(…)
O Supremo Tribunal dos EUA está prestes a anunciar a anulação
do acórdão de 1973 que aceitava a constitucionalidade do aborto.
(…)
O Tribunal Constitucional estará a concluir, se não tiver
concluído, o processo de cooptação de um novo juiz indicado pela ala direita da
instituição, que poderá vir a ser a ser o seu próximo presidente.
(…)
António Almeida Costa, seria o mais trumpista dos mandatários
do Palácio Ratton, tendo-se destacado precisamente pela recusa do direito de
escolha pela mulher.
(…)
É quanto ao aborto em caso de violação que a sua teoria
constitucional melhor se revela, e é um monumento com requintes explicativos
que merecem um estudo de motivação.
(…)
Não é de racionalidade nem de Direito Constitucional que se
trata nesta batalha, mas de convocar uma emoção politicamente arrasadora, a
saudade da ordem que inferioriza a mulher.
(…)
A sua [da extrema-direita] estratégia é tentar levantar a seu
favor a história da civilização que ignorou a democracia e que colocou a mulher
no lugar da subalternidade.
(…)
A identidade em torno da proibição do aborto é talvez o fator
comum mais forte nesta mainstreamização republicana da extrema-direita e esta vaga chegará
sempre a Portugal.
Francisco Louçã, “Expresso” online
Abu Akleh, uma das vozes mais influentes do jornalismo no
mundo árabe, foi baleada enquanto cobria mais uma agressão da “Força de Defesa
Israelita" no campo de refugiados de Jenin.
(…)
Três dias depois, o funeral de Shireen foi atacado pela
polícia.
(…)
A polícia intervém à bastonada, ao pontapé, com gás
lacrimogéneo, inclusive contra as pessoas que carregam a urna - que acaba por
cair.
(…)
O cadáver de Abu Akleh junta-se aos de outros 55 jornalistas
mortos pelas forças israelitas desde 2000.
(…)
Apesar da condenação das organizações internacionais, da
consternação generalizada, Israel continua a destruir gabinetes noticiosos, a
assassinar jornalistas, a atacar funerais.
(…)
Não há “confrontos” entre israelitas e palestinianos, mas uma
invasão bárbara à margem do direito internacional e um povo que resiste a ela.
José Soeiro, “Expresso” online
São
várias as explicações apresentadas para aquele resultado [das eleições], mas a
mais credível parece ser a que atribui ao voto antifascista a razão para a
maioria absoluta.
(…)
Aos
portugueses foi apresentado um tabuleiro no qual a única forma de garantir que
não teríamos um governo viabilizado com o Chega seria votar no PS.
(…)
[O Chega] está no centro daquilo que decide o sentido de voto
dos portugueses.
(…)
De
novo, em sede da disputa entre Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva para a
liderança do PSD, o Chega surge como peça central.
(…)
A sua [de Jorge Moreira da Silva] liderança deveria
significar que o PSD não entrará em acordos com o partido de extrema-direita.
(…)
Mas
eis que Jorge Moreira da Silva escolheu para sua mandatária, Ana Rita Cavaco,
bastonária da Ordem dos Enfermeiros e tida como próxima de André Ventura.
(…)
O PSD
vive num dilema. Apostar na luta contra o Chega e no estabelecimento de um
cerco ao partido ou fazer entendimentos tendo em vista a conquista do poder.
(…)
O PSD parece ter perdido a confiança em si mesmo.
(…)
Enquanto
o PSD admite, direta ou indiretamente, que é possível chegar a acordos com o
Chega, está também a promover o partido.
(…)
E
quanto mais o promove, mas dependente fica dele para chegar ao poder.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
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