sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

CITAÇÕES

 
O Governo está em gestão e tem de se comportar como tal. Mas há algumas medidas que podiam ter avançado e não avançaram porque o Governo não quis até agora, quando os orçamentos anteriores deram essa margem.

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Não se percebe como é que o subsídio social de desemprego, que teve de ser prolongado, agora acabe e as pessoas fiquem sem nada.

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Temos responsabilidades para com as franjas da população mais precárias, que ficaram sem emprego e que ficam ocultas das estatísticas.

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As mulheres precárias de famílias monoparentais são as principais vítimas dessa situação e é inaceitável que o Governo não prolongue o subsídio social de desemprego e lhes diga que a culpa é do Orçamento do Estado (OE).

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É o Governo não querer responder.

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O Governo tem margem para o aumento extraordinário das pensões porque já houve o ano passado

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Há também matérias que estão na gaveta do ministro das Finanças para despachar. É o caso de contratações no Serviço Nacional de Saúde ou de autorizações para se comprar equipamento.

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O Governo continua sentado em cima do dinheiro sem o gastar e fará um novo brilharete de défice

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Ao mesmo tempo, já sabendo que o Parlamento ia ser dissolvido, o Governo foi capaz de assinar contratos de prospecção de lítio.

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Quando falamos dos grandes interesses económicos, o Governo parece não se sentir em gestão, quando falamos de apoios sociais aos mais frágeis de todos ou de urgências do SNS, o Governo já está em gestão e acha que não pode fazer nada.

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A concertação social foi sempre utilizada como um veto dos patrões aos avanços laborais, mas na verdade o PS já o usava antes.

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[O PS] sempre se sentiu confortável com esse veto patronal.

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Sabemos das tentações das maiorias absolutas e da enorme promiscuidade entre o poder económico e político, das tentações de ocupar o aparelho de Estado com o partido.

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[Combater a extrema-direita] é também propor um modelo de economia que não tenha as desigualdades que este tem.

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O BE é a alternativa que luta por salários com os quais as pessoas possam viver dignamente, que luta para que ninguém fique meses à espera de ser chamado para quimioterapia, que luta pela habitação ou pela alternativa climática.

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Seremos muito intransigentes e não normalizaremos um discurso de extrema-direita que humilha, que ofende e que agride as minorias ou as mulheres no nosso país.

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O BE sabia que fazer o acordo em 2015 daria uma oportunidade ao PS, mas fizemo-lo porque era preciso responder ao país, era preciso travar a direita e a destruição que traria consigo.

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O pior que podia acontecer à esquerda era anular o seu mandato para ser um satélite do PS.

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As decisões não são todas fáceis, mas tomámo-las em colectivo, com um enorme consenso no partido.

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O que acabou por determinar os resultados foi este enorme medo de uma governação condicionada pela extrema-direita

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Resta saber aprender, construindo a alternativa fundamental de combate ao ressentimento e com isso combater a extrema-direita.

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Quando houve reunião da NATO em Portugal estávamos a manifestarmo-nos contra ela.

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A esquerda perdeu votos para o PS e houve uma deslocação à direita dos votos.

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Há um ressentimento popular que vai crescendo e alimenta a extrema-direita.

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[As pessoas] sentem uma desigualdade social enorme.

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A extrema-direita é o seguro de vida do centrão.

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Ao mesmo tempo as políticas do centrão, por não resolverem os problemas enormes das desigualdades sociais, são o que alimenta o ressentimento e faz crescer a extrema-direita.

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É muito importante o trabalho de maiorias sociais para as matérias mais relevantes.

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O BE tem responsabilidades para fazer esse caminho e assume-as.

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O mesmo no campo do trabalho e nas novas formas de precarização.

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[A deterioração do SNS] é a criação objetiva de um amplo mercado para a saúde privada que, a prazo, levará o SNS a ter uma resposta residual para os mais pobres.

Catarina Martins, entrevista, “Público” (sem link)

 

Têm sido apresentadas variadas explicações para o suto inflacionário cuja dimensão, como Lagarde reconheceu, tem sido surpresa (5,1% na zona euro em janeiro).

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Duas são conjunturais: haveria um consumo reprimido durante a pandemia (…) e os engarrafamentos nos sistemas de transporte marítimo a partir da China, cujos custos quadruplicaram.

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Duas outras explicações também sublinham razões momentâneas, embora estas se possam prolongar. É o caso do aumento de alguns preços, como o do petróleo (…) e o crescimento dos gastos orçamentais em medidas de emergência (…) além de medidas de expansão monetária, lançando liquidez na economia.

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Qualquer que seja a opção de curto prazo do BCE, vivemos com dois problemas que se vão agravar.

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O primeiro é que, nas próximas décadas, precisaremos de uma nova vaga de investimento estrutural no contexto da revolução energética.

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O segundo problema são as ameaças geoestratégicas, como o bloqueio dos sistemas de pagamento interbancários.

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No entanto, há outro fator inflacionário que não pode ser ignorado, a deterioração dos preços or empresas que têm poder de mercado.

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O poder conta mesmo.

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A McDonald’s, cujos lucros cresceram 59% no ano passado, sobe os preços. O mesmo faz a Starbucks cujos lucros são mais 31% e outras empresas.

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Assim sendo, um dos instrumentos eficientes para reduzir a inflação é impor um controlo de preços a empresas com poder de mercado. Basta os Governos quererem.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)


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