(…)
[Um exército de
especialistas, arautos e gurus clamam a bondade da inflação] conjurando tragédias
imensas se este curso fosse impedido por uma absurda manutenção dos salários
reais.
(…)
A banca esfrega as mãos
com a margem que lhe é oferecida entre os juros minúsculos pagos aos depósitos
e os impostos ao crédito.
(…)
[O Governador do BP
avisa que] os salários não podem crescer, pois arrastariam uma inflação
perigosa que, curioso facto, continua a galgar.
(…)
[Centeno] já sugeriu
que 2% de aumento salarial seria o máximo aceitável, pois esse é o objetivo
declarado da inflação lá nos comités de sábios que estudam o assunto.
(…)
Se a perda de salário
real em 2022 e 2023 não for pelo menos de um mês de vida o país estaria
condenado aos infernos dos preços.
(…)
Tudo se resume a um
princípio: o salário é a variável de ajustamento para o aumento do lucro, que
garantirá a prosperidade e o investimento e a abundância de rios de leite e mel.
(…)
Não é tão fácil enganar
toda a gente durante todo o tempo e o Eurogrupo, em janeiro, lá teve que
conceder que havia margem para subir salários.
(…)
A 14 de fevereiro, a
Comissão Europeia lamentou-se sobre a desgraça do aumento dos salários, mesmo
que em nenhum país acompanhem a inflação.
(…)
Portanto, estamos
avisados: para que a economia prospere, é preciso que as pessoas percam.
(…)
[Estamos perante] uma
estratégia de preços para transferir rendimentos, neste caso para bancos e
fundos financeiros que dominam o mercado imobiliário.
(…)
O país treme e os
discursos sobem de tom para garantir que o povo aceita essa única lei, a da
subida dos preços.
(…)
[O Presidente bem o
sabe] que não haverá um único alojamento requisitado para arrendamento.
(…)
[O Governo] vem dizer
mansamente que há benefícios fiscais para os fundos financeiros, além de
propriedades a entregar aos construtores imobiliários.
(…)
Toda a política dos
vários governos, (…), tem uma única lógica económica e social, subir os preços.
João
Gomes Cravinho afirmou que Portugal assumiria as suas responsabilidades, caso
Putin entrasse no território nacional.
(…)
Podemos
imaginar o grande transtorno que será para Putin não poder viajar para Portugal perante este
aviso.
(…)
As
posições portuguesas no que respeita a relações internacionais vão sempre no
mesmo sentido, ou seja, escolhemos um lado.
(…)
Fomos
anfitriões de uma cimeira nos Açores que constituiu uma mera formalidade para a
guerra [do Iraque] que já estava decidida.
(…)
Os quatro
intervenientes na cimeira – Bush, Blair, Aznar e Barroso – acabaram mais tarde
por reconhecer que elas [armas de destruição maciça] não existiam.
(…)
No ano
seguinte ao do início da guerra, Kofi Annan, secretário-geral da ONU, disse que
ela era ilegal.
(…)
Claro
que nunca existiram quaisquer consequências para os quatro líderes políticos
que a desencadearam.
(…)
Quem se opõe ao chamado
“imperialismo dos Estados Unidos” é minoritário na comunicação social, nas
redes sociais e no café da esquina.
(…)
Reconhecer
isto [que a expansão da NATO em direção à Rússia foi um erro] não
significa que se considere que a invasão seja legítima ou que esteja
justificada.
(…)
A China estabeleceu
vários acordos com a Rússia e mais entendimentos estão na calha entre países
africanos, asiáticos e sul-americanos.
(…)
A
ideia de Putin estar isolado está declaradamente ultrapassada.
(…)
Os
Estados Unidos estão a perder terreno e não são boas notícias.
(…)
Há um
cansaço internacional do imperialismo americano e do que resta do colonialismo
europeu.
(…)
A China e a Rússia
marcam presença junto desses países [africanos] e aumentam a sua influência num
momento que pode ser de viragem.
(…)
Fazer
parte do eixo euro-atlântico já nos levou a participar em atrocidades. Mas
estávamos no lado do poder.
(…)
Claro
que continuamos a agir como se assim não fosse.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Não há nenhuma reforma estrutural que alargue a já notória
falta de espaço para coabitação que primeiro-ministro (PM) e presidente da
República (PR) ainda vão fingindo ter.
(…)
Marcelo não dissolverá o Parlamento enquanto (e se) não
encontrar as condições políticas na oposição à direita do PS para erguer uma
alternativa clara e vencedora a António Costa.
(…)
Ainda que longa se torne a espera, é mais do que claro que a
falta de paciência de ambos é o denominador comum que acompanha uma simples
questão de tempo.
(…)
As críticas têm subido de tom e, onde antes havia dúvidas,
agora encontram-se certezas.
(…)
O ar que ainda não é irrespirável é mera circunstância que o
reaparecimento de Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva antecipa.
(…)
Marcelo continua a olhar para Montenegro, porventura com
injustiça mas sem mágoa, como um mero residente temporário em alojamento local.
A esperança depositada
pela esquerda chilena no seu Presidente, Gabriel Boric, que se fez líder
político nos protestos de rua, vai-se desfazendo a pouco e pouco.
(…)
A Next
Minerals quer extrair [no projecto mineiro de Comahue] 58.500
toneladas mensais de cobre de jazidas subterrâneas durante oito anos.
(…)
“Comahue
é um erro”, reconhece Catalina Pérez, deputada e líder da Revolução Democrática, formação
política do arco de governação.
(…)
Diz a política eleita
por Antofagasta em conversa com a
Antofagasta TV, deveria ter-se tido em conta aquilo que o Chile já exige à
região.
(…)
“Zonas de sacrifício” é uma expressão usada
para classificar áreas destinadas a indústrias altamente poluentes que ali se
concentram para conter os seus efeitos nocivos no meio ambiente.
(…)
Normalmente, calham em
áreas onde vivem pessoas mais pobres, que não têm meios, nem capacidade de
influência para evitar que essas empresas aí se instalem e as condenem a uma
existência de poluição e doenças.
(…)
O Chile, grande exemplo do
ultraliberalismo e muitas vezes mostrado como caso de sucesso no continente,
tem cinco grandes zonas de sacrifício.
António
Rodrigues, “Público” (sem link)
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