(…)
No
início desta semana, luna, uma moeda cripto “estável” que tinha prometido um
rendimento de 20% ao ano e era suportada pela indexação ao dólar, tinha caído
14.359%.
(…)
Todo o
mercado cripto tinha perdido dois triliões de dólares, dois terços do seu valor.
(…)
As
criptomoedas de Miami e Nova Iorque perderam 90% e 80%.
(…)
Estas
criptomoedas são operações criadas por fundos de capital de risco e outros
aventureiros financeiros.
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A
bolha é a sua vida, e a bolha acaba.
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No
mundo cripto não há contratos que sejam legalmente obrigatórios e controlados,
e as entidades emissoras e os seus fundamentos financeiros estão ocultados no
nevoeiro da plataforma, sendo inverificáveis.
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O
valor destes ativos só depende da crença infundada no seu crescimento perpétuo.
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O negócio
da Dona Branca, em 1983, era deste tipo.
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Temendo
este efeito de bolha, a China, que em 2019 era a origem de 75% da mineração de
criptomoedas, proibiu-as no ano passado.
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É nas
regiões mais vulneráveis à obscuridade financeira que estão os centros deste
sistema.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia
[O
Governo] alude a uma misteriosa espiral de preços que seria provocada se os
salários compensassem a inflação.
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[Afirma
António Saraiva que] o aumento de salários seria “trágico” e provocaria “mais
inflação”, levando a uma crise “profunda e estrutural”.
(…)
Tudo
isto é uma elucubração sem sentido para concluir que quem trabalha deve sofrer
em silêncio o custo da inflação (o “monstro”).
(…)
[O
Governo vai] avisando que imporá a redução real dos salários e pensões porque
desse modo evitará acelerar os preços.
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[É no]
preço da energia e dos alimentos, que se deve prevenir o “monstro”.
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Não há
aceleração da inflação por essa via [de aumento de salários e oensões].
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No
caso das mil maiores empresas nacionais, os custos financeiros pesam mais do
que a massa salarial.
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Para
Saraiva e para o Governo, o equilíbrio do efeito do custo da energia deve ser
obtido pela compressão da procura com a redução salarial.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia
Agora, quando os números [da infeção
covid] são mera numerologia ou uma espécie de ciência oculta, a
desobrigatoriedade das máscaras em espaços fechados faz o seu serviço e deixa
auto-satisfeitos e felizes os arautos da falta de empatia.
(…)
[Entretanto] o país assiste sem mexer a
uma explosão de novos casos todos os dias.
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Para aqueles que se convenceram que o
"novo normal" já tinha chegado, está mesmo tudo normal.
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Como estaríamos, agora, se o anterior
Governo minoritário de António Costa se comportasse como o novo Governo
maioritário de António Costa?
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A ausência de reacção de Marta Temido ao
aumento exponencial de infecções é um acto político e não de saúde pública.
(…)
Perante os números actuais, já é difícil
compreender que o abandono das máscaras em espaços fechados com grande
concentração de pessoas tenha sido mantido até agora.
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Mas é inaceitável este entendimento,
quando se suspeita que a esmagadora maioria dos novos casos de covid nem sequer
consta dos números oficiais.
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Este ano, temos cerca de 20 vezes mais
casos e quase 5 vezes mais óbitos do que no mesmo período do ano passado.
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A taxa de letalidade é menor mas continua
a morrer muita gente.
Foi com alguma surpresa que se ouviu falar da possibilidade
“de mais uma epidemia entre os homossexuais”.
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[O VIH foi] a pandemia com a qual se deveria ter
aprendido a não usar esta linguagem.
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Pode falar-se em comportamentos de risco mas não em grupos de
risco.
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No início do VIH utilizou-se linguagem que tinha implícita a
culpa e o julgamento moral da homossexualidade.
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Com a
varíola dos macacos estão novamente reunidos os ingredientes: uma doença cujos
sintomas causam repulsa, a possibilidade de apontar um grupo como sendo os que
estão em risco e a ideia de perigo de uma invasão que atinge o coletivo.
(…)
Está
sempre aqui em causa o veneno do costume: o outro, aquele que é diferente. O
mal deixa de ser a doença e passa a ser o doente.
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A
revelação de uma doença não deve voltar a ser razão de estigma e discriminação.
A linguagem tem um papel muito importante aqui.
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A luta contra a discriminação dos homossexuais teve grandes
marcos em Portugal e eles são também legislativos.
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Falta então que, no quotidiano, a linguagem e os
comportamentos discriminatórios sejam abolidos.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
É
preciso repensar a nossa relação com os rios e ribeiros.
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Se os
recursos são finitos, então é preciso partilhar, partilhar recursos entre
pessoas, e partilhar entre pessoas e a natureza.
(…)
Até
criar direitos para os rios, linhas de água são uma entidade em si e não apenas um recurso a explorar
pelo ser humano.
Daniel
Veríssimo, “Público” (sem link)
Além
de se apropriarem dos recursos naturais do planeta, alimentando a corrupção, o
desrespeito pelos direitos humanos e os atentados contra o meio ambiente, as
empresas do chamado primeiro mundo deixam uma herança terrível para as próximas
gerações, ao colonizarem o futuro.
(…)
Mesmo
com todos os sinais de alarme a tocar estridentemente por causa das alterações
climáticas e a natureza a enviar-nos mensagens em forma de secas prolongadas,
inundações e outros desastres naturais, continuamos concentrados em obter o
máximo de lucro sem olhar às consequências.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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