Na campanha eleitoral, o PS afirmava que este era o Orçamento “mais à
esquerda de sempre”. Ganha a maioria absoluta e revela-se o Orçamento do
“afinal não”.
O governo opta por deixar em perda quem vive do seu trabalho, num momento
em que a economia está a crescer e a produtividade a aumentar. Só os salários é
que encolhem.
O governo não atualiza salários porque, diz, teme mais inflação, mas recusa
controlar os lucros abusivos que originam a inflação. O governo opta mesmo por
deixar à solta quem faz milhões a especular.
O SNS gasta com privados o que não pode investir no seu funcionamento e
paga mais a prestadores de serviço do que em salários. Na educação, faltam
milhares de professores e não se vê resposta do governo. Não há medidas para a
Cultura nem resposta à emergência climática. Na habitação desapareceram compromissos
de resposta pública, mas continuam vistos gold, benefícios para residentes não
habituais e fundos imobiliários, desregulação do alojamento local.
(…)
Este não foi um Orçamento “da maioria absoluta
de diálogo” que António Costa prometeu nas eleições. O Orçamento que sai do
parlamento é igual ao que entrou. O PS torceu o regimento e brincou às
“cedências”, mas não mudou nada de significativo. O Bloco recusa ser cúmplice
de um Orçamento de quebra de salários e pensões, num país de emprego precário e
baixos salários, com serviços públicos a degradarem-se.
A minha intervenção no encerramento do debate
do OE22, o orçamento do “afinal não”: afinal não melhora os rendimentos, afinal
não protege o Estado Social, afinal não há diálogo na maioria absoluta. Nada que
nos surpreenda, mas explico ponto a ponto e em 7 minutos. (Catarina
Martins)
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