(…)
Vidas que, para o poder que organiza o mundo, parecem contar
muito menos que outras vidas.
(…)
Ali as vidas nem se choram nem se reconhecem, não têm nome
próprio, são engolidas e não lembradas.
(…)
[Há uma] desumanização da morte com que a Europa tem
convivido de modo tão cínico.
(…)
Destas mortes pelas quais a Europa é também responsável
(…) quando externaliza para estados como a Turquia a retenção de refugiados.
(…)
Vidas expostas de forma tão radicalmente desigual à agressão,
à violência, à morte - ou seja, à mais funda precariedade existencial.
(…)
Temos direito a ambicionar para todas as pessoas uma vida que
seja muito mais que um lugar vazio de direitos.
(…)
Parece elementar, mas subitamente percebemos que o óbvio se
torna tristemente disruptivo, quando há tantas vidas tratadas como se fossem
exteriores à própria humanidade.
José Soeiro, “Expresso” online
Os nazis queimaram livros e não foram os únicos, a genealogia
do ato é ancestral.
(…)
Reescrever o passado é a essência do poder.
(…)
A noção de uma correção de linguagem ou de estética é uma
regressão infinita.
Francisco Louçã, “Expresso” online
[Mariana Mortágua] não veio da UDP nem do Política XXI ou tão
pouco do PSR, apesar da proximidade com Francisco Louçã.
(…)
Dir-se-ia
que o Louçã desses tempos [do PSR] amadureceu e que isso se nota no seu projeto
mais industrioso: formar a Mariana Mortágua.
(…)
Mariana
Mortágua foi preparada para ser dirigente do BE desde sempre, mas não para ser
uma agitadora ou para ir ao terreno organizar movimentos de contestação.
(…)
A sua natureza é outra: a de uma parlamentar exímia e
certamente capaz de assumir uma pasta executiva.
(…)
Uma inteligência brilhante alimentada por hábitos de trabalho,
traduzem-se na solidez intelectual que lhe é reconhecida.
(…)
É jovem, mas já não precisa de provar que sabe.
(…)
Não sabemos que líder partidária será Mariana Mortágua, mas
sabemos que é uma grande parlamentar.
(…)
A agenda política do partido andou sempre à volta do trabalho
dos deputados no Parlamento.
(…)
Trabalhou
e deixou uma marca em temas como a violência doméstica, a descriminalização do
consumo de drogas, a precariedade laboral, os direitos LGBT, o aborto, a
adopção por casais do mesmo sexo, etc.
(…)
[“O direito a ter uma vida boa”] é uma
expressão feliz e que contém tudo aquilo que qualquer cidadão pode ambicionar:
o direito a não ser explorado, a ser respeitado, a ganhar os rendimentos que
lhe assegurem uma vida digna e o direito à alegria.
(…)
A sua [de
Mariana Mortágua] imagem política está mais do que consolidada. E a fasquia
está altíssima. Não é fácil bater a beleza de meter banqueiros na ordem.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
António Costa disse que quando o ministro da Educação fala é
ele que está a falar.
(…)
Ora
quando o António afirma que a recuperação do tempo de serviço dos professores
custa 1300 milhões ao ano e o João diz que essas contas estão agora a ser feitas,
em qual Costa devemos acreditar?
(…)
Com
efeito, [António Costa] era ministro do Governo durante cuja vigência foi
determinado o primeiro congelamento da carreira dos professores (Lei 43/2005,
de 29/08).
(…)
Uma negociação séria e um entendimento justo não é um jogo de
manipulação da verdade e dos factos.
(…)
Na
peugada da miserável visão estratégica de Maria de Lurdes Rodrigues, de dividir
para vencer, foi mais uma vez desastrosa a ideia, do ministro da Educação, de
recuperar o tempo de serviço apenas para os professores colocados nos primeiros
escalões da carreira.
(…)
Os professores foram simplesmente instruídos a fazer de
determinado modo e estão condicionados pela propaganda e pelo medo.
(…)
Duas
sondagens acabam de mostrar que os portugueses apoiam esmagadoramente a luta
dos professores, enquanto o PS cai 9% nas intenções de voto.
(…)
As continuadas mentiras e iniciativas pouco sérias do Governo
para desacreditar a luta dos professores junto da opinião pública falharam.
(…)
Todavia, o Governo continua a fugir a uma negociação séria.
(…)
Devem
os professores ser protagonistas de iniciativas arrojadas e inéditas, que
respondam às tentativas governamentais de anular o direito à greve.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
Disse o ministro [do Ambiente] que este ano o preço da
energia irá pesar menos na carteira dos portugueses.
(…)
Já
percebemos que há entre 660 a 680 mil pessoas a viverem em situação de pobreza energética severa e
entre 1,8 milhões a três milhões de portugueses afetados pela pobreza
energética em geral.
(…)
Se a
EDP também fosse pública, podia oferecer uma alternativa acessível aos preços
de energia praticados pelas principais distribuidoras, que têm acumulado
durante este ano de crise energética lucros na ordem das centenas dos milhões, como é o caso da Galp.
(…)
Se foi
por causa do mecanismo ibérico que os preços da energia não se tornaram
absolutamente esmagadores, isso não impediu que eles subissem ao ponto de
termos em mãos a crise de custo de vida que agora vivemos.
(…)
[O Governo português] insiste em criar uma maior dependência
dos combustíveis
fósseis e da energia estrangeira.
(…)
A ideia de que a crise energética se resolve com medidas
temporárias é uma fantasia.
(…)
Este é
o ano do pensamento mágico do ministro do Ambiente, que acha que com ajustes se
cria uma política energética e climática firme.
(…)
[Na campanha de Empregos para o Clima propomos] um serviço
público de energias renováveis que lidere a transição energética e garanta
estabilidade à vida de quem trabalha.
(…)
Um investimento que vem oferecer uma solução duradoura a um
problema que certamente regressará em breve.
Daniel Borges, “Público” (sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário