sexta-feira, 17 de março de 2023

CITAÇÕES

 
A recessão que se seguiu a esta bolha especulativa [de final da primeira década do séc. XXI] foi a primeira desde a 2ª Guerra Mundial que provocou a redução em termos absolutos do PIB mundial.

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Deve-se notar que a tal “coisa” impossível era estritamente o resultado do regular funcionamento do mercado.

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Os incentivos funcionaram como deviam: os agentes imobiliários vendiam casas o mais caro possível a famílias pobres e recebiam imediatamente a comissão descontada sobre o crédito.

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Os bancos emprestavam com uma hipoteca que, se fosse executada, sempre permitiria vender a casa por preço superior.

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Enquanto o preço da habitação subisse, o sistema prosperava e distribuía um manancial.

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No entanto, quando começou a descer dado o número de falências daquelas famílias, o sistema financeiro teve que registar perdas em catadupa e começou o pânico.

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A nova corrida ao ouro são os criptoativos ou as suas múltiplas ramificações, os NFT no mercado da arte, os espaços “imobiliários” ou “comerciais” no metaverso, os negócios de credulice nas redes.

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Este mundo empresarial puxado a adrenalina passou a ser uma gigantesca startup que vende ilusões e, se algum dia se usou o termo “capital fictício”, nem se poderia imaginar onde chegaria esta espécie de fantasia new age em que vivemos.

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[Se deixasse falir as empresas em dificuldades, o mercado recuperaria em poucas semanas] foi a solução aplicada pela administração Hoover em 1929 e a bolsa norte-americana só recuperou 25 anos depois.

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Depois da crise financeira de 2008 foi aprovado um novo sistema regulatório que, sendo deficiente, obriga as agências financeiras a regras mais estritas.

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Trump conseguiu anular parte dessas regras para os bancos regionais, criando aí um foco de incerteza agravada.

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[Dizem os detentores do perfil do liberalismo conservador] que a falência daqueles bancos é o resultado da “cultura woke”, o termo usado para catalogar as políticas que promovem a diversidade no emprego.

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É mesmo assim, no país mais poderoso do mundo os conservadores jogam ao quanto pior melhor, Murphy é o seu profeta.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia

 

[Teresa Pizarro Beleza escolhida pelo Governo para dirigir o Observatório do Racismo e Xenofobia] não tem um histórico relevante de investigação na área do racismo.

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O Governo escolheu propositadamente alguém com um percurso de relevo no feminismo e não no antirracismo, ponto.

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Desconhece-se a sua posição teórica e política em questões-chave nesta matéria [do racismo].

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O sinal que nos é dado com esta nomeação é que as “discriminações” são todas mais ou menos a mesma coisa e que as questões raciais têm menor complexidade que as de género constituindo-se como uma espécie de parente pobre dos movimentos e reivindicações sociais.

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A escolha de pessoas/sectores externos ao campo é um modo de exercer controlo à distância para que nada mude efetivamente.

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O combate ao racismo tem estado (mal) enquadrado na pasta das migrações, mesmo que sejam universos legais e populacionais distintos.

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Gostava, sobretudo, de ouvir uma discussão sobre como há nesta escolha para a direção do ORX uma manipulação do movimento feminista para com “legitimidade” ocupar o lugar e silenciar a voz das pessoas racializadas.

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O mesmo Governo que no Plano Nacional de Combate ao Racismo exorta instituições do Estado e do sector privado a implementar mecanismos de recrutamento e contratação promotores da diversidade falha, num momento crucial, em fazê-lo.

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Com esta opção sobre a direção do ORX, perdeu mais uma oportunidade de dar um sinal de compromisso e orientação às instituições e à sociedade em geral.

Cristina Roldão, “Público” (sem link)

 

Nas regiões do México onde o crime organizado impõe as suas regras violentas impera a omissão e o silêncio.

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O antropólogo social Claudio Lomnitz (…) está a estudar a violência em Zacatecas, um dos estados mexicanos com maior índice de crime organizado, nomeadamente a questão dos desaparecimentos.

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Em 2022, 109 mil pessoas desapareceram no México.

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As pessoas vivem aterrorizadas e “esse terror gera o silêncio, isto é, que as pessoas não se atrevam a falar, a denunciar, a discutir” porque lhes pode acontecer o mesmo.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

No estado australiano de Queensland, adolescentes podem ser metidos em solitárias, incomunicáveis durante dias e dias, mesmo por ofensas ligeiras.

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Esta semana soube-se que um jovem indígena de 13 anos passou 45 dos seus 60 dias de cadeia numa solitária, 22 deles seguidos, uma violação de direitos humanos.

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O jovem a quem chamaram “Jack” chegou a inundar a cela entupindo a sanita quando lhe foi negada água para beber, disse à BBC o seu advogado.

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Já em Fevereiro, outro caso em Queensland tinha originado ruído, quando outro jovem de 13 anos, com dificuldades cognitivas, passou 78 dias confinado numa cela durante 20 horas por dia.

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No entanto, ao invés de provocar a indignação generalizada, estes casos são recebidos maioritariamente em silêncio por uma comunidade que está a debater actualmente novas leis para criminalizar a violação das fianças por menores.

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[Preocupa] sobretudo os maus tratos contra os aborígenes e os melanésios do estreito de Torres: em 2021, havia 12 vezes maior probabilidade de serem presos neste estado do Noroeste australiano do que os não-indígenas.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

[Marcelo] não perde uma semana sem deixar claro que não fará cair o Governo enquanto não se trocarem as peças na liderança do PSD.

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É da sua profunda convicção que, mal por mal, fica como está. Adiamento.

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Podendo guardar silêncio sobre a reacção da Direita, seu hemisfério, ao convite dirigido ao presidente do Brasil, Lula da Silva, para discursar na cerimónia comemorativa do 25 de Abril no Parlamento, o presidente da República assume, uma vez mais, a farpa e o alvo: o PSD.

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Dificilmente encontramos tão forte posicionamento quanto a matérias de liberdade na sua ala.

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Marcelo mostrou que está na origem do convite a Lula.

Miguel Guedes, JN


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