sábado, 19 de março de 2022

MAIS CITAÇÕES (173)

 
Se não houver um acordo de paz rápido, revisitaremos, nos próximos tempos, a crise energética de 1973.

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Certo é que, com menos de um mês de guerra e sanções, já há protestos de camionistas na Europa.

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Esta é apenas uma parte do problema. Rússia e Ucrânia são dos maiores produtores de alumínio, cobalto, cobre, níquel, ferro, titânio, aço e grafite.

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Mas, ainda mais relevante, é serem o primeiro e o quinto exportadores mundiais de trigo, com mais de um quarto da produção global.

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Representam 20% do mercado exportador de milho e cevada.

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Tudo se alinha para uma crise alimentar à escala global.

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Como aconteceu no passado, o aumento do preço do pão pode levar a revoltas em países da dimensão do Egito. 

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Perante a determinação da corajosa resistência ucraniana, a Rússia não tem condições militares e económicas para ocupar de forma prolongada a Ucrânia. 

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Do lado ucraniano, a heroica resistência dentro das cidades resulta sempre em muitas perdas civis.

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Salvar a Ucrânia pode custar a Europa e o mundo. A única solução é negociar antes disso. 

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Cada semana é um passo num arame instável que, a qualquer deslize pode descambar numa catástrofe. 

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Haverá um momento em que Rússia, Ucrânia e Europa, com Estados Unidos, chegam ao seu limite. 

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[Como] a Ucrânia não pode fazer mais do que resistir, é provável que o desfecho não corresponda aos desejos de qualquer das partes. 

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O pior que poderia acontecer aos russos seria ficar a sofrer por muito tempo na Ucrânia, o melhor seria a queda de Putin.

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É a única certeza desta guerra: vença quem vencer, vencerá a China.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Para já, quando não se descortina a racionalidade no campo de batalha, torna-se difícil compreender como é que ela vai surgir no momento da negociação.

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Aconteça o que acontecer, não poderemos, num horizonte temporal curto, vislumbrar um cenário de alguma prosperidade e estabilidade política na Europa.

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Contra as expectativas de muitos, a Europa revelou-se unida e não hesitou no momento de assumir os custos das sanções económicas à Rússia.

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Acontece que, nas suas configurações atuais, é pouco provável que [UE e NATO] estejam preparadas para lidar com o mundo de amanhã.

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A China deixará de ter na Rússia um aliado com peso nas relações económicas e de poder com o Ocidente e a transição energética acentuará a trajetória de empobrecimento da Rússia.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

O Governo deve baixar o preço dos combustíveis no curto prazo e definitivamente não deve baixar os impostos sobre os combustíveis.

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Reduzir os impostos sobre os combustíveis não dá qualquer garantia de reduzir os preços dos mesmos. 

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É natureza do cartel do monopólio fóssil explorar todas as circunstâncias históricas (reais ou provocadas) para expandir lucros, e a situação ­atual não é exceção.

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Não existe nenhuma razão material para o aumento dos preços que não seja especulação.

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A única maneira credível de fazê-lo é impor preços máximos dos combustíveis e impor perdas às empresas energéticas e aos seus acionistas. 

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Baixar impostos só garante desonerar as empresas e perder receita fiscal, isto é, pôr-nos a pagar o resgate destas empresas (uma vez mais) e viabilizar a continua­ção da indústria fóssil.

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A solução para a situação é uma modificação fundamental da matriz energética, eliminando definitivamente o gás e o petróleo do sistema, não daqui a 30 anos, mas esta década. 

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Para travar os piores cenários da crise climática e cumprir os mínimos do Acordo de Paris é necessário cortar 50% das emissões globais até 2030, comparando com o nível de 2010.

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O Governo deve impor preços máximos aos combustíveis já e acelerar a transição energética a um ritmo de guerra.

João Camargo, “Expresso” (sem link)

 

Pelo seu impacto destrutivo, pelas cargas de injustiça e violência que gera, pelo seu potencial de horrores e morte, a guerra é a crise das crises, aquela que mais assusta os seres humanos.

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Por tudo isso a exigência de que se ponha fim à guerra é a prioridade das prioridades.

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Todavia, a luta pela paz não se confina ao ato de terminar a guerra.

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Se os "mecanismos" políticos, económicos e sociais que ficarem instalados aumentarem as injustiças, podemos ter a certeza de que a guerra seguinte estará mais próxima.

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A recente pandemia, e agora a guerra na Ucrânia, vieram evidenciar em dimensões coincidentes ou distintas a obstrução dos canais que até hoje têm sustentado o aprofundamento dos processos de integração económica. 

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O papel do Estado (s) não pode afunilar-se na missão de garantir lucros aos acionistas das empresas.

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A responsabilidade social das empresas não deve ser mero produto propagandístico;

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O risco não pode desaguar todo nas costas dos trabalhadores e no comum dos cidadãos.

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Na sequência da invasão e guerra na Ucrânia, subiu de tom o "coro económico" de setores empresariais viciados em reivindicar apoios do Estado.

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Os preços sem dúvida sobem, mas quem os sobe são empresas. Isto é, as empresas têm custos mais elevados porque há outras empresas que aumentam os preços.

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As empresas mais frágeis face à concorrência tendem a perder, mas isso é improvável que aconteça com as grandes.

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Uma coisa é certa, quem mais perde é quem paga o preço final dos bens de consumo e não consegue transformar esses acréscimos de custos em aumento de salário ou de pensão.

Carvalho da Silva, JN


Por razões óbvias, as informações sobre a guerra propriamente dita são escassas e muito dependentes do acesso aos campos de batalha.

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Sabemos pouco sobre a frente de batalha, mas isso é normal na condução de operações militares. O que é grave é que essa ignorância não pareça ser sentida como importante, no meio da multidão de imagens muito mais “populares”.

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Uma guerra é um tema emocionalmente forte, e 24 horas de guerra por dia presta-se a dois efeitos aparentemente contraditórios: um, um efeito de viciação; outro de cansaço.

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Quer num caso, quer noutro, o rastro comunicacional torna-se essencialmente emotivo e pouco racional, o que o deixa muito propício à manipulação.

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As emoções moldam a opinião pública com facilidade, e a razão, não.

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[A televisão] comunica facilmente a emoção, e com 24 horas em cima, com uma repetição sistemática de imagens fortes, esmaga a razão.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


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