quinta-feira, 31 de março de 2022
HOJE É O DIA DA VISIBILIDADE TRANS
É uma data em que assinalamos os
direitos conquistados pelas pessoas trans, mas sobretudo o muito que ainda está
por fazer.
A comunidade trans enfrenta múltiplas
discriminações em vários aspetos da sua vida, no acesso à habitação, ao
emprego, aos serviços públicos e nos cuidados de saúde.
Pela autodeterminação, pelo combate à discriminação, pela igualdade. Mais Aqui
FRASE DO DIA (1825)
Daniel Oliveira, “Expresso” online
quarta-feira, 30 de março de 2022
HÁ DÉCADAS EM QUE A FERROVIA É SUBFINANCIADA EM FAVOR DAS PPP RODOVIÁRIAS
O resultado de décadas de
subfinanciamento da ferrovia enquanto se alimentaram as PPP rodoviárias.
https://www.esquerda.net/.../portugal-e-o-unico.../80162
FRASE DO DIA (1824)
Santana Castilho, “Público”
PARA QUE NUNCA MAIS! (134)
ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
Este ano, olhando para #2021, encontrámos falsas promessas e abuso de
poder, conflito e repressão que levaram ao aprofundamento de desigualdades
enraizadas e a uma maior instabilidade.
Acompanhe-nos para conhecer os principais destaques. Para saber mais
consulte o relatório na íntegra Aqui (AI)
terça-feira, 29 de março de 2022
"O IMPERIALISMO VEM DE MÃO DADA COM O NACIONALISMO: OS DOIS ATACAM A UCRÂNIA"
Os povos têm direito à autodeterminação,
à defesa da sua soberania e à manutenção da sua independência. É exatamente
isso que está a ser atacado na Ucrânia. Nesta primeira reunião da Assembleia da
República deixamos uma palavra de solidariedade ao seu povo. (Pedro Filipe Soares)
FRASE DO DIA (1823)
Francisco Louçã, “Expresso” online
O BLOCO ENTREGOU HOJE AS 3 PRIMEIRAS INICIATIVAS PARLAMENTARES PARA A NOVA LEGISLATURA
O Bloco entregou hoje as 3 primeiras
iniciativas parlamentares para a nova legislatura: despenalização da morte
assistida, eliminação dos vistos gold e o regresso dos debates quinzenais com o
primeiro-ministro.
PARA QUE NUNCA MAIS! (133)
Neste dia, a 29
de março de 1933, milhares de fanáticos religiosos de direita destruíram a sede
de diversos grupos de Trabalhadores Revolucionários em Dublin, após um cerco de três dias.
Foi um dos vários ataques violentos perpetrados por multidões, conduzidas
pela histeria anticomunista da Igreja Católica. O ataque começou no dia 27 de
março após um sermão veementemente anticomunista proferido pelo padre na
Catedral de Santa Maria. Tendo defendido a sede, apelidada de "Casa
Connolly"*, por mais de 48 horas, bloqueando as entradas e atirando pedras
e tijolos do telhado, o pequeno grupo de comunistas escapou pelo telhados,
disparando tiros de advertência enquanto se retiravam. Triunfantes, os
agressores saquearam o prédio, roubaram os registros de membros, destruíram
móveis e, por fim, encheram o último andar de gasolina e incendiaram-no.
*A sede chamava-se "Casa Connolly" em homenagem a James Connolly,
líder revolucionário socialista e independentista irlandês, fuzilado pelas
tropas de ocupação britânicas no seguimento da revolta de páscoa na Irlanda, em
1916. (via História da Classe Trabalhadora)
segunda-feira, 28 de março de 2022
SUBIDA DOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS
Amanhã [hoje, dia 28], o preço dos combustíveis volta a
subir. O governo diz estar à espera do parlamento para agir, mas a verdade é
que podia já fazer mais: impor margens máximas para combater a especulação e
descer de forma significativa o ISP. (Catarina Martins)
VITÓRIA DE TRABALHADORAS DA LIMPEZA NO PAÍS BASCO APÓS 9 MESES DE GREVE
Vitória de trabalhadoras da limpeza no País Basco, 9 meses de
greve para conseguir fim dos vínculos precários e um aumento salarial de 20%.
Um manifesto para lembrar o direito à greve e ao protesto sem represálias. Que
o vento traga os ares de dignidade a este país. (José Gusmão)
FRASE DO DIA (1822)
Daniel Oliveira, “Expresso” Diário
DIREITO À EDUCAÇÃO
Apesar da promessa de reabertura das escolas às raparigas há mais de sete
meses, os talibãs vão manter a interdição do acesso de reparigas ao ensino
secundário.
