sexta-feira, 30 de agosto de 2024

CITAÇÕES (769)

 
Quem faz sociologia é inescapavelmente parte do mundo que estuda.

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A sociologia é movida por princípios morais que guiam a investigação.

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[No Afeganistão], as mulheres estão proibidas de falar em público (a voz feminina é causadora de vício, alegam os talibãs) e de cantar ou ler em voz alta, mesmo no espaço doméstico.

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A socióloga portuguesa Anália Torres situou justamente a batalha contemporânea em torno do género, tema que se tem tornado central na agenda das extrema-direitas em todo o mundo, obcecadas contra os “estudos de género”.

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À semelhança do que aconteceu na origem dos EUA, da Austrália ou da Irlanda do Norte, também nos territórios da Palestina há uma população conquistadora que, através da força das armas, se apropria da terra, do trabalho e dos recursos de uma população subjugada.

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A criação da comunidade de colonos israelitas num local onde já moravam outras pessoas recorreu a justificações religiosas e culturais para um plano intencional de limpeza étnica através da colonização de terras e da eliminação dos nativos do país.

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Essa eliminação, que está na origem do estado de Israel, atinge agora proporções inimagináveis com o genocídio em Gaza. 

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A resistência palestiniana é por isso, insiste Pappé, não apenas uma luta de libertação anticolonial mas uma luta contra a eliminação.

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Se na África do Sul o apartheid era instrumento da exploração do trabalho mais do que da expropriação de terra, o projeto do governo israelita é de expropriação territorial e extermínio.

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A mobilização contra aquele apartheid na década de 1980 teve um impacto brutal em todo o mundo.

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Relativamente à Palestina e a Gaza é um mundo de diferenças. 

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Na Convenção Democrata da passada semana, abstratos apelos ao cessar-fogo conviveram com a censura das vozes palestinianas na reunião.

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Não faz nenhum sentido que a forma mais cristalina de colonialismo - o de ocupação por colonos - possa sobreviver em Israel quando vivemos num mundo pós-colonial, mesmo com os seus contraditórios e pesados legados.

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Em muitas universidades do mundo, um potente movimento de estudantes, professores e investigadores tem erguido vozes pelo cessar-fogo em Gaza, pelo desinvestimento em Israel e pela liberdade académica, designadamente no que toca à análise sobre o sionismo.

José Soeiro, “Expresso”

 

Pela primeira vez desde 2004, o mundo tem hoje mais regimes autocráticos que Estados democráticos, de acordo com os dados de Março do Bertelsmann Transformation Index.

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As falhas das democracias liberais e as desigualdades cada vez maiores do sistema capitalista a ajudarem à descrença nos regimes democráticos como garantes da paz e da prosperidade.

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Os golpes de Estado voltaram como prática, a extrema-direita aproveitou o crescimento exponencial de desiludidos para criar inimigos.

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Tornou-se mais fácil implantar ditaduras que reforçar os direitos humanos.

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O que sujeita todos aqueles que não queiram viver segundo esse cânone existencial [de vida feliz segundo o conceito do governo chinês] a serem traidores, sujeitos ao duro peso da lei.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


Quando a bússola dos governos perde o magnetismo e o norte (…) as sombras transformam-se em auroras e as economias amarelecidas e descascadas auguram sucessos 
vintage vindouros.

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Esta semana, num discurso interno no seu partido, citado pelo Jornal de Angola, o Presidente angolano, João Lourenço (…) atacou os adversários do MPLA (…) de culpados de “práticas anti-sociais e criminosas”.

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De acordo com o Banco Mundial, o crescimento económico de Angola em 2023 foi revisto em baixa para 0,8%, a produção de petróleo foi menor que o esperado, as exportações inferiores e os juros do pagamento dos serviços da dívida diminuíram a oferta de divisas e fizeram a moeda nacional desvalorizar a pique.

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E, como afirmava à Voz da América, em Maio, Francisco Paulo, especialista em política macroeconómica, “a situação económica e social das famílias” vai “agravar-se ainda mais”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Os sarauís e a sua longa luta pela autodeterminação e contra a ocupação marroquina pesam cada vez menos nas relações internacionais.

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Emmanuel Macron, Presidente francês, resolveu seguir a decisão espanhola, reconhecendo o plano marroquino para o Sara Ocidental como legítimo e passando a incluir o território ocupado nos manuais escolares como parte de Marrocos.

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Poucos dias depois, a França teve a sua recompensa de 30 dinheiros ao ver o consórcio constituído pelas francesas Egis e Systra, com a marroquina Novec, ganhar o concurso de assistência técnica para a linha de comboio de grande velocidade entre Quenitra e Marraquexe.

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Isto apesar de a sua proposta ser mais desvantajosa para os cofres públicos que a da espanhola Ineco, diz a Jeune Afrique.

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Para Jean-Pierre Sereni, antigo director do Nouvel Économiste, a decisão de Macron é uma “manobra arriscada” que em nada vai mudar o statu quo no Sara Ocidental e poderá criar uma “nova crise franco-argelina”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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