(…)
O presidente do Silicon Valley Bank (SVB), (…) tinha assento
na administração do Banco da Reserva Federal de São Francisco, que é parte do
banco central norte-americano.
(…)
A falência do SVB, que é a segunda maior falência bancária da
história dos EUA, o encerramento do Silverbank e a resolução do Signature foram
provocados por dois efeitos convergentes e ambos são riscos que atingem outras
instituições, isto não fica por aqui.
(…)
Ontem [leia-se segunda-feira], o valor das acções do 14.º
banco dos EUA, o First Republic, caiu mais de 60%, o mesmo aconteceu com bancos
menores.
(…)
O segundo efeito, e é o que terá um impacto ainda mais
difícil de antecipar, é o medo da queda dos criptoativos.
(…)
A criptomania provocou tal entusiasmo em Portugal que o
governo se bateu como um leão para oferecer benefícios fiscais, na esperança
milagrosa de que o nosso país à beira-mar plantado se tornasse um criptoparaíso.
(…)
Nos quatro anos seguintes ao colapso financeiro de 2008
faliram nos EUA 465 bancos e alguns dos maiores foram vendidos, vários ao
desbarato.
(…)
O efeito na Europa e noutras partes do mundo foi devastador.
(…)
Talvez convenha não esquecer que houve um distinto Presidente
da República portuguesa que nos garantiu, poucos dias antes da morte do BES,
que estava tudo bem e que não podia acontecer nada.
Francisco Louçã, “Expresso” online
[Os conservadores britânicos] apresentaram um plano musculado
que suspende, na prática, o direito de asilo.
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A proposta prevê a detenção dos filhos de refugiados e é o
paraíso para as redes de tráfico sexual e exploração.
(…)
Enquanto houver guerra, miséria e fome as pessoas fugirão
para onde haja paz, prosperidade e abundância.
(…)
Em 2022, os ingleses receberam 75.000 pedidos de asilo, os alemães quase 250.000.
(…)
Há anos que associam imigrantes e refugiados a desemprego,
criminalidade, problemas do serviço público de saúde (NHS) ou da segurança
social.
(…)
A saída da UE não resolveu o “problema”, mas o bode
expiatório continua a funcionar para justificar o falhanço económico, social e
político dos conversadores.
(…)
Grande parte da direita europeia resolveu esse problema
absorvendo o discurso xenófobo.
(…)
E não é porque o primeiro-ministro e a ministra do Interior [britânicos]
são descendentes de imigrantes e este seja um dos governos mais diversos de
sempre que o ataque aos imigrantes é menos violento.
(…)
[Gary Lineker transformou-se] no rosto contra uma lei
que viola grosseiramente convenções internacionais dos direitos humanos.
(…)
Os campos de concentração não são a origem do nazismo, mas o
resultado de um longo processo de desumanização das minorias.
(…)
Já percebemos que não será a direita democrática a pôr-se no
caminho [da xenofobia].
(…)
As pressões políticas sobre a BBC levaram o canal público a
exigir que Lineker se retratasse.
(…)
Como o antigo internacional se recusou, a BBC suspendeu o
programa.
(…)
[A BBC] acabou, por fim, por
rever a sua posição, tal a reação generalizada à censura por posições políticas
tomadas no Twitter.
(…)
Uma direita fraca liderada por oportunistas dispostos a tudo
para se salvarem abre as portas ao que parecia impensável. É isso que faz
lembrar os anos 30.
Daniel Oliveira, “Expresso” online
(sem link)
Como se esperava, terminou sem acordo a reunião suplementar
entre o Ministério da Educação e os sindicatos.
(…)
Numa palavra, passará a vigorar um normativo que só piora o
que já estava em vigor.
(…)
Aquilo
que o ministro agora apoda de “efeitos assimétricos” é uma epígrafe maliciosa
para uma ideia racionalmente sem nexo e eticamente desprezível.
(…)
João
Costa vai entrar, mais uma vez de má-fé, numa negociação viciada, porque já tem
o resultado antecipadamente determinado, qual seja distribuir umas migalhas a
uns e discriminar os restantes.
(…)
Duas
sondagens recentes e a observação simples dos factos expõem o fracasso da
estratégia de manipulação da opinião pública promovida pelo Governo.
(…)
A sua [de João Costa] política ruinosa
avançou e um péssimo decreto-lei vai ser aprovado num Conselho de Ministros
inerte ante a destruição do sistema nacional de ensino e da escola pública.
(…)
A
união genuína dos professores e a abnegação com que se entregaram a manifestar
publicamente a sua repulsa pelas políticas nefastas de que são vítimas não
demoveram um ministro desumano e incompetente.
(…)
Que
bela lição dariam os professores a João Costa se o deixassem a falar sozinho
com o diploma que vai levar a Conselho de Ministros e nem um só dos contratados
concorresse à pérfida vinculação dinâmica!
(…)
[Noutra vertente], a realização das provas de aferição em
suporte digital é um processo que (…) não passa de uma iniciativa de
novos-ricos irresponsáveis.
(…)
Sendo
a utilização do digital desejável e incontornável, não deve ser impulsionada
por dogmas políticos, antes com a consideração dos avanços científicos no
domínio das neurociências, particularmente da psicologia cognitiva.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
[A] primeira mulher negra [Ossanda Liber] a liderar um partido de
direita em Portugal, afirma no manifesto que apresenta que “o interesse
coletivo sobrepõe-se às querelas políticas”, como se a reunião de 7600
assinaturas para a formalização do Nova Direita não significasse, por si só, um
ato político.
(…)
Mas
que [Ossanda Liber] fez questão de usar o 8 de março, para colocar
na sua agenda que era ela a nova chave a abrir a porta da direita a imigrantes
e emigrantes, lá isso fez.
(…)
Até
que ponto faz sentido uma mulher negra apresentar à comunidade radicada em
Portugal originária ou com origens nos países africanos lusofalantes uma
proposta política de direita como resposta aos problemas e expectativas desta
permanentemente olvidada comunidade.
(…)
Facto
é que em 2023 a comunidade afrodescendente continua a braços com os mesmíssimos
problemas que em 1993, sem que aparentemente algo tenha mudado.
(…)
Como
pode um partido ideologicamente de direita colmatar a invisibilidade de
comunidades com as quais, e no seu ideário, o Estado não prioriza o
estabelecimento do Contrato Social?
(…)
[A chamada Nova Direita e a sua líder pretendem
implementar] uma estratégia de economia de mercado que nunca acudiu os
mais desfavorecidos, antes legitimou a força, a ocupação, a colonização e o
capitalismo.
Ulika da Paixão Franco, “Público” (sem link)
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