Esta proibição representa mais um duro golpe aos direitos à educação e à
igualdade das raparigas no #afeganistão.
Cabe à comunidade internacional, a todos nós, estarmos unidos para apoiar a
defesa dos seus direitos. (AI)
domingo, 27 de março de 2022
27 MARÇO: DIA MUNDIAL DO TEATRO
A precariedade na Cultura continua a ser regra, num setor onde o
investimento público é, ano após ano, insuficiente e onde os direitos laborais
não são respeitados, inclusivamente em entidades tuteladas pelo Estado.
A Cultura é um setor fundamental da nossa sociedade e os seus profissionais
devem ver as suas carreiras valorizadas e os seus direitos respeitados.
Pelo direito à Cultura, por uma Cultura
com direitos.
FRASE DO DIA (1821)
Beatriz Realinho, Esquerda.net
RAQUEL VARELA: “SE O OBJECTIVO ERA AJUDAR O POVO UCRANIANO O OCIDENTE PODIA SUSPENDER A SUA DÍVIDA PÚBLICA”
As sanções não são uma ajuda nem ao povo da
Ucrânia nem contra a guerra. Se o objectivo era ajudar o povo ucraniano o
Ocidente podia suspender a sua dívida pública, mas isso implicaria perdas para
accionistas ocidentais que detêm esses títulos. As sanções não são um
sacrifício idêntico para todos os europeus, como se alega, porque há muitos
europeus que não só mantêm como aumentaram os lucros com a guerra, no campo da
energia, do armamento (electrónica, informática, aço, computação, etc);
especuladores. As sanções servem como medida de expropriação de alguns capitais
russos, antes bem recebidos por empresários ocidentais, que com as sanções
passam a controlar directamente esses capitais. Os preços já tinham disparado
antes da guerra, com o trigo a subir 20%, a inflação já era de 8% nos EUA,
antes da guerra. Não foi a guerra que provocou a crise económica, foi a crise
económica que provou a guerra, uma vez que a deflacção de preços de produção (e
a inflacção dos preços de consumo), dois sintomas das depressões no
capitalismo, tinham começado antes da guerra. A guerra - disputa de matérias
primas, para baixar custos de produção, expropriação de activos, economia de
guerra (transferência de orçamentos da saúde e educação) - é a saída ignóbil e
catastrófica para as crises cíclicas do capitalismo, desde 1914. (Raquel Varela)
PORTUGAL VENDE MILHÕES DE EUROS EM ARMAS PARA REGIMES AUTORITÁRIOS EM GUERRA
A indústria militar portuguesa vende armas a
regimes que violam os direitos humanos revela a nova investigação do consórcio
jornalístico Investigate Europe. Esta debruça-se ainda sobre a “política de
defesa” europeia que resulta sobretudo no apoio financeiro público a cinco
grandes empresas de armamento. Mais Aqui
sábado, 26 de março de 2022
MAIS CITAÇÕES (174)
(…)
Partindo
do mesmo anacronismo que levará a Rússia ao desastre, ninguém quer estar no
lugar do apaziguador.
(…)
Estamos,
pela primeira vez em 80 anos, a ver tudo pelos olhos das vítimas. E
descobrimos que as guerras nunca acabaram.
(…)
As
tantas em que participámos como agressores foram desmaterializadas, com as
vítimas vistas de longe.
(…)
Expostos
diariamente a uma tenebrosa realidade que desconhecíamos, as nossas cabeças
regressaram ao último momento em que isto foi possível.
(…)
Muitos
flertam com o enfrentamento direto que levaria a uma guerra nuclear.
(…)
Putin
não é apenas um bully, e já o devíamos ter percebido.
(…)
Joe
Biden exige que a China escolha um lado. Como precisamos dela como mediadora, o
nosso problema é mesmo se o escolher.
(…)
Aquilo
a que convencionámos chamar de Ocidente acreditou que um capitalismo global
desregulado traria a prosperidade e a democracia.
(…)
Sem
disparar um tiro, com um capitalismo de Estado e planeado ainda mais
implacável, a China está a tomar o nosso lugar.
(…)
Em
África, onde oferece nem menos nem mais liberdade, nem menos nem mais paz, nem
menos nem mais respeito pelos direitos humanos, [a China] já decide tudo.
(…)
Os
EUA, que uma esquerda mais antiamericana do que anti-imperialista ainda vê como
o centro de todas as coisas, são um império poderoso mas em declínio.
