quarta-feira, 28 de agosto de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (118)

 
A pergunta que se impõe é: o que aconteceu às [127 mil] casas que [segundo o Governo] se construíram em 2003?

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Existem e estão habitadas.

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A população em Portugal tem aumentado devido à imigração, mas o número de casas em Portugal responde a esse aumento.

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O que diminui constantemente é a possibilidade de cada família possuir uma casa, porque não tem dinheiro para a comprar ou garantir a renda.

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Portugal é o país com mais casas por cada mil habitantes, comparativamente a outros países da UE.

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Nesta altura [2019] cerca de 750.000 casas estavam vazias.

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Pode ler-se no mesmo estudo [da OCDE] que 11,3% dos portugueses com casa arrendada no mercado privado gastam um valor que ultrapassa a taxa de esforço recomendada.

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O que faltam é casas acessíveis ao português comum, principalmente, pelos ordenados que se praticam no nosso país.

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A solução é, por um lado. acabar com a especulação imobiliária e, por outro, rever o poder de compra dos portugueses.

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As medidas que o Governo apresenta no documento “Construir Portugal” em pouco ou nada irão ajudar a resolver o problema da falta de capacidade dos portugueses de pagarem as suas casas.

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As casas serão cada vez mais caras, inacessíveis, portanto [com as medidas propostas pelo Governo].

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Em 2022, os custos da construção aumentaram quase cinco vezes mais em relação aos cinco anos anteriores.

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E do que os portugueses necessitam, do que todo o ser humano necessita, é de viver em casas confortáveis, bem construídas e que possam pagar.

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O investimento seria em reabilitar, requalificar, renovar o parque urbano existente, em detrimento de nova construção.

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A sustentabilidade não é um luxo, é economia, sociedade e ambiente. É uma necessidade intrínseca.

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A sustentabilidade tem de ser acessível a todos.

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É uma questão importante, porque este setor é responsável por mais de 40% do consumo de energia primária na Europa e por 36% da pegada de carbono europeia.

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[Há que] aumentar a oferta para todos os segmentos do mercado residencial, sobretudo para as classes mais baixas e jovens.

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É necessário melhorar as condições de habitabilidade dos edifícios existentes, e deixar de chamar sustentável ao que não o é.

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Construir e reabilitar de forma sustentável é muito mais económico.

Aline Guerreiro, “Público” (sem link)

 

Consultar os cidadãos sobre as decisões importantes da cidade é um trabalho salutar que devia passar a ser considerado.

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O assunto é ervas nos passeios ou uso de glifosato para evitar que as ervas cresçam.

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Pensei que a decisão de banir o uso de glifosato no município de Coimbra era uma das medidas mais acertadas deste executivo.

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O Sr. Presidente defendeu (enquanto oposição e enquanto governo da cidade) acabar com o glifosato por razões de força maior que incluem a saúde humana e a proteção dos animais e do ambiente.

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Há evidencia científica que liga o uso do glifosato com algumas formas de cancro e com o aparecimento de doença metabólica crónica em idade avançada.

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O glifosato é um veneno para as plantas, para os animais e acaba por matar lentamente o homem.

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Já lá vai o tempo em que o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos (agora Presidente da Câmara) defendia restrições contra as bebidas açucaradas e comidas hipercalóricas.

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Pode um Presidente da Câmara bem informado deixar ao sabor de um voto online a decisão de continuar a envenenar o ambiente urbano e s seus cidadãos?

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Em resposta ao descontentamento, manifestado nas redes sociais pelo desleixo a que foi entregue a gestão do espaço público, quer vir agora o executivo perguntar aos cidadãos se preferem o uso de glifosato ou se preferem passeis com ervas.

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Este executivo foi eleito para cumprir um programa. No programa a que se candidatou está explícito que pretendia terminar com o uso de glifosato.  

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Não é razoável voltar à consulta só para responder ao descontentamento dos cidadãos que se manifestam nas redes sociais.

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Os cidadãos manifestam-se contra o desleixo a que foi entregue a cidade!

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Não se argumente que não há dinheiro para tudo.

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Se persistir a ideia de lançar a consulta online sobre o uso de glifosato é imperioso que que o Sr. Presidente da Câmara reúna um grupo de peritos para informar os cidadãos para informar os cidadãos de modo a promover uma votação consciente.

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Quais as vantagens (poucas) e desvantagens (muitas e muito relevantes) no uso do glifosato.

João Malva (Deputado Municipal “Cidadãos por Coimbra”), “Diário de Coimbra” (sem link)

 

A saúde, a educação e a justiça são três dos pilares fundamentais de uma democracia.

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Existe um antagonismo entre democracia (liberal) e capitalismo, gerador de conflitos que conduzem a injustiças gritantes de carácter social, quando a iniciativa privada, de carácter empresarial, não é regulada e ganha uma predominância excessiva relativamente à oferta pública.

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[Os cuidados de saúde] começaram, já há vários anos, a ser um negócio.

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Os grandes grupos privados (CUF, Lusíadas, Trofa Saúde e outros) constroem os seus próprios hospitais, fazendo da assistência à doença um negócio altamente rentável.

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A medicina ficou refém de empresas lucrativas (incluindo as indústrias farmacêutica e de tecnologia)

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A existência da ADSE (autossustentável, ao que dizem), com a qual o estado “cala” os milhares de funcionários públicos que dela usufruem, também ajuda e muito a medicina privada.

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Estes fatores deram origem a um negócio com um nível de remuneração salarial muito superior ao do setor público, o que justifica a óbvia migração dos médicos para este setor.

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Mais de 80% dos médicos do SNS prestam também serviço no setor privado.

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Não há coragem de enfrentar a verdade: o SNS corre sérios riscos de sustentabilidade porque se gerou uma concorrência altamente desleal por parte das empresas privadas que fizeram da saúde um negócio chorudo.

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Evidentemente que as soluções têm de ser encaradas dentro do quadro democrático.

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Enfrentar a situação em que o SNS se encontra exige tempo, coragem política e persistência, porque os erros acumulados e os interesses instalados são muitos e poderosos.

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Haja coragem política e cooperação leal dos partidos democráticos e da classe médica para que o SNS ainda tenha futuro.

João Nuno Tavares, “Público” (sem link)


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