(…)
É um dos pilares do exercício da democracia.
(…)
[Na escola] transportamos o horizonte de esperança e a
confiança num mundo com liberdade para voar e para erguer bem alto as “asas do
desejo”.
(…)
Quando
dizemos que “a lutar também estamos a ensinar” é exatamente esse o sentido
educativo de que as conquistas se alcançam conquistando que queremos proclamar.
(…)
Deixem-nos ser professores e focar toda a atenção nos alunos,
razão de ser da nossa profissão.
(…)
Com o
25 de Abril e a consolidação da escola pública, retiramos o país do atavismo e
dos vergonhosos índices de analfabetismo.
(…)
Demos um enorme salto qualitativo de frequência da escola, de
formação cívica, de nível académico.
(…)
Formámos um povo com direitos, com oportunidades, com
igualdade.
(…)
Foram,
e são, os professores os obreiros deste processo, porque todos passam pelos
bancos da escola e aí se formam enquanto pessoas e se preparam para o exercício
das suas profissões.
(…)
Por
isso, quando invocamos e exaltamos a palavra "Respeito", ela exprime
um sentimento coletivo de ingratidão para com as gerações de professores que
criaram, consolidaram e consubstanciaram a escola pública e o que ela
representa.
(…)
Perante
este processo reivindicativo nunca visto – no tempo, no modo e na adesão – o
ministro responde com ausência de respostas, com a falta de propostas e com a
desfaçatez de que tudo está a decorrer com normalidade e em negociação.
(…)
Como é que um governo não reage, não cede, não percebe
tamanha contestação?
(…)
[Com a imposição dos serviços mínimos] é o
direito à greve, constitucionalmente consagrado, que está em causa. É a
democracia, conquistada a muito custo, que está em causa.
(…)
Os
professores, que em uníssono afirmam perentoriamente que “Não Param”, mantêm a
luta com emoção e paixão sustentada numa racionalidade de estratégia.
José Maria Cardoso, “Público” (sem link)
[Cavaco], de uma assentada, criou mais estrondo com os seus
esfíngicos enigmas sobre a habitação do que Montenegro com refrões acerca da
sovietização mental de António Costa.
(…)
A martirologia do ex-Presidente é infindável e não há
discurso em que não lembre ao país agradecido que a “credibilidade” se exilou
com ele.
(…)
Mesmo não tendo construído as casas que anunciara, as
promessas cavaquistas valem sempre mais do que as dos que o seguiram na
artimanha dos powerpoints.
(…)
O essencial da política de habitação em Portugal é e tem sido
a construção pela especulação, que só pode estar agradecida.
(…)
Esta, como não podia deixar de ser, aposta no que dá mais
lucro, as casas mais caras a serem vendidas a estrangeiros ou a quem tenha
grandes posses.
(…)
[Não há outro objetivo senão] fazer subir o preço da
habitação.
(…)
Quando Moedas inaugura uma residência para estudantes, com
quartos de 12m2 a 695 euros e de 15m2 a 1096 euros, está a cumprir a sua obrigação
para com o mercado, que é de autorizar e estimular a subida dos preços.
(…)
A cidade é para os ricos, os pobres que se lixem, os
estudantes forasteiros são indesejáveis se não vierem de carteira recheada.
Francisco Louçã, “Expresso” online
Num outro hemisfério a guerra que opõe a Federação Russa à
Ucrânia corre televisionada da Europa à América do
Norte.
(…)
Não há
outras guerras, não há outras vítimas, não há outras vozes, há uma emergência:
a ucraniana, a sagrada vítima de guerra.
(…)
Para lá de Kiev não há humanos clamando por direitos humanos.
Surdos na Europa, surdos na América, surdos pelo mundo.
(…)
De
África a indignação marcou o passado dia 20 de março, após o apelo à
manifestação que pretendeu juntar vários países africanos
num sinal de que a revolução está em marcha.
Ulika da Paixão Franco, “Público” (sem link)
Em
muitas localidades, o banco era, como a farmácia e o posto dos correios, um dos
poucos serviços ao dispor da comunidade.
(…)
As
deficiências de serviço que se sentiam aqui e ali, crescendo a pouco e pouco,
tornaram-se enormes, caindo em catapulta sobre todos.
(…)
E a subida das taxas de juro desmistificou qualquer dúvida e
intensificou a insatisfação de clientes e trabalhadores.
(…)
O universo de clientes da banca desespera quando precisa de
resolver um problema, do mais simples ao mais complexo.
(…)
O
banco que sempre o serviu já não existe, enxota-o como um indesejado, um
incómodo, para a máquina, para a Internet, para o atendimento telefónico
impessoal.
(…)
[Entretanto] o seu balcão encerrou, o seu
gestor foi obrigado a sair do banco, depois de um processo tenebroso de
pressões e chantagens.
(…)
Numa década, a banca perdeu praticamente metade da sua força
laboral [de 54.255 bancários em 2012 para os atuais 25.247].
(…)
Só em 2022 [se verificou uma] saída de
"quase" dois (1,7) bancários por dia.
(…)
Relativamente
aos balcões, a redução foi igualmente brutal: na mesma década, diz a APB, o seu
número para passou de 5932 para 1879.
(…)
Em
2022, os mesmos cinco bancos – CGD, Santander Totta (BST), Novo Banco, BPI e
Millennium BCP – diminuíram a estrutura em 104 pontos de atendimento.
(…)
As comissões cobradas dispararam, na ordem dos dois dígitos.
(…)
Pelo contrário, a taxa de juro nos depósitos não “descola”.
(…)
Os
bancos, pelo contrário, registaram lucros recorde. Em 2022, e se juntarmos ao
grupo dos maiores o Montepio, a verdade é que o conjunto lucrou, em média, sete
milhões de euros por dia (…) o que corresponde a
uma subida de 69,8%.
(…)
Os bancários que não foram dispensados (…) laboram sob
ritmos intensivos e em horas extraordinárias não remuneradas para responder ao
excesso de trabalho e falta de efetivos.
(…)
E ao
longo dos anos, especialmente nos últimos, apesar do profissionalismo e
abnegação demonstrados, têm tido aumentos salariais insignificantes, com enorme
perda de poder de compra.
(…)
A
banca quer a economia a crescer porque lhe traz negócio – e lucro, mais e mais
lucro. À custa dos clientes e dos trabalhadores.
António Fonseca, “Público” (sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário