sexta-feira, 18 de março de 2022

CITAÇÕES

 
Trump não foi o primeiro a chegar ao poder na base da mentira e do insulto.

(…)

Nesta deriva do discurso está a ser dado um novo passo, e não é pequeno, com a patologização dos adversários.

(…)

[A patologização dos adversários] produz um efeito de agregação, mobilizando uma claque por via do ódio ao inimigo e desumanizando a outra parte.

(…)

É assim no nosso mundo: tudo o que é simplificado tende a ser multiplicado.

(…)

[A suposta insanidade mental de Putin] obstaculiza a compreensão dos interesses que se movem em cada decisão guerreira, tornando-os obscuros e indecifráveis.

(…)

[Também] desculpabiliza a guerra com essa insanidade, retirando-a do domínio da racionalidade e até da responsabilidade.

(…)

Em qualquer caso, a loucura não explica nem esta nem provavelmente nenhuma outra guerra moderna. 

(…)

Estas guerras [2ª Guerra Mundial ou Guerra Colonial] não foram o resultado de loucura, antes foram o resultado de cálculos segundo uma motivação estratégica ou um interesse próprio.

(…)

A desordem mental não tem qualquer valor explicativo para estas decisões.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

É curioso como a opinião mais solene pode ser tão volátil.

(…)

Merkel era incensada como a figura europeia do século XXI.

(…)

Agora é destratada, frequentemente pelos mesmos elogiadores, como uma réplica de Chamberlain perante Hitler, por ter desenvolvido o projeto da importação de petróleo e gás russos.

(…)

A opção de Merkel era racional, não era chamberlainesca...

(…)

Ela fracassou politicamente, porque a parceria económica com a Rússia, que organizaria a sua relação europeia, foi atropelada pela ambição invasora.

(…)

Merkel ficará esquecida num armário.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

O primeiro momento de fraqueza de um agressor não se vislumbra sem que se sinta verdadeiramente acossado. 

(…)

Quando os ataques internos aos seus conselheiros e à elite oligarca russa começam, percebe-se a enorme incomodidade pela falta de apoio. 

(…)

Documentos oficiais revelam que Vladimir Putin terá sido iludido por sondagens que ele mesmo encomendou.

(…)

No seu último discurso oficial à nação russa, há dois dias, o líder russo revelou uma face diferente daquela que, até agora, havia transparecido.

(…)

Por mais que o tente negar, a "operação cirúrgica de desnazificação da Ucrânia" é mesmo uma guerra que a Rússia sente que pode perder ou que não conseguirá ganhar sem que com isso se transforme num pária absoluto.

(…)

[Há os que] asseguram que mais dez dias de resistência ucraniana serão fatais para as aspirações de Putin. 

(…)

Em todas as visões, a palavra fim como vislumbre.

Miguel Guedes, JN

 

Estes três casos [Danijoy, Miguel Cesteiro e Daniel Rodrigues] deixam adivinhar a violência brutal e violação dos direitos humanos dentro das prisões, a impunidade desses crimes, o descaso das autoridades por aqueles que tem à sua guarda, quando não mesmo a obstrução do apuramento da verdade.

(…)

Em cinco anos, ocorreram 303 mortes nas prisões portuguesas, das quais 66 foram dadas como suicídio e apenas seis investigadas pela Polícia Judiciária, como deveria ocorrer com qualquer morte dentro da prisão.

(…)

No contexto europeu, Portugal é, de longe, o país com mais elevada taxa de mortalidade nas prisões.

(…)

É aquele que apresenta taxas de encarceramento mais elevadas.

(…)

E o terceiro no encarceramento feminino.

(…)

A média do tempo de prisão é das mais longas.

(…)

As prisões são para gente pobre, negra, cigana e imigrante, gente a quem historicamente já a sociedade e o Estado falharam no trabalho, habitação, educação, saúde, justiça, proteção social, etc.

(…)

As pessoas com nacionalidade dos PALOP estão dez vezes mais sujeitas a ser encarceradas.

(…)

Realmente inédito na manifestação deste sábado é que famílias negras, ciganas e brancas pobres tenham encontrado força – interior e coletiva – para se juntarem reivindicando os seus, os nossos, direitos.

(…)

Quem lesse o manifesto, atendesse às palavras de ordem escritas e gritadas em frente ao EPL, olhasse com olhos de ver as pessoas que deram corpo à manifestação, dar-se-ia conta de um universo político-ideológico diversificado, cujas propostas deveriam ser noticiadas e publicamente discutidas.

(…)

O facto de esta confluência de movimentos políticos e forças sociais não merecer discussão nem interesse nos meios de comunicação social limita-nos.

(…)

Os bloqueios são muitos, mas o debate sobre as prisões, exatamente porque elas são centrais e não “marginais” ao funcionamento das nossas sociedades, é imprescindível.

Cristina Roldão, “Público” (sem link)

 

De início falávamos dos atrasos nas aprendizagens, provocados pelas enormes irregularidades verificadas nos dois últimos anos lectivos.

(…)

Porque sem professores não se recuperam aprendizagens e sem presente nem futuro na carreira não se atraem professores.

(…)

O que devemos esperar da Educação? Que forme homens completos ou competidores económicos?

(…)

A tendência da OCDE para estabelecer uma tessitura entre a missão da escola e o interesse da economia tem promovido a aquisição de competências instrumentais, mais do que a aquisição do conhecimento.

(…)

Só que a Educação é arte de pessoas e o seu objectivo é formar pessoas, que não objectos produtores de lucro.

(…)

Mais do que mundializar os interesses económicos, deve a Educação mundializar os direitos fundamentais da pessoa humana.

(…)

Ao aumento generalizado do tempo de escolaridade tem correspondido um crescimento baixo ou mesmo nulo das aprendizagens dos alunos.

(…)

Os alunos estão na escola, mas aprendem muito pouco.

(…)

Continuaremos com os governos de António Costa, suprimindo a avaliação séria, manipulando resultados escolares e promovendo narrativas pedagógicas já derrotadas no passado como inovações do terceiro milénio.

(…)

A organização do ensino apelará cada vez mais para a dimensão controladora e cada vez menos para as dimensões reflexiva, colaborativa, afectiva e relacional.

(…)

[A digitalização da educação tem contribuído para substituir] o desenvolvimento de pessoas inteiras pelo desenvolvimento de autómatos.

Santana Castilho, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário