(…)
O BE
insiste em esclarecer as respostas que o executivo está a preparar para
enfrentar os discursos e actos de ódio homofóbico e transfóbico e garantir a
segurança da comunidade LGBTQIA+, em particular de todos os que estarão presentes
na marcha de Castelo Branco.
(…)
Para o BE, a marcha em Castelo Branco é uma
"boa notícia para um país democrático".
(…)
O BE
recorda que o grupo de extrema-direita já invadiu uma sessão sobre saúde, por
diversas vezes ameaçou e perseguiu escritoras e criou uma lista para promover a
perseguição dos defensores dos direitos humanos das pessoas LGBTQIA+.
(…)
O BE
questiona se tem conhecimento da situação e as medidas que irá tomar para
impedir ataques da Associação Habeas Corpus a iniciativas em prol dos direitos
humanos.
(…)
Já
nesta quarta-feira, o BE tinha defendido que organizações extremistas como a
associação Habeas Corpus ou o Grupo 1143 devem ser desmanteladas, apelando ao
Governo que tomasse medidas nesse sentido.
(…)
Além
disso, o BE quer saber também se há conhecimento de elementos das forças e
serviços de segurança que pertençam a este grupo, e que medidas vai o Governo
tomar para identificar eventuais membros ou colaboradores.
(…)
O
líder parlamentar bloquista [Fabian Figueiredo] assinalou que “estes são grupos
promotores de injustiça, de ódio, de violência, que espalham mentiras, querem
dividir a sociedade portuguesa, que querem promover a violência.
Liliana Borges, “Público” (sem link)
No passado dia 19 de julho assistimos àquele
que foi considerado o maior apagão cibernético observado até hoje.
(…)
O acontecimento e seus impactos foram
profusamente analisados logo no dia.
(…)
Ninguém descartou a possibilidade de surgirem
atos de pirataria que podem causar bloqueios da mesma dimensão.
(…)
Conclusão, houve falha [na atualização do
software Falcon pertencente à empresa americana de cibersegurança, a CrowdStrike],
logo existiu má gestão nas operações da atualização.
(…)
O poder político, em todas as suas escalas,
passa a olhar para estes problemas com a enorme importância que eles têm, ou
submete-se?
(…)
Muito rapidamente o assunto eclipsou-se e ficou
a sensação de que os seres humanos vivem submetidos a uma cadeia de
responsabilidade difusa.
(…)
[Estas enormes empresas são poderosíssimas
e] têm de investir mais na precaução de falhas, e de responsabilizar-se pelos
riscos que geram.
(…)
Os cidadãos, por mais atentos e bem preparados
que estejam, jamais terão capacidade e meios para se protegerem de desastres
como este de 19 de julho.
(…)
[São os estados, em primeiro lugar, que
devem criar medidas preventivas que deverão ser suportadas] em primeiro lugar,
por quem gera os problemas.
Quem nos governa esqueceu a razão essencial da
existência do Estado.
(…)
Portugal procurou em potências maiores, mas com
interesses convergentes, aliados para se defender.
(…)
[O império] servia ele mesmo de suporte para
proteger o retângulo europeu.
(…)
No início, a Restauração, com a Inglaterra
mergulhada numa longa guerra civil, o Brasil foi essencial.
(…)
O Brasil salvaria o Estado, outra vez, nas
invasões francesas, dando tempo à velha Aliança, sob Wellington, para funcionar.
(…)
Desde 1890, Portugal passou por quatro perigos
com elevado risco existencial. Primeiro, com o Ultimato Britânico em torno dos
territórios africanos entre Angola e Moçambique.
(…)
A fúria colonialista dos republicanos
emergentes nunca perdoaria ao rei ter agido como um estadista.
(…)
Segundo, na I Guerra Mundial. Os “jacobinos”
(…) conseguiram (…) meter-nos na guerra europeia contra Berlim.
(…)
O pretexto usado da defesa das colónias era
falso.
(…)
A guerra europeia empobreceu Portugal e
acelerou o fim do regime [monárquico].
(…)
O terceiro momento crítico ocorreu na II Guerra
Mundial.
(…)
O regime do Estado Novo, mantendo-se fiel ao
espírito colonialista da I República, acabaria por sucumbir pela hubris.
(…)
O quarto e maior perigo existencial para
Portugal é o que estamos a viver.
(…)
O alinhamento nacional com a escalada bélica,
que constituiu a resposta da NATO à Rússia na guerra da Ucrânia, é um erro
estratégico.
(…)
É improvável que, além de expulsar as brigadas
inimigas do seu território, a Rússia se abstenha de dar uma resposta com um
grau suplementar de violência, ainda desconhecido.
(…)
Além disso, Portugal estará também envolvido na
escalada bélica no Médio Oriente.
(…)
O “mundo governado por regras” revelou-se como
uma farsa sangrenta.
(…)
Somos copromotores de uma possível guerra geral
na Europa, e cúmplices, mesmo que envergonhados, no genocídio do povo
encurralado em Gaza.
Da
vala comum na floresta de Shakaola, no Sudeste do Quénia, foram exumados 429
corpos, a maioria com sinais de ter morrido à fome.
(…)
Eram
todos seguidores do autodenominado pastor Paul Nthenge Mackenzie, criador da
Igreja Internacional das Boas Novas, uma seita apocalíptica que pregava que o
fim do mundo chegaria em 2023.
(…)
Mackenzie
e outros 94 acusados,
incluindo a sua mulher, começaram a ser julgados esta semana na cidade costeira
de Mombaça por 238 crimes de homicídio involuntário.
(…)
Com
escassos meios para lidar com um caso desta dimensão, os médicos forenses só identificaram
até agora 39 corpos através da comparação com o ADN de parentes.
(…)
Mackenzie,
que se declarou inocente, terá incentivado os seus seguidores a jejuar
para “ir ao encontro de Jesus”, embora se tenha precavido de o dizer
directamente nos seus sermões, como comprovou uma análise feita pela BBC.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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