sábado, 14 de maio de 2022

MAIS CITAÇÕES (181)

 
Instituiu-se que o debate sobre esta guerra não pode incluir adversativas. 

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Mas qualquer debate que não inclua adversativas é um debate de imbecis. 

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É quem tantas vezes lamenta a polarização política que mais tem aproveitado a emotividade da guerra para impor uma militarização do pensamento.

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[Putin] está num beco sem saída e nós estamos nesse beco com ele. 

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A sua vitória é intolerável, a sua derrota pode atirá-lo para escolhas desesperadas.

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Mas não é indiferente saber como EUA e Europa (…) olham para esta guerra para saber que oportunidades aproveitarão para a travar.

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Do meu ponto de vista, esta guerra serve para defender a independência e integridade da Ucrânia. Nem mais um milímetro além disso. 

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O jogo dos imperialismos não é o meu.

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Esta guerra também não serve para enfraquecer estruturalmente a Rússia, como defendeu Biden. 

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A força que lhe resta é a que tinha e continuará a ter: a nuclear.

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Esta guerra também não serve para mudar o regime russo, porque as alternativas são ainda mais agressivas. 

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Qualquer objetivo para lá da defesa da Ucrânia é uma caminhada para o abismo.

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Os EUA estão a aproveitar a guerra para ressuscitarem a NATO e recuperarem um poder que tinham perdido na Europa.

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Há, além da posição moral consequente sobre a ocupação, uma camada tão espessa de interesses em jogo que a recusa de adversativas não é mais do que um apelo à passividade acrítica dos cidadãos perante o seu destino.

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[Esta guerra] é pelo direito da Ucrânia ser independente, seja mau ou bom para a Europa, seja ela mais ou menos democrática.

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Os ucranianos têm o direito a lutar pela sua terra e nós o dever de contribuir para uma paz rápida, que não seja a do ocupante.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Todas as promessas de desenvolvimento do país não passarão de falácia se não forem resolvidos problemas estruturais que geram e ancoram a pobreza.

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A erradicação da pobreza, objetivo que todos os portugueses deviam assumir, exige um combate corajoso com políticas estruturais que eliminem as suas causas.

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Os portugueses são vergonhosamente condescendentes com a pobreza.

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Grande parte das políticas especificamente dirigidas aos pobres são políticas paupérrimas.

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Com autoridade democrática, [o Estado] deve impor ao poder económico políticas laborais mais justas e garantir melhor distribuição da riqueza.

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Temos trabalhadores pobres porque: 1) os salários da esmagadora maioria dos trabalhadores são baixíssimos e os de muitas mulheres ainda mais.

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[Temos trabalhadores pobres porque]: 2) muitos não conseguem trabalho a tempo inteiro ou estão em trabalho informal.

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[Temos trabalhadores pobres porque]: 3) milhares de desempregados e vários grupos sociais não têm a necessária proteção social.

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[Temos trabalhadores pobres porque]: 4) as políticas austeritárias transferiram rendimentos do trabalho para o fator capital.

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[Temos trabalhadores pobres porque]: 11) são demolidores os efeitos da precariedade nos planos salarial, da proteção/segurança social, das qualificações, da solidariedade entre gerações.

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O combate à pobreza deve focar-se no objetivo da sua erradicação e não no da mitigação de efeitos. O atual Governo tem condições políticas para fazer essa mudança de agulha. Será imperdoável que não o faça.

Carvalho da Silva, JN

 

Uma das coisas mais absurdas e preocupantes por parte de Putin é o modo como tem agitado a ameaça da guerra nuclear.

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[Preocupante] é a facilidade com que se fala dela [guerra nuclear], porque isso diz muito sobre o grau de desespero de Putin. 

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Esse desespero, que ele tem porque está tudo a correr mal, vem de ele saber que não há saída fácil para o erro calamitoso em que ele se meteu e meteu a Federação Russa.

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Putin sabe muito bem que a guerra nuclear é inganhável, sejam quais forem as circunstâncias.

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Mesmo com as armas obsoletas do século XX contra o mais moderno arsenal de 2022, o resultado é o mesmo, aquilo que o acrónimo MAD, Mutual Assured Destruction, descreve desde os anos 50, destruição mútua assegurada.

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E os arsenais são mais do que suficientes para garantir a ultrapassagem de todos os “decoys” existentes e dar-nos o MAD certo.

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Acresce que não há guerras nucleares moderadas, porque o uso de armamento nuclear táctico gera de imediato uma escalada de reposta.

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O nuclear tem a característica de ser tudo ou nada.

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Esse homem ou esses homens [que detêm os protocolos de lançamento dos mísseis nucleares] sabem que, se carregarem no botão, morrem as suas famílias, os seus amigos, os seus próximos, e milhões de outros homens.

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E, mesmo no mais profundo dos bunkers, para quem tiver autoridade ou tempo de lá chegar, morre muito provavelmente ele próprio.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

O aborto espontâneo acontece. Ao invés de ter acompanhamento médico, ajuda psicológica, o seu caso é denunciado à polícia e a mulher é presa na hora. Em El Salvador é assim.

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[No Irão] as autorizações para interrupções voluntárias de gravidezes têm de passar por uma junta que inclui um juiz, um médico designado pelo governo e um médico especialista.

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Tanto em El Salvador como no Irão, estas duas ideias de “justiça” que o PÚBLICO noticiou esta semana estão fortemente influenciadas por um pensamento religioso ultraconservador, imposto verticalmente do topo para baixo.

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Além disso visam sobretudo as mulheres mais pobres, cujos parcos recursos as impedem de procurar ajuda clandestina ou no estrangeiro.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Não é por o assédio estar escondido que ele não existe. Onde há seres humanos e relações de poder, há abusos.

Susana Peralta, “Público” (sem link)


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