(…)
É a democracia que exige que se regulamente
rapidamente a lei, respeitando escrupulosamente o seu espírito e a sua letra.
[Miguel Albuquerque] é presidente do governo de
uma região assolada por incêndios gravíssimos que condenaram centenas de
pessoas a abandonar as suas casas.
(…)
Ter ficado em férias e ter respondido com
arrogância a quem o critica por esta escolha traz-nos de volta o jardinismo como
política de desdém
face à democracia.
Impor quotas à imigração é um velho projeto da
direita.
(…)
Na verdade, é contra os imigrantes... pobres.
(…)
São, pois, quotas de pobres que o Chega quer
levar a referendo.
Brenda Biya, a filha do Presidente dos Camarões, declarou
publicamente ser bissexual.
(…)
Ser
LGBT+ nos Camarões pode dar multas de 305 mil euros e seis meses a cinco anos
de pena de prisão.
(…)
Brenda
Biya está por enquanto protegida por viver na Suíça, mas uma queixa já foi
feita contra si junto do procurador de Iaundé.
(…)
Brenda Biya beneficia de um estatuto social
privilegiado que lhe confere um certo nível de proteção.
(…)
As leis anti-LGBT nos Camarões afetam
desproporcionalmente os mais pobres.
(…)
A riqueza e as conexões constituem um escudo
para alguns, enquanto outros enfrentam consequências severas.
(…)
Brenda Biya recebeu aplausos, mas também as
usuais torrentes de ódio.
(…)
Um dos argumentos de ataque (…) é a
ideia de que ser LGBT+ é uma coisa de brancos ocidentais, uma importação
colonialista de uma ideologia nefasta.
(…)
[Trata-se de uma falácia que se baseia no] desconhecimento
do que é ser uma pessoa LGBT+ como se fosse um caso de simples escolha ou de
influências exteriores.
(…)
Não ver ou não conhecer pessoas LGBT+ não
significa que elas não existam.
(…)
As pessoas AfroQueer existem! Nós existimos!
(…)
O “Queer” é um termo único para
“designar as pessoas LGBTQI+ (…) que se identificam com uma identidade de
género, uma expressão de género ou uma orientação sexual fora da norma social e
que não aderem ao binarismo.
(…)
Autores
AfroQueer rejeitam
a ideia de uma qualquer influência “branca colonial”, e, pelo contrário,
denunciam a propagação da LGBTfobia através da colonização, através de, entre
outros instrumentos, da imposição da religião católica.
(…)
As pessoas AfroQueer existem e sempre existiram!
Luísa Semedo, “Público”
(sem link)
Há uma semana que lavra um incêndio de enormes
proporções na ilha da Madeira.
(…)
No
entanto, salvo raras excepções, a preocupação perante a
perda de um património natural, a Laurissilva,
classificado pela UNESCO como de valor universal excepcional, é pouco aflorado.
(…)
É a “jóia da coroa”, contributo inegável para a
valorização económica da região, que pode ficar muito “beliscada”.
(…)
A
floresta da Madeira, conhecida por Laurissilva, é um ecossistema único e rico
que remonta ao período Terciário, ou seja há mais de 240 milhões de anos.
(…)
É na
Madeira que este coberto florestal primitivo que ocupava uma extensa área da
actual bacia do Mediterrâneo, Norte de África, denominada Macaronésia, tem a
sua máxima expressão.
(…)
Importa lembrar que um bem é inscrito na Lista
do Património Imaterial UNESCO devido ao seu valor universal excepcional.
(…)
De
acordo com a legislação vigente, os bens inscritos na lista do Património
Mundial devem usufruir de uma protecção legislativa, regulamentar e
institucional e providenciar uma zona tampão adequada que garanta a sua
salvaguarda a longo prazo.
(…)
Perante
todos estes atributos e responsabilidades de pertença de um bem único e
inigualável, após o rescaldo do fogo seria bom parar para pensar e avaliar o
que correu mal e prevenir futuros desastres.
(…)
Os fogos recorrentes dos últimos 10 anos já
deviam ter feito soar os alertas.
(…)
Mesmo que o núcleo central da floresta
Laurissilva não tenha sido afectado, as orlas, a zona tampão, foram-no.
(…)
A pouco e pouco a fragilidade aumenta e a sua
preservação fica cada vez mais comprometida.
(…)
A
mensagem devia servir para alertar sobre esta fragilidade cumulativa ao longo
destes últimos anos de fogos que “beliscam” a floresta e afectam o equilíbrio
de todo esse ecossistema contíguo.
(…)
Há que divulgar o papel e valor desta floresta
terciária.
(…)
Deviam ser assumidas e divulgadas novas medidas
de prevenção, rigorosas e exigentes para evitar que a jóia se perca.
Maria Amélia
Martins-Loução, “Público” (sem link)
São muitos os pedidos de casamento em público
em que as mulheres ficam sob pressão.
(…)
A resposta diante de tais pedidos inusitados é
uma e uma só: não.
(…)
Não ao homem ao leme das decisões e de todas as
decisões num casamento e num relacionamento.
(…)
Este é
um “sim” resultante da chantagem emocional de um parceiro e o reflexo de uma
relação onde a vontade do outro não é nem tida nem achada.
(…)
Onde
está a sociedade progressista e igualitária onde a uma mulher se dá a liberdade
de dizer “não” e por si, e só por si, decidir?
(…)
Por não ser preciso, mas é preciso, explicar a
decisão profundamente pessoal diante de um pedido de casamento.
(…)
Porque
a decisão é para ser tomada em conjunto ao invés de caber ao proponente a
iniciativa de excluir o parceiro sem voz activa num momento para a vida.
(…)
Não à humilhação pública da mulher e aos
julgamentos online responsáveis por transformar um momento único num episódio
traumático.
João André Costa, “Público”
(sem link)
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