sexta-feira, 27 de maio de 2022

OE2022 É "MUITO LIBERAL, POUCO ESTADO SOCIAL"

 

Na campanha eleitoral, o PS afirmava que este era o Orçamento “mais à esquerda de sempre”. Ganha a maioria absoluta e revela-se o Orçamento do “afinal não”.

O governo opta por deixar em perda quem vive do seu trabalho, num momento em que a economia está a crescer e a produtividade a aumentar. Só os salários é que encolhem.

O governo não atualiza salários porque, diz, teme mais inflação, mas recusa controlar os lucros abusivos que originam a inflação. O governo opta mesmo por deixar à solta quem faz milhões a especular.

O SNS gasta com privados o que não pode investir no seu funcionamento e paga mais a prestadores de serviço do que em salários. Na educação, faltam milhares de professores e não se vê resposta do governo. Não há medidas para a Cultura nem resposta à emergência climática. Na habitação desapareceram compromissos de resposta pública, mas continuam vistos gold, benefícios para residentes não habituais e fundos imobiliários, desregulação do alojamento local.

(…)

Este não foi um Orçamento “da maioria absoluta de diálogo” que António Costa prometeu nas eleições. O Orçamento que sai do parlamento é igual ao que entrou. O PS torceu o regimento e brincou às “cedências”, mas não mudou nada de significativo. O Bloco recusa ser cúmplice de um Orçamento de quebra de salários e pensões, num país de emprego precário e baixos salários, com serviços públicos a degradarem-se.

A minha intervenção no encerramento do debate do OE22, o orçamento do “afinal não”: afinal não melhora os rendimentos, afinal não protege o Estado Social, afinal não há diálogo na maioria absoluta. Nada que nos surpreenda, mas explico ponto a ponto e em 7 minutos. (Catarina Martins)


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