sábado, 4 de março de 2023

MAIS CITAÇÕES (222)

 
Os esperados resultados da política anti-inflacionista já se fazem sentir, com um aumento ainda ligeiro, mas continuado, do desemprego nos últimos cinco meses.

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Os “casos”, especialmente os que envolvem indemnizações, abalam os alicerces do poder de Costa junto de quem conta dinheiro para comer.

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Estranho é que o PSD não suba [nas sondagens].

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Se é para chamar “comunista” a Costa, atacar a imigração e surfar cada caso até à exaustão, o Chega e a IL dão conta do serviço.

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[O PSD não cresce porque] não conquista os que decidem quem ganha: um voto pouco ideológico.

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[Os] nostálgicos do tempo em que fomos infelizes, refugiam-se no sebastianismo [leia-se passismo]. 

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Será que volta? Estão bloqueados em 2015.

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[Em 2015] toda junta, a direita teve 38%, o seu segundo pior resultado em legislativas até [então].

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Passos foi copiosamente derrotado e, mesmo coligada, a direita nunca poderia governar contra a vontade, expressa em votos no PS, BE e PCP, da maioria dos portugueses (51%). 

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[Passos] saiu do Governo com altos níveis de impopularidade, que se confirmou nas autárquicas, dois anos depois.

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A incompreensão das feridas profundas que Passos deixou na sociedade portuguesa, incluindo nos mais despolitizados, denuncia a bolha em que a direita está enfiada.

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O que o país viu foi um Governo incapaz de levantar voz, que prometia ir para lá da troika, que dizia que o Memorando era o seu programa e que mandava portugueses emigrar.

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Passos limitou-se a receber dos decisores políticos europeus o acesso a mais crédito, aumentando a dívida.

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Para lá do discurso castigador que só aumentou a revolta, [Passos] foi um ator passivo naquela crise.

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Da reforma do Estado ficaram 112 páginas em letra corpo 16, de Paulo Portas, e medidas irracionais.

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Passos, esse, deixou memórias profundas na miséria imposta e na humilhação celebrada.

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É aflitivo ver Fernando Medina festejar, perante um país martirizado pela inflação e as taxas de juro, a redução histórica da dívida pública, os excedentes orçamentais e um aumento do PIB sem tradução na vida dos portugueses.

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Como Medina e Costa não se limitaram a renegar a ‘geringonça’, estão mesmo a recuperar o discurso de Passos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Dos plásticos nos oceanos à acumulação de têxteis e resíduos eletrónicos, os lixos, ou mais corretamente, os resíduos urbanos (RU) tornaram-se um pesadelo absoluto.

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[Há que] reintegrar nos ciclos produtivos tudo aquilo que erradamente era considerado de deitar fora, como se o planeta tivesse um ‘fora’ que não fosse um ‘dentro’ também, e que acaba tarde ou cedo a afetar-nos o ambiente e a saúde.

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No caso português, basta pensar (…) no facto de cerca de metade desses resíduos (48%) irem parar aos aterros, ultrapassando em muito a média europeia (29%).

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Sem criar um ânimo público generalizado, advertido e empenhado para a economia circular, não inverteremos o balanço negativo da situa­ção e todos seremos vítimas dela.

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Por isso mesmo medidas aparentemente modestas revestem-se por vezes de enorme significado. 

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[No país interior] acontecem por vezes coisas extraordinárias, como ver uma população quase toda idosa levantar uma festa inteira com aquilo que tanta gente inconscientemente deita fora [como sucedeu em Lavacolhos].

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

O relatório do Congresso Americano sobre a insurreição de 6 de Janeiro devia ser de leitura obrigatória para todos os políticos europeus e, por maioria de razão, para os portugueses.

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Esse processo de radicalização está em curso em Portugal e não é simétrico: manifesta-se na direita com grande agressividade e não tem paralelo à esquerda.

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Nos EUA é a mesma coisa, não é o Black Lives Matter que pode ser comparado ao ascenso do trumpismo e à sua consolidação num dos grandes partidos da democracia americana.

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[Em Portugal] as “ruas” são moderadas e as greves são aquilo para que o seu direito serve de garantia.

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Mas a reacção pavloviana a eventos como o convite a Lula ou a legislação sobre a habitação são, no seu imediato excesso, de uma agressividade que impede pela sua natureza qualquer negociação e compromisso.

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Neste último caso, a melhor maneira de perceber o excesso é a leitura do que diz sobre a propriedade não Karl Marx, mas o catecismo da Igreja Católica.

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Voltando ao relatório da insurreição de 6 de Janeiro em Washington, o que é igualmente preocupante é que 40% dos eleitores americanos não mudaram um átomo a sua posição, incluindo sobre Trump apesar de no relatório ser mais do que claro que houve de facto uma insurreição, cujo primeiro objectivo era impedir a posse do Presidente que ganhou as eleições.

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No relatório abundam os testemunhos de que Trump e os seus fiéis na Casa Branca e no Partido Republicano sabiam muito bem que tinham perdido as eleições e que não havia qualquer fraude eleitoral.

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Se a Justiça americana proceder como deve, levando a tribunal não apenas os personagens menores, mas Trump, a insurreição ficará para trás, mas a radicalização do Partido Republicano, com Trump ou sem Trump, está para ficar.

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A este processo de radicalização não são alheios nem os media tradicionais.

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As teorias conspirativas do QAnon (…) tem hoje livre curso no Partido Republicano.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Vezes sem conta, os salários dos trabalhadores têm sido acusados, falsamente, de serem responsáveis por despedimentos e encerramentos de empresas, por bloqueios à competitividade, por criação do vício de se "viver acima das possibilidades", por espirais inflacionistas.

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[Então, percebe-se que] os primeiros disparos do poder económico e do poder político, em nome da resolução dos problemas, sejam feitos exatamente sobre os salários.

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É sabido que os salários estão a sofrer forte perda (em valor real) e a inflação continua elevada. 

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Parece que aqueles banqueiros [do BCE] admitem agora "que as margens de lucros das empresas tinham aumentado, quando, por via do aumento de custos, deveriam estar a diminuir". 

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Somos governados por estes sociopatas (…) antissociais e agressivos porque causadores de desigualdade profunda, de sofrimento e pobreza.

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O poder político instala-os nas funções (…) e retira-se de responsabilidades atribuindo-lhes "total independência". 

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Mesmo quando têm provas da responsabilidade dos poderosos, continuam a disparar sobre os mais frágeis.

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Mas as grandes companhias de quase todos os setores estão a acumular lucros, em muitos casos pornográficos.

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É criminoso continuarem a sacrificar os salários, as pensões de reforma e as políticas sociais. 

Carvalho da Silva, JN


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