sábado, 19 de fevereiro de 2022

MAIS CITAÇÕES (169)

 
A precipitação de eleições antecipadas em Castela e Leão, por decisão do Partido Popular Espanhol, tinha por objetivo uma maioria absoluta regional.

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O truque português fez escola.

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Só que, neste caso, o projeto fracassou e, mesmo ganhando dois lugares, o PP ficou mais linge da maioria.

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O Vox, agora, tem a chave do poder.

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Para governar, a direita tradicional ficaria dependente de um acordo que a enfraqueceria.

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A direita espanhola vive o dilema que o PSD sofreria se precisasse do Chega para fazer Governo.

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Assim, o que a velha direita tem agora de ceder favorece a sua destruição a longo prazo, ao entregar o controlo da agenda aos bufões.

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No centro, más notícias, o PSOE perdeu sete lugares.

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Onde o centro não aparece como o eixo do poder, pode reduzir a sua mobilização.

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Se o Governo falha às espectativas de curto prazo da sociedade, o preço será a deslocação para a direita.

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Na esquerda, pior ainda (…). Há duas semanas, figuras do Podemos apressaram-se a proclamar a superioridade da sua estratégia de participação no Governo, uma conclusão que estes resultados não favorecem.

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A modéstia é boa conselheira e a política de esquerda deve reconhecer as dificuldades de uma alternativa viável.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

No passado os impactos daqueles avanços e aplicações eram muito de âmbito local.

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Hoje, vai-se impondo uma organização da sociedade em que tudo tem de estar ligado com tudo, numa socialização tecnológica que desvaloriza a interação humana e as suas estruturas de intermediação.

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Uma sociedade sem barreiras de controlo será uma selvajaria.

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Tudo o que é passível de ser ligado em rede é propiciador de ataques que podem pôr em causa o nosso estilo de vida e a própria vida.

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Existem poderes fátuos privados que não são responsabilizados ou responsabilizáveis perante a sociedade, mas impõem-lhe regras e comportamentos, em geral submetidos à pretensa superioridade das "leis do mercado".

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A resposta aos problemas gerados pela comunicação digital, que tende a aumentar, bem como a utilização de tecnologias em geral, exige reflexão sobre como convocar e responsabilizar todas as instituições e organizações da sociedade e os diferentes atores.

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Porque as tecnologias com que lidamos têm "um poder astronómico" é que se exige estudo sério de todos os seus impactos e que sejam postas ao serviço de todos os seres humanos.

Carvalho da Silva, JN

 

O Estado português que, ao longo de sucessivas eleições, tem tratado o voto dos emigrantes com os pés, foi apanhado descalço com a inesperada alteração ao ciclo legislativo decorrente das eleições legislativas antecipadas.

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O desincentivo ao voto é gritante. Mesmo com mais um inenarrável imbróglio que o Tribunal Constitucional tenta (e bem, dentro do possível) minimizar, o mal está feito.

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Os emigrantes, convidados a renovar votos a 27 de Fevereiro apenas por voto presencial, sem direito a voto postal, ficarão maioritariamente em casa. 

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A revisão da lei eleitoral é tão urgente como acabar de vez com a possibilidade de um partido [PSD] dizer algo e o seu contrário, como se a responsabilidade política fosse a enterrar junto com a sensatez.

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O centralismo cuida das comunidades portuguesas no estrangeiro com o mesmo desrespeito com que trata as diferentes realidades regionais dentro do país. 

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A forma como o poder político trata os emigrantes não é muito diferente daquela com que trata dos legítimos interesses do Portugal real que desconhece.

Miguel Guedes, JN

 

Há quem não hesite em inventar ou em falsificar o passado, sobretudo aquele mais próximo, para que este possa corresponder às suas expectativas e interesses.

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O primeiro [exemplo que se pode dar] refere-se à forma como os dois grandes sistemas concentracionários do século passado – os campos de extermínio da Alemanha nazi, e o Gulag estalinista, replicado na China de Mao – são encarados de forma profundamente desigual. 

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O segundo exemplo respeita à história do movimento estudantil em Coimbra entre os anos cinquenta e o fim do regime. 

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O terceiro exemplo, muito importante quando nos aproximamos dos 50 anos volvidos sobre o 25 de Abril, alude à forma como no sistema de ensino são hoje ensinados os combates da oposição aos governos de Salazar e Caetano, bem como as transformações do rico e complexo período revolucionário.

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Enquanto os primeiros são praticamente omitidos, dando a errada ideia de que a maioria da população aprovava a opressão, a ditadura e a guerra, o segundo passa por um relato muito truncado, que fornece às novas gerações a impressão de corresponder apenas a uma fase conturbada, cheia de «erros» e «exageros», desta forma disseminando a indiferença pelas conquistas da democracia.

Rui Bebiano, “Diário as beiras”

 

[Houve um tempo em que a notícia de] um acidente em Portugal era mais importante do que uma tragédia na Etiópia.

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Os jornais eram vendidos e as rádios e televisões privadas dependiam da publicidade.

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Hoje [as notícias] aparecem avulsas nas redes. O mercado da credibilidade passou a ser o mercado da atenção.

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Os canais de notícias e jornais digitais, com fluxos noticiosos ininterruptos, anularam as primeiras funções do jornalismo: selecionar, hierarquizar, dar contexto.

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Jornalistas, editores e diretores assumiram a ética da concorrência comercial.

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[Foi abandonado] o critério do interesse público para abraçar o interesse do público (mercado).

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No estado de privação financeira da imprensa, a pressão é eficaz.

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Na televisão a informação e o entretenimento são como o shampoo e o amaciador nas prateleiras do supermercado.

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fala-se das redes sociais, mas somos nós, os que ocupam o espaço mediático tradicional, boa parte do problema.

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Fomos convencidos de que a nossa função social é fazer empresas prosperar.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)


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