(…)
As
forças norte-americanas retiraram-se e os 300 mil soldados que tinham armado,
um dos maiores exércitos do mundo, debandaram em poucos dias e entregaram o
poder aos talibãs.
(…)
Centenas
de cidadãos norte-americanos foram deixados para trás na precipitação da fuga. A
NATO atingiu o seu ponto mais baixo.
(…)
Poucos
meses depois, a organização é já a vencedora da guerra da Ucrânia, como quer
que prossiga a destruição do país.
(…)
Tem
sido analisada a estratégia do Kremlin, que procura afirmar uma potência global,
embora sem recursos para tal.
(…)
Em
Washington, confrontaram-se sempre duas abordagens à questão, desde o fim da
URSS.
(…)
Uma
tem sugerido o prolongamento da guerra fria para desagregar o inimigo.
(…)
A
outra visão queria integrar a Rússia e, por isso, opôs-se à decisão de 1998 de
extensão da NATO para o leste europeu
(…)
A
primeira opção faz o seu caminho, impulsionada agora pelo ataque à Ucrânia.
(…)
A
invasão putinesca e o seu desastre militar e político criarão um novo Muro a
leste e destroçarão a economia russa.
(…)
A
segurança europeia ficará presa da confrontação a leste.
(…)
Sem
dar um tiro, Biden venceu o inimigo e submeteu os aliados.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Disse
ele [António Guterres] que se está a agravar o desinteresse dos governos pelos
seus compromissos climáticos e que estamos mais longe dos modestos objetivos do
Acordo de Paris.
(…)
A
limitação do aumento médio da temperatura a mais 2°C do que na época
pré-industrial não será alcançada pelos 196 países que a assinaram.
(…)
E, se
em 2022 as políticas ambientais são atropeladas pela guerra e pela crise
energética que desencadeia, mais longe ficamos das metas de Paris.
(…)
A
invasão da Ucrânia é, só por si, uma destruição ambiental, além da tragédia
humana.
(…)
Mas
esta guerra tem outra particularidade, por envolver um grande exportador de
combustíveis, afetando o seu preço.
(…)
A
emergência da guerra é usada para justificar exceções aos compromissos
anteriores.
(…)
Sonâmbulos
a caminho do desastre, disse Guterres. Ninguém o ouviu.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Todos os sucessores [de Costa] estão a seu lado.
(…)
Saberemos, entretanto, quando o destino
importar, se o tempo indicará Belém ou a Europa na viagem.
(…)
A ideia de que uma capacidade técnica
infalível ou acima da média é requisito para que alguém possa assumir uma pasta
ministerial é uma dor politicamente assistida.
(…)
Verter nomes e deitar água na fervura do
presidente da República terá sido o primeiro diploma informal do XXIII Governo
Constitucional.
(…)
Será inverosímil que aquele António Costa
que rompeu com os seus aliados à Esquerda, promovendo a crise política que lhe
entregou a maioria nos braços, seja agora o mesmo que pretende criar pontes e
espaços de síntese com a oposição.
A Rússia não só procura atingir alvos militares, também
escolheu o crime ambiental para tentar vergar a resistência ucraniana.
(…)
Desde
que os cientistas criaram o Relógio do Fim do Mundo nunca estivemos tão perto: separados apenas 100 segundos da hecatombe.
(…)
[São cientistas que] calculam como a civilização humana se
acerca ao seu fim.
(…)
O cálculo foi feito em Janeiro, ainda antes de Vladimir Putin
lançar a sua ofensiva militar sobre a Ucrânia.
(…)
Os
cientistas já tinham chamado a atenção em Janeiro para a Ucrânia como um dos
focos de maior tensão no panorama internacional.
(…)
O que
os cientistas não previram e se tornou uma novidade deste conflito, é ver um
dos exércitos em confronto a visar como alvo instalações nucleares.
(…)
António Guterres pôs as coisas em termos dramáticos esta
semana: “Estamos a caminhar
como sonâmbulos para a catástrofe climática”.
(…)
Se ao
menos se ouvisse a ONU, se ao menos o multilateralismo não estivesse pelas
horas da amargura, neste tempo de exibições testosteronianas de soberanismos,
talvez se pudesse adiar este inevitável caminho para a extinção.
(…)
Uma
guerra na Europa agora vai ter um impacto directo e indirecto no ambiente (…),
desviando para a defesa verbas tão necessárias às alterações climáticas.
(…)
E por travar toda a política energética que vinha sendo feita
para fazer diminuir a dependência dos combustíveis fósseis.
(…)
Chegamos
a 2022 com um mundo perigoso, onde a dissuasão nuclear que durava desde a II
Guerra Mundial tem de ser completamente repensada.
(…)
Depois deste conflito, será difícil travar uma corrida às
armas que obrigará a novos rearranjos geopolíticos.
(…)
Nem a pandemia travou a corrida às armas das grandes
potências, antes pelo contrário.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Cristina
Rodrigues, deputada à Assembleia da República na última legislatura, pelo PAN,
declarou “com toda a transparência”, no Twitter, que vai trabalhar para o Chega e esclareceu que as suas
funções serão jurídicas.
(…)
Cristina
Rodrigues posicionou-se perante o eleitorado português como progressista;
defensora da causa feminista, da causa LGBTQIA+, dos valores democráticos e,
claro, dos direitos dos animais.
(…)
Chegou
a apresentar um projeto de lei que obrigava ao fim das touradas e que previa apoios para a
reconversão das praças de touros.
(…)
Pois
bem, agora Cristina Rodrigues integrará o gabinete de assessoria parlamentar do
Chega, partido que defende as touradas até no seu programa.
(…)
Por
outro lado, o Chega assume-se como partido antiprogressista e foco de
resistência a todas as causas cuja camisola a ex-deputada tem vestido.
(…)
[Quando existe uma traição política como a de Cristina
Rodrigues] o problema maior é a desconfiança que se instala e que passa
a ser normal.
(…)
Interessa sim o impacto que estes casos têm na vida pública.
Temos inúmeros entre nós de desilusão política coletiva.
(…)
O seu contributo
para a percepção que os portugueses (…) têm de que os políticos não se pautam
por princípios é grande.
(…)
Este é
o principal serviço que presta ao Chega: acicatar a desconfiança e insatisfação
que os portugueses já têm relativamente à classe política.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
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