(…)
A
Rússia estrebucha violentamente em busca de um passado que já nem sequer é próximo.
(…)
Achamos
que somos atrativos porque vivemos em democracias.
(…)
O
resto do mundo percebe que os nossos valores são, como se lê nos
estabelecimentos comerciais, para consumo exclusivo da casa.
(…)
Muitos
conhecem a guerra de sempre e não são tão impressionáveis perante os seus
horrores.
(…)
Nós já
não somos o centro do mundo nem temos o poder de antes.
(…)
Temos
de nos concentrar em garantir, por agora, que a China não dá a mão a Putin.
(…)
Há
solução para a guerra? Apenas provisória, injusta e urgente.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Um mês depois da invasão da Ucrânia pela
Rússia, a guerra prossegue com os seus horrores, num cenário de corrida contra
o tempo, de premência da ação diplomática.
(…)
A diplomacia tem de ser bem mais do que a
troca de "avisos" a que temos assistido, e jamais se pode restringir
às verdades das propagandas.
(…)
O ricochete das sanções aplicadas à
Rússia está longe de ser percetível, mas é certo que o grande poder
económico/financeiro não abdicará de fazer negócio.
(…)
A exploração dos trabalhadores e dos
povos aumenta.
(…)
A extrema-direita e forças fascistas,
atuando em todos os espaços do conflito, aproveitam para "normalizar"
a sua existência e vão-se credibilizando.
(…)
No plano nacional, o contexto com que o
Governo se depara, (…), é exigente.
(…)
A desvalorização salarial e das
profissões, a precariedade e o esvaziamento da negociação coletiva como fatores
estratégicos do perfil da economia têm de ser abandonados.
(…)
Será que o Governo vai ser capaz de
construir políticas articuladas para respostas estruturais aos problemas
demográfico, habitacional, das mobilidades, da pobreza e territorial?
(…)
Não é preciso ser bruxo para adivinhar que
o deslizar para a Direita e a "normalização" da extrema-direita vão
acentuar a tentação para afastar contributos das forças da Esquerda.
Nestes dias comemora-se a ultrapassagem do tempo da ditadura
pelo tempo da democracia.
(…)
Olhando a partir do meu tempo “vivido”, a ditadura demorou
muito mais tempo do que a democracia.
(…)
Olhando
para os 48 anos de ditadura, o tempo parece-me muito longo; os 48 anos de
democracia um instante incomparável com o anterior.
(…)
Nenhum
historiador consegue escrever sobre estas quase cinco décadas sem fazer
distinções entre tempos, mas há constância (ou constâncias) na ditadura, a
começar por ser isso mesmo, uma ditadura.
(…)
Por outro lado, os 48 anos de democracia parecem-me muito
rápidos.
(…)
Por
muito que estes diferentes acontecimentos [mais recentes] marquem momentos da
vida da democracia, parecem ter uma duração curta e ter menor valor estrutural
do que os grandes momentos da relação da ditadura com a história do século XX.
(…)
Como
Salazar estava lá quase todo este tempo, a face do regime era sempre a mesma,
tudo parecia “evolução na continuidade”.
(…)
Aliás,
parece que, à medida que os anos de democracia e liberdade vão passando, se
instala um consenso de regime mais pacífico, e por isso sentido como uma normal
respiração do tempo, como se nada acontecesse.
(…)
Comparado
com 48 anos de claustrofobia e medo, sem liberdade, com polícia política e
censura, guerra em África, o tempo da democracia parece mais suportável, menos
pesado, logo, mais rápido.
(…)
A claustrofobia e a autarcia paralisavam a mudança e, por
isso, o tempo parecia mais lento antes de 1974.
(…)
Em bom
rigor, [a partir do dia 26 abril de 1974] começou a haver tempo, dia, manhã,
meio-dia, tarde, fim de tarde, crepúsculo, noite e madrugada, e não só noite.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Em Portugal, felizmente, muitas cidades contam já com
alternativas aos transportes habituais dentro dos seus centros urbanos.
(…)
[Apesar de termos estado] muito tempo confinados, acredito
que veremos uma aceleração no ritmo de crescimento do uso deste tipo de
soluções.
(…)
Sabemos que o futuro depende das acções de cada um e que
estas farão a diferença em anos vindouros.
Santiago Páramo, “Público” (sem link)
É tempo de os tribunais libertarem os profissionais da
cultura da inevitabilidade da precariedade.
Joana Neto, “Público” (sem link)
GUERRA NA EUROPA: REGRESSO AO PASSADO?
