sábado, 26 de março de 2022

MAIS CITAÇÕES (174)

 
Com todos os objetivos iniciais de Putin falhados, a guerra de fim incerto chegou a um impasse e fará cada vez mais vítimas civis. 

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Partindo do mesmo anacronismo que levará a Rússia ao desastre, ninguém quer estar no lugar do apaziguador. 

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Estamos, pela primeira vez em 80 anos, a ver tudo pelos olhos das vítimas. E descobrimos que as guerras nunca acabaram.

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As tantas em que participámos como agressores foram desmateria­lizadas, com as vítimas vistas de longe.

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Expostos diaria­mente a uma tenebrosa realidade que desconhecíamos, as nossas cabeças regressaram ao último momento em que isto foi possível.

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Muitos flertam com o enfrentamento direto que levaria a uma guerra nuclear.

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Putin não é apenas um bully, e já o devíamos ter percebido.

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Joe Biden exige que a China escolha um lado. Como precisamos dela como mediadora, o nosso problema é mesmo se o escolher.

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Aquilo a que convencionámos chamar de Ocidente acreditou que um capitalismo global desregulado traria a prosperidade e a democracia.

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Sem disparar um tiro, com um capitalismo de Estado e planeado ainda mais implacável, a China está a tomar o nosso lugar. 

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Em África, onde oferece nem menos nem mais liberdade, nem menos nem mais paz, nem menos nem mais respeito pelos direitos humanos, [a China] já decide tudo. 

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Os EUA, que uma esquerda mais antiamericana do que anti-imperialista ainda vê como o centro de todas as coisas, são um império poderoso mas em declínio.

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A Rússia estrebucha violentamente em busca de um passado que já nem sequer é próximo. 

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Achamos que somos atrativos porque vivemos em democracias. 

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O resto do mundo percebe que os nossos valores são, como se lê nos estabelecimentos comerciais, para consumo exclusivo da casa.

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Muitos conhecem a guerra de sempre e não são tão impressionáveis perante os seus horrores. 

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Nós já não somos o centro do mundo nem temos o poder de antes.

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Temos de nos concentrar em garantir, por agora, que a China não dá a mão a Putin. 

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Há solução para a guerra? Apenas provisória, injusta e urgente.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Um mês depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, a guerra prossegue com os seus horrores, num cenário de corrida contra o tempo, de premência da ação diplomática.

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A diplomacia tem de ser bem mais do que a troca de "avisos" a que temos assistido, e jamais se pode restringir às verdades das propagandas.

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O ricochete das sanções aplicadas à Rússia está longe de ser percetível, mas é certo que o grande poder económico/financeiro não abdicará de fazer negócio.

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A exploração dos trabalhadores e dos povos aumenta.

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A extrema-direita e forças fascistas, atuando em todos os espaços do conflito, aproveitam para "normalizar" a sua existência e vão-se credibilizando.

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No plano nacional, o contexto com que o Governo se depara, (…), é exigente. 

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A desvalorização salarial e das profissões, a precariedade e o esvaziamento da negociação coletiva como fatores estratégicos do perfil da economia têm de ser abandonados.

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Será que o Governo vai ser capaz de construir políticas articuladas para respostas estruturais aos problemas demográfico, habitacional, das mobilidades, da pobreza e territorial?

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Não é preciso ser bruxo para adivinhar que o deslizar para a Direita e a "normalização" da extrema-direita vão acentuar a tentação para afastar contributos das forças da Esquerda.

Carvalho da Silva, JN

 

Nestes dias comemora-se a ultrapassagem do tempo da ditadura pelo tempo da democracia.

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Olhando a partir do meu tempo “vivido”, a ditadura demorou muito mais tempo do que a democracia.

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Olhando para os 48 anos de ditadura, o tempo parece-me muito longo; os 48 anos de democracia um instante incomparável com o anterior.

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Nenhum historiador consegue escrever sobre estas quase cinco décadas sem fazer distinções entre tempos, mas há constância (ou constâncias) na ditadura, a começar por ser isso mesmo, uma ditadura.

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Por outro lado, os 48 anos de democracia parecem-me muito rápidos.

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Por muito que estes diferentes acontecimentos [mais recentes] marquem momentos da vida da democracia, parecem ter uma duração curta e ter menor valor estrutural do que os grandes momentos da relação da ditadura com a história do século XX.

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Como Salazar estava lá quase todo este tempo, a face do regime era sempre a mesma, tudo parecia “evolução na continuidade”.

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Aliás, parece que, à medida que os anos de democracia e liberdade vão passando, se instala um consenso de regime mais pacífico, e por isso sentido como uma normal respiração do tempo, como se nada acontecesse.

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Comparado com 48 anos de claustrofobia e medo, sem liberdade, com polícia política e censura, guerra em África, o tempo da democracia parece mais suportável, menos pesado, logo, mais rápido.

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A claustrofobia e a autarcia paralisavam a mudança e, por isso, o tempo parecia mais lento antes de 1974.

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Em bom rigor, [a partir do dia 26 abril de 1974] começou a haver tempo, dia, manhã, meio-dia, tarde, fim de tarde, crepúsculo, noite e madrugada, e não só noite.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Em Portugal, felizmente, muitas cidades contam já com alternativas aos transportes habituais dentro dos seus centros urbanos.

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[Apesar de termos estado] muito tempo confinados, acredito que veremos uma aceleração no ritmo de crescimento do uso deste tipo de soluções. 

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Sabemos que o futuro depende das acções de cada um e que estas farão a diferença em anos vindouros.

Santiago Páramo, “Público” (sem link)

 

É tempo de os tribunais libertarem os profissionais da cultura da inevitabilidade da precariedade.

Joana Neto, “Público” (sem link)

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