quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (41)

 
A declaração de Montenegro [que tinha pedido “um programa transversal” para “procurar pelo mundo” “quem precisamos em Portugal, quem queremos em Portugal”] é lamentável, no conteúdo e no tempo.

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Trata-se também de ter ignorado a tragédia e aproveitado o dia para lançar uma suspeita e um estigma.

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O sucedido [incêndio num prédio da Mouraria] é subproduto da sobrelotação e da ausência de condições de habitação digna.

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É mais uma expressão desse problema que não tem tido resposta.

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Para as pessoas migrantes, é tudo mais difícil.

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Tudo circunstâncias que empurram milhares para a escolha entre a sobrelotação ou viver na rua.

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Em 2022 [os imigrantes] contribuíram com 1500 milhões de euros para a Segurança Social, mas continuam a ser carne para o canhão de quem explora o seu trabalho.

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Em Portugal, sem o trabalho dos imigrantes, alguns dos setores (…) paravam imediatamente.

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Mas a mesma economia para a qual eles e elas são indispensáveis foi a que construiu um “modelo de negócio” agrícola-intensivo assente na neoescravatura.

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[O que aconteceu no incêndio da Mouraria] é uma tragédia sintomática das muitas odemiras que existem no país.

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Perante isto, Montenegro e Moedas apressaram-se a falar de “fiscalização e planeamento” da imigração, para fugirem de dizer o que pensam. 

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Da imigração, Montenegro e Moedas querem o trabalho, claro, e o pretexto político para nos dividirem enquanto habitantes do mesmo país.

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A direita radicaliza-se.

José Soeiro, “Expresso” online

 

Começando pelo imediato, os resultados operacionais da Galp ascenderam em 2022 a 3,85 mil milhões de euros, e a empresa lucrou 881 milhões de euros líquidos no negócio do petróleo e do gás.

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São esses mesmos preços absurdos [do gás e do petróleo] que produziram os maiores lucros de sempre da história das petrolíferas. Em 2022.

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Quando sairmos à rua em protestos contra o aumento do custo de vida, em todos mas também em cada um dos sectores (…) devemos saber onde colocar a responsabilidade pelo que nos está a acontecer, e é a indústria fóssil, de todas e de nenhuma nacionalidade.

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[Certas grandes empresas que atingiram lucros obscenos] só o puderam fazer por causa das petrolíferas.

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Vivemos em economias que foram deliberadamente viciadas em combustíveis fósseis.

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Precisamos também de reconhecer como esta crise de custo de vida foi depois multiplicada pela ortodoxia do liberalismo económico.

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A decisão destes bancos [centrais] foi aumentar as taxas de juro e tornar todos os empréstimos mais caros.

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Numa sociedade com péssimos salários e por isso mesmo endividada até ao cabelo, isso significa uma só coisa: mais pobreza.

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A divulgação nesta data [do relatório de abusos sexuais de crianças por parte da Igreja Católica] consegue ofuscar toda raiva e nojo que deveria ser levantada contra o crime histórico da Galp.

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Em 2022 foi novamente quebrado o recorde de emissões de gases com efeito de estufa a nível global, e foi também o ano mais quente alguma vez registado na Europa.

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Quem nos empurra e mantém à beira do abismo são empresas como a Galp e os governos que a elas se submetem.

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A existência de empresas como a Galp, em 2022, é um crime por si só. 

João Camargo, “Expresso” online

 

O que começou como um conflito dilacerante sobre a forma como o Vaticano organizou a corrupção da fé para proveitos financeiros alargou-se desde logo a divergências sobre a interpretação dos textos bíblicos e sobre a natureza da Igreja.

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Não é esse comércio passado ou tais diferenças teológicas que agora ressoam com o monumental escândalo dos abusos sexuais na Igreja Católica.

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[Depois de revelações terríveis em vários países] os bispos portugueses garantiam que nada acontecera entre nós, tentando proteger o manto de silêncio que tinham criado.

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Não impressiona que 77% das vítimas certificadas nunca se tivessem queixado à sua Igreja, mas que 23% o tivessem feito, sem consequência?

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A grotesca falsidade da doutrina da castidade como afirmação de dedicação à igreja, criaram o contexto, facilitaram, promoveram e agigantaram todos os abusos.

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A construção da autoridade eclesiástica a partir de uma proclamada pureza assexual dedicada à tutela da sexualidade humana e de outras emoções tem sido uma farsa ignominiosa.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

Em protesto contra um vasto número de questões que se foram acumulando, sem resposta, ao longo de sucessivos governos e anos, há mais de dois meses que estão activas greves no sector da Educação.

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Neste período, ocorreram quatro grandes manifestações em Lisboa e muitas mais por todo o país.

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É forçoso reconhecer que ele [este fenómeno] só é explicável por haver uma genuína, verdadeiramente espontânea rejeição dos professores relativamente às políticas que lhes têm sido impostas.

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Se virmos de cima, é afinal a escola mínima, amputada de conhecimento e orientada para formar cidadãos disponíveis para aceitar trabalho apenas remunerado com salário mínimo, que os professores contestam.

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É este ensino público para os pobres, enquanto os ricos fogem para os melhores colégios privados, que os professores rejeitam.

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Ora se houvesse dúvidas sobre a determinação dos professores em romper com o estado a que chegou o sistema de ensino, elas foram varridas pela gigantesca manifestação de sábado passado.

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O Governo tem de negociar com seriedade, remover o seu descolamento da realidade, até aqui patenteado, corrigir a inércia para responder à crise e aceitar que o problema da recuperação do tempo de serviço não pode ser iludido.

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Por outro lado, importa recordar que, já em 2019, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República disse ser essa uma falsa questão

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

[Depois da tentativa insólita de levar a tribunal Catarina Martins para] protegerem o seu discurso com o amparo do tribunal, agora a malta do Chega chama a PSP.

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Foi na Assembleia Municipal de Lisboa, um deputado classificou as declarações do homem do Chega com racistas e ele chamou a PSP.

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Talvez fosse melhor que cada eleito do Chega tivesse sempre ao seu lado um membro da sua milícia privada para interromper a sessão e identificar qualquer meliante que se atreva a criticar o partido e o seu amado líder.

Francisco Louçã, facebook


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