(…)
Existem e estão habitadas.
(…)
A população em Portugal tem aumentado devido à
imigração, mas o número de casas em Portugal responde a esse aumento.
(…)
O que
diminui constantemente é a possibilidade de cada família possuir uma casa,
porque não tem dinheiro para a comprar ou garantir a renda.
(…)
Portugal é o país com mais casas por cada mil
habitantes, comparativamente a outros países da UE.
(…)
Nesta altura [2019] cerca de 750.000 casas
estavam vazias.
(…)
Pode
ler-se no mesmo estudo [da OCDE] que 11,3% dos portugueses com casa arrendada
no mercado privado gastam um valor que ultrapassa a taxa de esforço
recomendada.
(…)
O que faltam é casas acessíveis ao português
comum, principalmente, pelos ordenados que se praticam no nosso país.
(…)
A
solução é, por um lado. acabar com a especulação imobiliária e, por outro,
rever o poder de compra dos portugueses.
(…)
As
medidas que o Governo apresenta no documento “Construir Portugal” em pouco ou
nada irão ajudar a resolver o problema da falta de capacidade dos portugueses
de pagarem as suas casas.
(…)
As casas serão cada vez mais caras,
inacessíveis, portanto [com as medidas propostas pelo Governo].
(…)
Em 2022, os custos da construção aumentaram
quase cinco vezes mais em relação aos cinco anos anteriores.
(…)
E do
que os portugueses necessitam, do que todo o ser humano necessita, é de viver
em casas confortáveis, bem construídas e que possam pagar.
(…)
O investimento seria em reabilitar,
requalificar, renovar o parque urbano existente, em detrimento de nova
construção.
(…)
A sustentabilidade não é um luxo, é economia,
sociedade e ambiente. É uma necessidade intrínseca.
(…)
A sustentabilidade tem de ser acessível a todos.
(…)
É uma
questão importante, porque este setor é responsável por mais de 40% do consumo
de energia primária na Europa e por 36% da pegada de carbono europeia.
(…)
[Há que] aumentar a oferta para todos os
segmentos do mercado residencial, sobretudo para as classes mais baixas e jovens.
(…)
É necessário melhorar as condições de
habitabilidade dos edifícios existentes, e deixar de chamar sustentável ao que
não o é.
(…)
Construir e reabilitar de forma sustentável é
muito mais económico.
Aline Guerreiro, “Público”
(sem link)
Consultar os cidadãos sobre as decisões importantes da cidade é um trabalho
salutar que devia passar a ser considerado.
(…)
O assunto é ervas nos passeios ou uso de glifosato para evitar que as ervas
cresçam.
(…)
Pensei que a decisão de banir o uso de glifosato no município de Coimbra
era uma das medidas mais acertadas deste executivo.
(…)
O Sr. Presidente defendeu (enquanto oposição e enquanto governo da cidade)
acabar com o glifosato por razões de força maior que incluem a saúde humana e a
proteção dos animais e do ambiente.
(…)
Há evidencia científica que liga o uso do glifosato com algumas formas de
cancro e com o aparecimento de doença metabólica crónica em idade avançada.
(…)
O glifosato é um veneno para as plantas, para os animais e acaba por matar
lentamente o homem.
(…)
Já lá vai o tempo em que o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos (agora
Presidente da Câmara) defendia restrições contra as bebidas açucaradas e comidas
hipercalóricas.
(…)
Pode um Presidente da Câmara bem informado deixar ao sabor de um voto
online a decisão de continuar a envenenar o ambiente urbano e s seus cidadãos?
(…)
Em resposta ao descontentamento, manifestado nas redes sociais pelo desleixo
a que foi entregue a gestão do espaço público, quer vir agora o executivo
perguntar aos cidadãos se preferem o uso de glifosato ou se preferem passeis
com ervas.
(…)
Este executivo foi eleito para cumprir um programa. No programa a que se
candidatou está explícito que pretendia terminar com o uso de glifosato.
(…)
Não é razoável voltar à consulta só para responder ao descontentamento dos
cidadãos que se manifestam nas redes sociais.
(…)
Os cidadãos manifestam-se contra o desleixo a que foi entregue a cidade!
(…)
Não se argumente que não há dinheiro para tudo.
(…)
Se persistir a ideia de lançar a consulta online sobre o uso de glifosato é
imperioso que que o Sr. Presidente da Câmara reúna um grupo de peritos para
informar os cidadãos para informar os cidadãos de modo a promover uma votação
consciente.
(…)
Quais as vantagens (poucas) e desvantagens (muitas e muito relevantes) no
uso do glifosato.
João Malva (Deputado Municipal “Cidadãos
por Coimbra”), “Diário de Coimbra” (sem link)
A saúde, a educação e a justiça são três dos
pilares fundamentais de uma democracia.
(…)
Existe
um antagonismo entre democracia (liberal) e capitalismo, gerador de conflitos
que conduzem a injustiças gritantes de carácter social, quando a iniciativa
privada, de carácter empresarial, não é regulada e ganha uma predominância
excessiva relativamente à oferta pública.
(…)
[Os cuidados de saúde] começaram, já há vários
anos, a ser um negócio.
(…)
Os
grandes grupos privados (CUF, Lusíadas, Trofa Saúde e outros) constroem os seus
próprios hospitais, fazendo da assistência à doença um negócio altamente
rentável.
(…)
A medicina ficou refém de empresas lucrativas
(incluindo as indústrias farmacêutica e de tecnologia)
(…)
A
existência da ADSE (autossustentável, ao que dizem), com a qual o estado “cala”
os milhares de funcionários públicos que dela usufruem, também ajuda e muito a
medicina privada.
(…)
Estes
fatores deram origem a um negócio com um nível de remuneração salarial muito
superior ao do setor público, o que justifica a óbvia migração dos médicos para
este setor.
(…)
Mais de 80% dos médicos do SNS prestam também
serviço no setor privado.
(…)
Não há
coragem de enfrentar a verdade: o SNS corre sérios riscos de sustentabilidade
porque se gerou uma concorrência altamente desleal por parte das empresas
privadas que fizeram da saúde um negócio chorudo.
(…)
Evidentemente que as soluções têm de ser
encaradas dentro do quadro democrático.
(…)
Enfrentar
a situação em que o SNS se encontra exige tempo, coragem política e
persistência, porque os erros acumulados e os interesses instalados são muitos
e poderosos.
(…)
Haja coragem política e cooperação leal dos
partidos democráticos e da classe médica para que o SNS ainda tenha futuro.
João Nuno Tavares, “Público”
(sem link)
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