Vencer a dependência face à Rússia, sem passos
atrás na resposta climática, sem discriminação no apoio a refugiados, sem
branquear a NATO responsável por tantos mortos e refugiados, sem engordar a
mesma indústria militar que vendeu as armas com que a Rússia ataca agora a
Ucrânia. (José Gusmão)
CRISE ALIMENTAR EM DEBATE NO "LADO A LADO" DESTA SEMANA
No podcast desta semana, o José Gusmão e eu, conversamos sobre as propostas da UE para responder à crise alimentar global e também sobre a flexibilização dos fundos europeus de
coesão para o acolhimento dos refugiados da Ucrânia. Aqui fica u pequeno
resumo. (Marisa
Matias)
Versão integral Aqui.
REPRESENTAÇÃO DO TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVIZADOS
O dia 25 de março foi proclamado como Dia Internacional em Memória das
Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos, através da
Resolução 62/102, pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Primeiro para os arquipélagos atlânticos, depois para o Brasil e para as Américas,
o tráfico transatlântico de escravizados, iniciado pelos portugueses, seria,
entretanto, a grande via de construção do espaço atlântico, unindo as duas
margens do oceano.
Entre 1500 e 1875, mais de cinco milhões e 800 mil pessoas reduzidas à condição
de escravas foram transportadas a partir do continente africano em navios de
pavilhão português ou luso-brasileiro, cerca de 47% do volume total do tráfico
atlântico.
O Museu do Aljube Resistência e Liberdade na exposição temporária ATO
(DES)COLONIAL presta homenagem a todas as vitimas da escravidão e do tráfico
transatlântico de escravos, e a todas e a todos os resistentes anticoloniais,
antifascistas e antirracistas. (via Museu do Aljube Resistência e Liberdade)
sexta-feira, 25 de março de 2022
25 MARÇO: DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DA ESCRAVIDÃO E DO TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE PESSOAS ESCRAVIZADAS
Hoje assinala-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e
do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas.
Portugal foi pioneiro no comércio transatlântico de pessoas escravizadas no
século XV, tendo chegado a ser uma das maiores potências globais do comércio de
pessoas escravizadas.
A luta pela reparação histórica das comunidades afetadas pela escravatura
mobiliza-nos para o debate sobre o passado colonial português e para a
necessidade de tomar medidas concretas para a sua desconstrução, como é o caso
do mito do “bom colonizador”, perpetuado até aos dias de hoje.
O exercício da reparação histórica é um caminho de igualdade, pela justiça
e contra o racismo e a xenofobia.
EM DEFESA DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO
As ruas de Lisboa encheram-se de estudantes em
defesa de um ensino superior público, universal e gratuito. As e os Jovens do Bloco também estiveram presentes.
CITAÇÕES
(…)
As
forças norte-americanas retiraram-se e os 300 mil soldados que tinham armado,
um dos maiores exércitos do mundo, debandaram em poucos dias e entregaram o
poder aos talibãs.
(…)
Centenas
de cidadãos norte-americanos foram deixados para trás na precipitação da fuga. A
NATO atingiu o seu ponto mais baixo.
(…)
Poucos
meses depois, a organização é já a vencedora da guerra da Ucrânia, como quer
que prossiga a destruição do país.
(…)
Tem
sido analisada a estratégia do Kremlin, que procura afirmar uma potência global,
embora sem recursos para tal.
(…)
Em
Washington, confrontaram-se sempre duas abordagens à questão, desde o fim da
URSS.
(…)
Uma
tem sugerido o prolongamento da guerra fria para desagregar o inimigo.
(…)
A
outra visão queria integrar a Rússia e, por isso, opôs-se à decisão de 1998 de
extensão da NATO para o leste europeu
(…)
A
primeira opção faz o seu caminho, impulsionada agora pelo ataque à Ucrânia.
(…)
A
invasão putinesca e o seu desastre militar e político criarão um novo Muro a
leste e destroçarão a economia russa.
(…)
A
segurança europeia ficará presa da confrontação a leste.
(…)
Sem
dar um tiro, Biden venceu o inimigo e submeteu os aliados.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Disse
ele [António Guterres] que se está a agravar o desinteresse dos governos pelos
seus compromissos climáticos e que estamos mais longe dos modestos objetivos do
Acordo de Paris.
(…)
A
limitação do aumento médio da temperatura a mais 2°C do que na época
pré-industrial não será alcançada pelos 196 países que a assinaram.
(…)
E, se
em 2022 as políticas ambientais são atropeladas pela guerra e pela crise
energética que desencadeia, mais longe ficamos das metas de Paris.
