sábado, 25 de fevereiro de 2023

MAIS CITAÇÕES (221)

 
[No pacote da habitação] há coisas com grande impacto, como o controlo de aumento de rendas em novos contratos, que se faz em quase metade dos países da UE.

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Há coisas teoricamente boas, mas inúteis, como o Estado alugar casas a privados para as subalugar.

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Há cortinas de fumo, como o fim dos vistos gold, mantendo as borlas fiscais para nómadas digitais e não residentes.

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Há medidas para fazer entrar mais casas no mercado, como a facilitação do licenciamento

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Travar novas licenças nas cidades, torná-las intransmissíveis e dar poder aos condomínios é o mínimo.

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O mercado e o direito à propriedade ponderam-se com o bem comum e o direito à habitação.

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Apesar de o PSD já não ser social-democrata, não se esperaria que depois de ter passado uma semana a mimetizar o Chega passasse outra a mimetizar a IL.

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Rui Moreira disse que pôr coercivamente casas devolutas no mercado de habitação era “bolivariano”. Ele que, em 2014, defendeu a expropriação de prédios que aumentassem as rendas de lojas históricas.

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Há anos que os municípios podem cobrar taxa mais elevada de IMI às casas devolutas e só 24 o fazem. 

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Mesmo que seja aplicada, ninguém perde a casa, é impedido de a pôr a render ou perde o direito ao seu usufruto. 

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Apenas não a pode deixar inabitável.

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São casas sem vestígios de habitabilidade, que não podem ser usadas pelos próprios ou terceiros. 

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O dever de arrendar está na Lei de Bases da Habitação.

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Curiosamente, não há escândalo quando a máquina fiscal passa a poder cobrar rendas em atraso.

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Este é o intervencionismo bom porque está do lado dos proprietários.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[Os lucros das cinco maiores petrolíferas do mundo recentemente anunciados foram os maiores] de toda a história da indústria fóssil, conseguidos às custas do aumento do custo de vida da população e da destruição do planeta.

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As maiores somas foram registadas pela Exxon, que contabilizou 6.3 milhões de euros POR HORA, num total de 56 mil milhões de lucro puro.

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Estas empresas [Exxon, Shell, Chevron, Total e BP] podem, de facto, celebrar sobre o caos climático e o empobrecimento proporcionado pelo total dos seus 196 mil milhões de euros de lucros.

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[Em Portugal, esta semana,] foram anunciados os maiores lucros da história da Galp: 881 milhões, quase o dobro do ano passado.

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Um momento épico para toda a indústria fóssil, uma tragédia para as restantes pessoas - quem paga os seus lucros como quem lida com as consequências catastróficas das suas actividades.

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O gás “natural” foi uma mentira rentável durante bastante tempo.

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Mas não é novidade que o gás é tão fóssil como o petróleo ou o carvão e que embora interesse tanto aos lucros destes gigantes, o gás aprisiona-nos aos caminhos que levam ao colapso.

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Precisamos de cortar 50% das emissões de carbono até 2030 pelo que quaisquer planos que tenham combustíveis fósseis no centro da transição energética são armas contra a sobrevivência.

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Não nos enganemos, foram estas as indústrias que conscientemente nos levaram à crise climática em que vivemos. 

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[Nos anos 60] foram produzidos relatórios pelas próprias indústrias que previam os impactos catastróficos da exploração de combustíveis fósseis.

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[As campanhas de negacionismo climático] foram tão bem sucedidas, que em 2022 estas indústrias que planeiam investir 1.5 biliões em novos projectos fósseis.

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A única forma desta longa carruagem do colapso parar é tomarmos as rédeas pelas nossas próprias mãos. 

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Os governos continuam a pactuar com os seus interesses ao darem luz verde a novos projectos de gás e ao não actuarem decisivamente para travar o colapso.

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A pior das crises de aumento do custo de vida reflecte-se não só nas contas de electricidade e gás, mas também em todos os produtos que deles dependem para serem produzidos.

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[Os lucros destes predadores], tendo em conta a sua responsabilidade na crise climática que vivemos e no caos climático para o qual nos encaminham, são crimes.

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A luta por electricidade 100% renovável até 2025, acessível a todas as famílias, será conquistada apenas com a mobilização de toda a sociedade. [Mas a vontade política não existe]

Catarina Viegas, “Público” (sem link)

 

Os professores saíram à rua para reivindicar melhores condições de trabalho.

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Os professores saíram à rua para denunciar o que se passa na escola pública.

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Os professores saíram à rua, porque estão revoltados com os cortes salariais a que foram sujeitos durante uma década, com o congelamento das carreiras profissionais, com a aplicação de quotas que limitam a sua progressão no quinto e sétimo escalões.

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Os professores saíram à rua, porque consideram o atual sistema de avaliação docente uma tremenda injustiça, já que os penaliza gravemente.

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As expectativas de alguém poder enveredar pela nobre profissão do ensino são tão baixas que o próprio governo já ponderou a hipótese de requisitar técnicos de outras áreas para suprir a falta de docentes.

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Só quem anda lá é que sabe. O calvário tem sido longo, já não há paciência.

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Acima de tudo, os professores estão preocupados com o estado de degradação a que chegou a escola pública.

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Não é aceitável que um professor contratado, com vinte anos de serviço, não tenha ainda obtido a vinculação na carreira docente.

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Não é admissível que um assistente operacional com trinta anos de serviço continue a receber o ordenado mínimo tal como um candidato à entrada na carreira profissional.

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É esta contínua espera, fazendo sacrifícios e suportando mortificações, que tem exasperado os professores ao longo dos anos.

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Porque os professores não são estúpidos, e ainda que sejam por vezes ingénuos, sabem quando a verdade do artifício na mesa de negociações os não convence, quando a proposta não passa de uma receita mal feita.

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É com esse espírito renovado [do início das suas carreiras] que vão para a rua lutar por uma causa nobre a fim de recuperar alguma dignidade e respeito.

José Manuel Barros, “Público” (sem link)

 

Imensos cidadãos que trabalham são catalogados de "profissionais invisíveis" apesar de serem seres humanos tão concretos quanto os profissionais mais visíveis.

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A falta de visibilidade no trabalho gera graves carências materiais e invisibilidade social.

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É necessário contribuir para a organização dos cidadãos cumulativamente fragilizados, tornados "invisíveis".

Carvalho da Silva, JN


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