sábado, 18 de fevereiro de 2023

MAIS CITAÇÕES (220)

 
Os números [dos abusos sexuais de crianças na igreja] seriam, por si só, impressionantes.

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Os abusadores foram sobretudo padres, 100 ainda no ativo. 

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[Há hoje] uma espécie de penitência por décadas de encobrimento.

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Não são memórias longínquas do passado. Está a acontecer. 

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Sabemos agora porque, também para os fiéis, a sociedade se laicizou.

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Depois das primeiras denúncias virão muitas outras, como sempre acontece nestes casos. 

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Do debate sobre as prescrições à insistência em dizer que “a Igreja é feita de homens”, todo o esforço é para tratar cada crime como um caso, cada abusador como criminoso.

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Foram criadas porque os abusos não são apenas na Igreja, são da Igreja.

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Foi [igreja] que organizou a ocultação generalizada.

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Não há qualquer sismo, terramoto, vergonha, porque todos suspeitávamos de uma dimensão sistémica do caso.

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Resulta do que sempre resulta o abuso sistémico: da impunidade.

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Concentrar tudo nos abusos é uma fuga em frente.

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A tolerância zero resume-se a cumprir a lei, denunciando à justiça e deixando que ela cumpra o seu papel. 

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Naquilo em que a hierarquia tem de ser implacável é consigo mesma.

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A Igreja portuguesa chega tardíssimo a um processo que vai adiantado em muitos países. 

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A nomeação da comissão independente não foi um ato de coragem, foi contenção de danos.

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A hierarquia, essa, sabia que havia duas formas de lidar com isto: passar os próximos anos a ser triturada por denúncias ou tentar liderar a narrativa. 

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Mas nenhum daqueles bispos ficou atónito, espantado, chocado. Todos sabem melhor do que nós o que a casa gastou e gasta. 

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A sociedade mudou e a Igreja Católica ficou no mesmo lugar. Deu este passo porque acabou por ficar cercada.

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A Igreja não avançou com uma investigação. 

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A Igreja impediu durante décadas qualquer investigação 

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É à volta da mesa da Conferência Episcopal que os bispos têm de procurar os responsáveis.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[É sintomático que] o Governo venha apresentar apressadamente, com grande pompa e circunstância, mais um pacote de medidas que promete resolver o problema do acesso à habitação.

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Não esquecemos que em 2017 e em 2018 o Governo anunciou que em 2024 teria resolvido a crise de habitação.

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[Propõem-se agora] incentivos com enormes reduções e borlas fiscais aos privados para os tentar convencer a colocar a habitação no mercado de arredamento e no chamado “arrendamento acessível”.

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[Faz-se] cedência de terrenos públicos a privados para mais construção.

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[Promete-se] maior liberalização da construção, diminuindo o controlo dos projectos e da qualidade.

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Anuncia-se subsídios às rendas e prestações hipotecárias, pondo mais uma vez o orçamento público a pagar as rendas e os juros altos.

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[Quanto ao arrendamento forçado de casas vazias] tudo dependerá do que vai ser efetivamente posto em lei.

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O fim dos “vistos gold”, quando, na verdade, já foi possível constatar pelas declarações do primeiro-ministro que apenas mudará o nome e enquadramento.

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[Quanto ao controlo do aumento das rendas] isto indica que o primeiro-ministro quer manter as rendas altas, nos níveis em que estão – ou seja, rendas impossíveis de pagar.

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Incentivar, e apenas incentivar sem qualquer vínculo, novamente com borlas fiscais, a passagem de casas em regime de Alojamento Local para o arrendamento privado.

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O que podemos ver neste pacote de medidas é que temos o Estado a subsidiar a especulação.

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Temos dúvidas de que o Orçamento do Estado, que nunca dá para nada, que é reduzido na Saúde e na Educação, venha agora a pagar tamanha factura.

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Não toca no regime fiscal para residentes não habituais, nem no recentemente aprovado pacote de incentivos aos nómadas digitais com rendimentos elevados.

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A direita parlamentar sente-se indignada com o “ataque claro” e a “agressão insustentável à propriedade privada” que as medidas constituem.

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O que está em jogo, então, é o direito das empresas e investidores ao lucro desmesurado em detrimento do direito das pessoas a uma casa para viver.

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Os bens essenciais à vida devem ser objecto de regulação adequada.

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A resolução da crise de habitação passa pela regulação efetiva de preços e no abaixamento das rendas.

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[As medidas propostas e que ainda não estão no papel] e que, sendo tão limitadas, pouco ou nada vão significar para o alívio urgente da vida das pessoas.

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O descontentamento é enorme e deverá continuar, enquanto as medidas não se refletirem na qualidade de vida de todos e todas!

Rita Silva, “Público” (sem link)

 

A Espanha democrática ainda hoje sofre as marcas do que para uns foi uma transição exemplar e para outros apenas a vergonha de calar as vítimas democratizando os seus algozes.

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Emilio Silva é presidente da Associação para a Recuperação da Memória Histórica (ARMH) que luta para localizar, identificar e exumar os mais de 100 mil mortos da ditadura franquista que continuam dados como desaparecidos.

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Segundo a ARMH, citada pelo jornal El Salto, no cemitério de Mançanares estão enterrados 288 assassinados pelos franquistas entre 1939 e 1947, enterrados em 16 valas comuns.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Aquilo que o jornalista chileno Juan Pablo Meneses (…) resolve fazer na sua primeira obra de ficção é juntar a investigação histórica e contar aquele dia fatídico [em que foi derrubado o governo democrático de Salvador Allende.

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Uma História Perdida explora a possibilidade de ter existido uma resistência armada que procurava manter o Governo da Unidade Popular, chefiado por Allende, lembra esta semana a agência Infobae.

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Ao contar esse episódio histórico, Meneses percebeu que, apesar de ter acontecido nesse mesmo dia do golpe de 11 de Setembro de 1973, no centro de Santiago, muitos jornalistas, escritores e editores não tinham noção que isso tinha acontecido.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

As alterações às leis laborais ficam a léguas daquilo que seria necessário para repor roubos feitos aos trabalhadores ao longo das duas últimas décadas e, em particular, no período da troica/governo PSD-CDS.

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 As forças económicas e políticas da Direita olham o contexto nacional, europeu e internacional e concluem que se estivessem agora no poder vincariam facilmente desigualdades e disporiam de um tacho cheio onde meter a mão.

Carvalho da Silva, JN


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