(…)
A
invasão da Ucrânia é, só por si, uma destruição ambiental, além da tragédia
humana.
(…)
Mas
esta guerra tem outra particularidade, por envolver um grande exportador de
combustíveis, afetando o seu preço.
(…)
A
emergência da guerra é usada para justificar exceções aos compromissos
anteriores.
(…)
Sonâmbulos
a caminho do desastre, disse Guterres. Ninguém o ouviu.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Todos os sucessores [de Costa] estão a seu lado.
(…)
Saberemos, entretanto, quando o destino
importar, se o tempo indicará Belém ou a Europa na viagem.
(…)
A ideia de que uma capacidade técnica
infalível ou acima da média é requisito para que alguém possa assumir uma pasta
ministerial é uma dor politicamente assistida.
(…)
Verter nomes e deitar água na fervura do
presidente da República terá sido o primeiro diploma informal do XXIII Governo
Constitucional.
(…)
Será inverosímil que aquele António Costa
que rompeu com os seus aliados à Esquerda, promovendo a crise política que lhe
entregou a maioria nos braços, seja agora o mesmo que pretende criar pontes e
espaços de síntese com a oposição.
A Rússia não só procura atingir alvos militares, também
escolheu o crime ambiental para tentar vergar a resistência ucraniana.
(…)
Desde
que os cientistas criaram o Relógio do Fim do Mundo nunca estivemos tão perto: separados apenas 100 segundos da hecatombe.
(…)
[São cientistas que] calculam como a civilização humana se
acerca ao seu fim.
(…)
O cálculo foi feito em Janeiro, ainda antes de Vladimir Putin
lançar a sua ofensiva militar sobre a Ucrânia.
(…)
Os
cientistas já tinham chamado a atenção em Janeiro para a Ucrânia como um dos
focos de maior tensão no panorama internacional.
(…)
O que
os cientistas não previram e se tornou uma novidade deste conflito, é ver um
dos exércitos em confronto a visar como alvo instalações nucleares.
(…)
António Guterres pôs as coisas em termos dramáticos esta
semana: “Estamos a caminhar
como sonâmbulos para a catástrofe climática”.
(…)
Se ao
menos se ouvisse a ONU, se ao menos o multilateralismo não estivesse pelas
horas da amargura, neste tempo de exibições testosteronianas de soberanismos,
talvez se pudesse adiar este inevitável caminho para a extinção.
(…)
Uma
guerra na Europa agora vai ter um impacto directo e indirecto no ambiente (…),
desviando para a defesa verbas tão necessárias às alterações climáticas.
(…)
E por travar toda a política energética que vinha sendo feita
para fazer diminuir a dependência dos combustíveis fósseis.
(…)
Chegamos
a 2022 com um mundo perigoso, onde a dissuasão nuclear que durava desde a II
Guerra Mundial tem de ser completamente repensada.
(…)
Depois deste conflito, será difícil travar uma corrida às
armas que obrigará a novos rearranjos geopolíticos.
(…)
Nem a pandemia travou a corrida às armas das grandes
potências, antes pelo contrário.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Cristina
Rodrigues, deputada à Assembleia da República na última legislatura, pelo PAN,
declarou “com toda a transparência”, no Twitter, que vai trabalhar para o Chega e esclareceu que as suas
funções serão jurídicas.
(…)
Cristina
Rodrigues posicionou-se perante o eleitorado português como progressista;
defensora da causa feminista, da causa LGBTQIA+, dos valores democráticos e,
claro, dos direitos dos animais.
(…)
Chegou
a apresentar um projeto de lei que obrigava ao fim das touradas e que previa apoios para a
reconversão das praças de touros.
(…)
Pois
bem, agora Cristina Rodrigues integrará o gabinete de assessoria parlamentar do
Chega, partido que defende as touradas até no seu programa.
(…)
Por
outro lado, o Chega assume-se como partido antiprogressista e foco de
resistência a todas as causas cuja camisola a ex-deputada tem vestido.
(…)
[Quando existe uma traição política como a de Cristina
Rodrigues] o problema maior é a desconfiança que se instala e que passa
a ser normal.
(…)
Interessa sim o impacto que estes casos têm na vida pública.
Temos inúmeros entre nós de desilusão política coletiva.
(…)
O seu contributo
para a percepção que os portugueses (…) têm de que os políticos não se pautam
por princípios é grande.
(…)
Este é
o principal serviço que presta ao Chega: acicatar a desconfiança e insatisfação
que os portugueses já têm relativamente à classe política.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)