sábado, 11 de fevereiro de 2023

MAIS CITAÇÕES (219)

 
[Afasta-me de Marcelo] o seu conservadorismo, que o faz esquecer a laicidade do Estado e ultrapassar os limites da seriedade política.

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[Afasta-me de Marcelo] a relação umbilical com a elite económica rentista que atrasa este país, muito evidente nos sectores da saúde.

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Afasta-me de Marcelo um mundo de convicções políticas. 

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[Não me afasta de Marcelo] a defesa de valores institucionais democráticos, resistindo aos clamores demagógicos e fazendo uma avaliação acertadíssima do seu papel.

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Marcelo foi, muitas vezes, o que sobrou da representação política do Estado em momentos difíceis. 

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Outras tantas a defender as instituições com uma eficácia que mais nenhuma das principais figuras do Estado tem.

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Mas o que mais me aproxima de Marcelo, nestes tempos de trevas, é a sua instintiva, rápida e corajosa reação a qualquer sinal de racismo e xenofobia. 

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Vai onde poucos políticos se arriscam a ir, até à esquerda.

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[Num debate durante a campana eleitoral] disse que são todos cidadãos de primeira, que ele é Presidente de todos e que não distingue os “portugueses de bem” dos demais.

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Também foi ele que se chegou à frente para recordar o papel da comunidade cigana, apagada da história nacional na restauração da independência.

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Esta semana, Marcelo foi o primeiro a reagir ao bárbaro ataque a um imigrante nepalês. 

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Ouvindo os colegas, para tentar perceber que cultura se está a instalar neste país para que os mais desprotegidos sejam ostensivamente tratados como lixo.

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As palavras do Presidente contrastaram com as de Luís Montenegro [quando este afirmou] que precisamos de “um programa transversal e universal” para sabermos “quem precisamos em Portugal, quem queremos em Portugal”, numa versão quase mimética do que tem sido dito por André Ventura.

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Montenegro podia aprender com Marcelo a importância do timing e da hierarquia de valores. Mas seria pedir o impossível.

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Montenegro não pode tanto, por isso compete com o Chega.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O património natural, que é de todos nós, é único e indiviso.

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Na área da conservação da natureza, a transferência de competências vai significar o (ainda maior) enfraquecimento do ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e Florestas], órgão central responsável pelas políticas de conservação e pela coordenação da gestão dos ativos ambientais.

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Não nos equivoquemos - as áreas protegidas são nacionais, visando a maioria delas também o cumprimento de obrigações internacionais, e portanto a sua gestão deve ser assegurada por órgãos nacionais responsáveis.

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A solução que o governo propõe vai em contraciclo com a proteção da natureza e coloca o mundo natural (ainda mais) em perigo.

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A conservação da natureza deve ser uma prioridade nacional de qualquer governo, e não delegada desarticuladamente em órgãos regionais de eficácia incerta.

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O nosso governo deve comprometer-se efetivamente com um objetivo primordial, o qual deveria ser um desígnio nacional - devolver a natureza aos portugueses.

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Numa resolução que levanta mais dúvidas que confiança, redigida com falta de brio e manifesta falta de conhecimento sobre matérias vitais, impera que haja sobre o assunto um tempo de discussão, transparência e abertura política.

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A conservação da natureza em Portugal já estava descentralizada. Passa agora a estar fragmentada por vários serviços centrais e periféricos da administração direta e indireta do Estado.

Vários dirigentes de associações de conservação da Natureza, “Público” (sem link)

 

Na segunda-feira, [o Presidente da República] rumou a Olhão, ao restaurante onde trabalha o imigrante nepalês barbaramente agredido, para lhe pedir desculpa, na qualidade de primeira figura da hierarquia do Estado.

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No mesmo dia, o Presidente fez questão de falar também sobre o incêndio num prédio na Mouraria, em Lisboa, que provocou dois mortos e 14 feridos, todos eles imigrantes, que viviam no rés-do-chão sem condições de habitabilidade, em alojamento ilegal.

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Mas é insólita a entrevista dada por Carlos Medas ao PÚBLICO e à Renascença, na quinta-feira, empurrando para cima do Governo e das juntas de freguesia a responsabilidade pelas condições de alojamento de muitos imigrantes em Lisboa.

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Luís Montenegro, propôs, por seu lado, uma estranha selecção das comunidades que o país pode receber e imigração com contrato de trabalho.

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Mais uma vez, Marcelo Rebelo de Sousa esteve bem e, na mesma quarta-feira, recusou o que classificou como “uma resposta ao lado”.

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São por de mais evidentes, há anos, as condições em que muitos imigrantes vivem em Portugal, sujeitos a redes de tráfico de mão-de-obra.

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O problema não é apenas dos grandes centros urbanos, onde os imigrantes se concentram.

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Por que razão os poderes públicos continuam a empurrar o problema com a barriga, institucionalizando um silêncio cúmplice com o racismo e a xenofobia?

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Isto, num momento em que, como disse o Presidente, eles [imigrantes] são necessários para o funcionamento de vários sectores da economia.

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Muitos estão enquadrados, pagam impostos e contribuições para a Segurança Social.

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Muitos são maltratados por um país e uma sociedade que deles precisa para funcionar.

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Onde estão os autarcas, as forças de segurança, o Governo para dar resposta ao problema da integração dos imigrantes?

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Era bom que os poderes públicos, do Governo às câmaras, das forças de segurança aos delegados de Saúde Pública e aos organismos da Segurança Social, ouvissem e levassem a sério as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.

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Também pela construção de uma verdadeira democracia inclusiva em Portugal.

São José Almeida, “Público” (sem link)

 

O espaço da União Europeia é, desde há bastante tempo, o centro das políticas neoliberais que financeirizam a economia e subordinam o trabalho à finança.

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Este processo facilita a ascensão de forças ultraconservadoras e fascistas que, sorrateiramente, vão tendo parte dos seus programas executados.

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Constata-se que a maioria dos governantes europeus, nomeadamente a Comissão, são capazes de ceder a reivindicações antidemocráticas e antissolidárias do senhor Viktor Orbán ou dos seus colegas polacos.

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Quando se trata de responder a reivindicações dos trabalhadores e dos povos europeus que reclamam, com justiça, melhores salários e respeito por direitos laborais e sociais, respondem negativamente, de forma vincada.

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A esperança que nos anima hoje é o crescimento das lutas laborais, das greves e da ocupação das ruas com fortes mobilizações em muitos países europeus, como é o caso de Portugal. 

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Será bom que este esforço dos trabalhadores e das populações se mantenha e reforce.

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Estão errados alguns democratas que vão aconselhando moderação aos trabalhadores em luta, e às suas experimentadas organizações.

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Não foram nem são os salários que estão a provocar a inflação, mas a inflação já reduziu e continua a reduzir os salários. 

Carvalho da Silva, JN


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