A
direita política e a dos interesses andam num frenesim patrioteiro à procura da
mais pequena probabilidade que possa conduzir ao descalabro do Governo em
funções, ancorado à esquerda. Mas a coisa não está fácil. Tudo parece de tal
maneira seguro que, nem as personalidades e organizações mais próximas das
forças conservadoras portuguesas lhes dão uma esperança com comentários negativos
sobre a actual realidade portuguesa. Temos de concordar que é desencorajante
para aqueles que gostariam de ver os nossos cidadãos convencidos de que a
política de austeridade do Governo PSD/CDS não tinha alternativa.
A
última esperança que a direita vem demonstrando está sediada na agência de
notação financeira canadiana DBRS que mantém o nosso rating acima de lixo e não parece com intenções de alterar essa
classificação no pior sentido.
É
à volta deste tema o seguinte curto comentário de Nicolau Santos, com o seu
habitual sentido de humor, que transcrevemos do Expresso Economia deste sábado,
9/4/2016.
A DBRS nunca supôs vir a ser tão
conhecida em Portugal – e isto porque é a única das grandes agências que coloca
o rating da República acima do lixo,
permitindo-nos manter o acesso ao programa do BCE de compra de dívida pública a
taxas muito favoráveis. Por isso, não há dia em que não surja alguém a sugerir
o cataclismo que se sucederá assim que a DBRS passe também o nosso rating para “lixo”: os juros passarão
para 8% (Jennifer McKeown, da consultora britânica Capital Economics), haverá
novo resgate (Passos Coelho) e por aí fora. Agora foi o “Observador” a entrevistar
o responsável máximo pelos ratings da
DBRS, Fergus McCormick mas o homem não ajudou, pois disse que está agora “menos
preocupado” e que “as coisas parecem estar a correr bem”. Mas haja esperança: a
próxima avaliação da DBRS é a 29 de abril. Pode ser que seja desta que nos
desçam o rating.
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