sexta-feira, 25 de março de 2022

CITAÇÕES

 
No verão passado, terminou em desastre a única operação militar da NATO deste século.

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As forças norte-americanas retiraram-se e os 300 mil soldados que tinham armado, um dos maiores exércitos do mundo, debandaram em poucos dias e entregaram o poder aos talibãs. 

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Centenas de cidadãos norte-americanos foram deixados para trás na precipitação da fuga. A NATO atingiu o seu ponto mais baixo. 

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Poucos meses depois, a organização é já a vencedora da guerra da Ucrânia, como quer que prossiga a destruição do país.

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Tem sido analisada a estratégia do Kremlin, que procura afirmar uma potência global, embora sem recursos para tal. 

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Em Washington, confrontaram-se sempre duas abordagens à questão, desde o fim da URSS.

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Uma tem sugerido o prolongamento da guerra fria para desagregar o inimigo.

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A outra visão queria integrar a Rússia e, por isso, opôs-se à decisão de 1998 de extensão da NATO para o leste europeu

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A primeira opção faz o seu caminho, impulsionada agora pelo ataque à Ucrânia.

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A invasão putinesca e o seu desastre militar e político criarão um novo Muro a leste e destroçarão a economia russa. 

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A segurança europeia ficará presa da confrontação a leste.

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Sem dar um tiro, Biden venceu o inimigo e submeteu os aliados.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Disse ele [António Guterres] que se está a agravar o desinteresse dos governos pelos seus compromissos climáticos e que estamos mais longe dos modestos objetivos do Acordo de Paris. 

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A limitação do aumento médio da temperatura a mais 2°C do que na época pré-industrial não será alcançada pelos 196 países que a assinaram.

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E, se em 2022 as políticas ambientais são atropeladas pela guerra e pela crise energética que desencadeia, mais longe ficamos das metas de Paris.

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A invasão da Ucrânia é, só por si, uma destruição ambiental, além da tragédia humana. 

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Mas esta guerra tem outra particularidade, por envolver um grande exportador de combustíveis, afetando o seu preço.

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A emergência da guerra é usada para justificar exceções aos compromissos anteriores.

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Sonâmbulos a caminho do desastre, disse Guterres. Ninguém o ouviu.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Todos os sucessores [de Costa] estão a seu lado.

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Saberemos, entretanto, quando o destino importar, se o tempo indicará Belém ou a Europa na viagem.

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A ideia de que uma capacidade técnica infalível ou acima da média é requisito para que alguém possa assumir uma pasta ministerial é uma dor politicamente assistida.

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Verter nomes e deitar água na fervura do presidente da República terá sido o primeiro diploma informal do XXIII Governo Constitucional.

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Será inverosímil que aquele António Costa que rompeu com os seus aliados à Esquerda, promovendo a crise política que lhe entregou a maioria nos braços, seja agora o mesmo que pretende criar pontes e espaços de síntese com a oposição.

Miguel Guedes, JN

 

A Rússia não só procura atingir alvos militares, também escolheu o crime ambiental para tentar vergar a resistência ucraniana.

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Desde que os cientistas criaram o Relógio do Fim do Mundo nunca estivemos tão perto: separados apenas 100 segundos da hecatombe.

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[São cientistas que] calculam como a civilização humana se acerca ao seu fim.

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O cálculo foi feito em Janeiro, ainda antes de Vladimir Putin lançar a sua ofensiva militar sobre a Ucrânia.

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Os cientistas já tinham chamado a atenção em Janeiro para a Ucrânia como um dos focos de maior tensão no panorama internacional.

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O que os cientistas não previram e se tornou uma novidade deste conflito, é ver um dos exércitos em confronto a visar como alvo instalações nucleares.

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António Guterres pôs as coisas em termos dramáticos esta semana:  “Estamos a caminhar como sonâmbulos para a catástrofe climática”.

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Se ao menos se ouvisse a ONU, se ao menos o multilateralismo não estivesse pelas horas da amargura, neste tempo de exibições testosteronianas de soberanismos, talvez se pudesse adiar este inevitável caminho para a extinção.

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Uma guerra na Europa agora vai ter um impacto directo e indirecto no ambiente (…), desviando para a defesa verbas tão necessárias às alterações climáticas.

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E por travar toda a política energética que vinha sendo feita para fazer diminuir a dependência dos combustíveis fósseis.

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Chegamos a 2022 com um mundo perigoso, onde a dissuasão nuclear que durava desde a II Guerra Mundial tem de ser completamente repensada.

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Depois deste conflito, será difícil travar uma corrida às armas que obrigará a novos rearranjos geopolíticos.

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Nem a pandemia travou a corrida às armas das grandes potências, antes pelo contrário.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Cristina Rodrigues, deputada à Assembleia da República na última legislatura, pelo PAN, declarou “com toda a transparência”, no Twitter, que vai trabalhar para o Chega e esclareceu que as suas funções serão jurídicas.

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Cristina Rodrigues posicionou-se perante o eleitorado português como progressista; defensora da causa feminista, da causa LGBTQIA+, dos valores democráticos e, claro, dos direitos dos animais.

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Chegou a apresentar um projeto de lei que obrigava ao fim das touradas e que previa apoios para a reconversão das praças de touros.

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Pois bem, agora Cristina Rodrigues integrará o gabinete de assessoria parlamentar do Chega, partido que defende as touradas até no seu programa.

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Por outro lado, o Chega assume-se como partido antiprogressista e foco de resistência a todas as causas cuja camisola a ex-deputada tem vestido.

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[Quando existe uma traição política como a de Cristina Rodrigues] o problema maior é a desconfiança que se instala e que passa a ser normal.

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Interessa sim o impacto que estes casos têm na vida pública. Temos inúmeros entre nós de desilusão política coletiva.

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O seu contributo para a percepção que os portugueses (…) têm de que os políticos não se pautam por princípios é grande.

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Este é o principal serviço que presta ao Chega: acicatar a desconfiança e insatisfação que os portugueses já têm relativamente à classe política.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


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