quarta-feira, 15 de março de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (45)

 
A repetição ou até a invenção de novas condições que geram os colapsos financeiros e os contágios que provocam não é o resultado de um espírito maligno, mas antes o efeito do funcionamento do próprio mercado.

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O presidente do Silicon Valley Bank (SVB), (…) tinha assento na administração do Banco da Reserva Federal de São Francisco, que é parte do banco central norte-americano.

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A falência do SVB, que é a segunda maior falência bancária da história dos EUA, o encerramento do Silverbank e a resolução do Signature foram provocados por dois efeitos convergentes e ambos são riscos que atingem outras instituições, isto não fica por aqui. 

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Ontem [leia-se segunda-feira], o valor das acções do 14.º banco dos EUA, o First Republic, caiu mais de 60%, o mesmo aconteceu com bancos menores.

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O segundo efeito, e é o que terá um impacto ainda mais difícil de antecipar, é o medo da queda dos criptoativos.

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A criptomania provocou tal entusiasmo em Portugal que o governo se bateu como um leão para oferecer benefícios fiscais, na esperança milagrosa de que o nosso país à beira-mar plantado se tornasse um criptoparaíso.

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Nos quatro anos seguintes ao colapso financeiro de 2008 faliram nos EUA 465 bancos e alguns dos maiores foram vendidos, vários ao desbarato. 

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O efeito na Europa e noutras partes do mundo foi devastador.

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Talvez convenha não esquecer que houve um distinto Presidente da República portuguesa que nos garantiu, poucos dias antes da morte do BES, que estava tudo bem e que não podia acontecer nada.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

[Os conservadores britânicos] apresentaram um plano musculado que suspende, na prática, o direito de asilo.

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A proposta prevê a detenção dos filhos de refugiados e é o paraíso para as redes de tráfico sexual e exploração.

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Enquanto houver guerra, miséria e fome as pessoas fugirão para onde haja paz, prosperidade e abundância.

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Em 2022, os ingleses receberam 75.000 pedidos de asilo, os alemães quase 250.000.

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Há anos que associam imigrantes e refugiados a desemprego, criminalidade, problemas do serviço público de saúde (NHS) ou da segurança social.

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A saída da UE não resolveu o “problema”, mas o bode expiatório continua a funcionar para justificar o falhanço económico, social e político dos conversadores.

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Grande parte da direita europeia resolveu esse problema absorvendo o discurso xenófobo.

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E não é porque o primeiro-ministro e a ministra do Interior [britânicos] são descendentes de imigrantes e este seja um dos governos mais diversos de sempre que o ataque aos imigrantes é menos violento.

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[Gary Lineker transformou-se] no rosto contra uma lei que viola grosseiramente convenções internacionais dos direitos humanos.

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Os campos de concentração não são a origem do nazismo, mas o resultado de um longo processo de desumanização das minorias.

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Já percebemos que não será a direita democrática a pôr-se no caminho [da xenofobia].

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As pressões políticas sobre a BBC levaram o canal público a exigir que Lineker se retratasse.

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Como o antigo internacional se recusou, a BBC suspendeu o programa.

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[A BBC] acabou, por fim, por rever a sua posição, tal a reação generalizada à censura por posições políticas tomadas no Twitter.

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Uma direita fraca liderada por oportunistas dispostos a tudo para se salvarem abre as portas ao que parecia impensável. É isso que faz lembrar os anos 30.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

Como se esperava, terminou sem acordo a reunião suplementar entre o Ministério da Educação e os sindicatos.

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Numa palavra, passará a vigorar um normativo que só piora o que já estava em vigor.

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Aquilo que o ministro agora apoda de “efeitos assimétricos” é uma epígrafe maliciosa para uma ideia racionalmente sem nexo e eticamente desprezível.

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João Costa vai entrar, mais uma vez de má-fé, numa negociação viciada, porque já tem o resultado antecipadamente determinado, qual seja distribuir umas migalhas a uns e discriminar os restantes.

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Duas sondagens recentes e a observação simples dos factos expõem o fracasso da estratégia de manipulação da opinião pública promovida pelo Governo.

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A sua [de João Costa] política ruinosa avançou e um péssimo decreto-lei vai ser aprovado num Conselho de Ministros inerte ante a destruição do sistema nacional de ensino e da escola pública.

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A união genuína dos professores e a abnegação com que se entregaram a manifestar publicamente a sua repulsa pelas políticas nefastas de que são vítimas não demoveram um ministro desumano e incompetente.

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Que bela lição dariam os professores a João Costa se o deixassem a falar sozinho com o diploma que vai levar a Conselho de Ministros e nem um só dos contratados concorresse à pérfida vinculação dinâmica!

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[Noutra vertente], a realização das provas de aferição em suporte digital é um processo que (…) não passa de uma iniciativa de novos-ricos irresponsáveis.

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Sendo a utilização do digital desejável e incontornável, não deve ser impulsionada por dogmas políticos, antes com a consideração dos avanços científicos no domínio das neurociências, particularmente da psicologia cognitiva.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

[A] primeira mulher negra [Ossanda Liber] a liderar um partido de direita em Portugal, afirma no manifesto que apresenta que “o interesse coletivo sobrepõe-se às querelas políticas”, como se a reunião de 7600 assinaturas para a formalização do Nova Direita não significasse, por si só, um ato político.

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Mas que [Ossanda Liber]  fez questão de usar o 8 de março, para colocar na sua agenda que era ela a nova chave a abrir a porta da direita a imigrantes e emigrantes, lá isso fez.

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Até que ponto faz sentido uma mulher negra apresentar à comunidade radicada em Portugal originária ou com origens nos países africanos lusofalantes uma proposta política de direita como resposta aos problemas e expectativas desta permanentemente olvidada comunidade.

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Facto é que em 2023 a comunidade afrodescendente continua a braços com os mesmíssimos problemas que em 1993, sem que aparentemente algo tenha mudado.

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Como pode um partido ideologicamente de direita colmatar a invisibilidade de comunidades com as quais, e no seu ideário, o Estado não prioriza o estabelecimento do Contrato Social?

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[A chamada Nova Direita e a sua líder pretendem implementar] uma estratégia de economia de mercado que nunca acudiu os mais desfavorecidos, antes legitimou a força, a ocupação, a colonização e o capitalismo.

Ulika da Paixão Franco, “Público” (sem link)


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