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Afirma o relatório [da Oxfam] que havia, em 2020, 696 bilionários norte-americanos, 177 indianos, 141 alemães, 134 britânicos, 100 suíços, 85 russos. E 1058 chineses, o maior contingente, um aprova de vitória.

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O Índice de Gini, que mede a desigualdade dos rendimentos, é de 0,41 no caso dos EUA, 0,385 no da China, segundo o Banco Mundial.

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Um estudo de Peketty, Yang e Zucman, publicado em julho de 2019 na “American Economic Review, calculava que, se em 1978 os 10% [dos chineses ] mais ricos do país detinham 27% do rendimento, tanto quanto os 50% mais pobres, a balança se desequilibrou para 41% a 15% em 2015, agravando-se depois.

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Esta desigualdade replica o modelo de distribuição desigual dos EUA nas suas três causas fundamentais: a concentração do capital (…) a captação de fluxos de rehdimentos por uma elite fechada, e a transmissão intergeracional dessas vantagens.

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A concentração da riqueza [na China] arrastada pelo sucesso de grandes empresas e do mercado financeiro, garantiu que os bilionários chineses sejam a turma maior no campeonato planetário.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A Assembleia da República (AR) já tem todos os deputados dados como eleitos mas alguns deles não se sentam nem se sentem confortáveis com os assentos a atribuir.

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A forma como o CH gosta e consegue gerir o jogo político, fazendo da táctica do confronto e da vitimização o cerne do próprio sistema do seu jogo.   

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Um partido [o Chega] que, dizendo querer fazer "tremer o sistema", não consegue passar um segundo sem alinhar com ele.

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Materialmente, o CH faz parte do pior que o sistema tem e permite.

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 É no campo da contradição que o CH disputa uma coisa e o seu contrário.

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A IL faz mesmo questão de se mostrar como algo que não é, recusando o círculo ideológico onde inevitavelmente se insere, como qualquer outro partido.

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A IL pertence ao centro, mas ao centro da Direita, entre o PSD e o CH.

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Percebe-se que não se sinta confortável (é até apreciável que não se sinta) ao lado do CH, ao qual não é de todo comparável.

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Mas as coisas são o que são e esta reivindicação é tão táctica e inconsequente como a insistência do CH na vice-presidência da AR.

Miguel Guedes, JN

 

Muitos fascistas foram convertidos [pelo CDS] em democratas contrariados, mas inofensivos. 

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[O CDS] era o último apeadeiro onde desembarcava quem não tinha mais direita para onde ir.

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Mesmo tendo tido na cúpula do PPD alguns opositores ao Estado Novo, a nossa direita é filha da transição da ditadura, onde está o seu berço, para a democracia, onde teve de se reinventar.

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A total indefinição ideológica do PSD tem a mesma origem do permanente transformismo do CDS, que já foi europeísta e eurocético, populista e conservador, democrata-cristão e liberal.

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A direita que sempre tivemos regressou, com menos delicadeza e maneiras. 

Daniel Oliveira, “Expresso” Diário


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