quarta-feira, 24 de maio de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (54)

 
Com vidas sobreocupadas pelo emprego, há quem não tenha tempo para esse outro trabalho, laborioso, que é sermos humanos. 

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[Há muitas] expressões da exaustão dos laços de cuidado e da necessidade desesperada de contacto humano.

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Esta tecnologia de apoio à distância [a teleassistência] permite que pessoas mais velhas e com algum grau de dependência possam permanecer na sua casa com a segurança de um contacto disponível 24 horas por dia.

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[Contudo, havia pessoas que] carregavam no botão, as mais das vezes, apenas para ouvir alguém do outro lado. A sua emergência era, acima de tudo, falar - e ouvir outro ser humano.

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São só dois sintomas de um fenómeno mais profundo que talvez devesse sobressaltar-nos, [a indisponibilidade para relações humanas mais profundas].

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É preciso virar este mundo do avesso e mudarmos de vida.

José Soeiro, “Expresso” online

 

[Marques Mendes], munido de “um estudo”, que disse ter recebido da Casafari, foi lesto a anunciar que o número de proprietários que pretendem vir a arrendar caiu a pique desde que o Governo anunciou o pacote da habitação. 

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[Referia-se] a uma suposta e eventual vontade de arrendar, no futuro. 

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Sei quem são os financiadores da Casafari, pois estão no seu site, e isso basta para perceber que estão muito longe de ser uma parte desinteressada no debate.

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[Os investidores da Casafari] vivem, lucram e crescem quanto maior for o valor imobiliário e a inflação dos preços neste mercado.

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Como boa parte da direita recusa a função social da propriedade (…), a necessidade de mais construção tornou-se a panaceia para a crise de habitação. 

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Assim é a conversa que a crise da habitação em Portugal resulta de uma crise de produção e que, voltando ao ritmo de construção de há duas ou três décadas os preços voltarão a descer. 

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[Há uma] concentração da oferta nos segmentos mais lucrativos do mercado, inflacionando, por arrasto, os preços das casas de segmentos mais baixos.

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Devia causar estranheza a necessidade de reforçar o ritmo de construção no terceiro país europeu com maior número de fogos por mil habitantes (579).

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Das quase seis milhões de propriedades 723 mil estão vagas, de acordo com o INE, um valor que, a ser verdadeiro, não tem paralelo em qualquer país europeu, e 100 mil estão no alojamento local.

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[A construção de novas casas pode servir] essencialmente como um instrumento de rentabilização financeira.

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Na Polónia, o segundo país que está a construir mais casas novas, o preço das habitações está a crescer mais do que no nosso país.

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O stock de casas existente conta tanto, ou mais, do que a nova construção, até porque não tivemos, durante décadas, reabilitação.

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A inflação na construção civil, com a pandemia e a guerra na Ucrânia, torna os preços das novas casas muito pouco compatíveis com as carteiras nacionais.

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Com estes preços [elevados] de construção é normal que os empreendimentos que vemos nascer estejam nos segmentos “premium”, fugindo das classes médias nacionais.

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É irrefutável que, em Portugal, se construiu muito menos na última década do que nas três anteriores.

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A viragem do século é o momento-chave do Plano Especial de Realojamento, que construiu cerca de 40 mil casas públicas para acabar com as barracas nas áreas metropolitanas.

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E o modelo em que os bancos financiavam operações imobiliárias das construtoras civis (…) ruiu com as imparidades monstruosas geradas e com a queda do Banco Espírito Santo.

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A consequência indireta dessa crise foi a falência massiva de empresas de construção civil.

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Em 2008 tínhamos 385 mil pessoas a trabalhar no setor, de acordo com números do Banco de Portugal, e em 2021 não eram mais de 321 mil.

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Numa década, o setor da construção civil passou de quase 20% da economia, um valor similar ao que teve durante toda a década anterior, para ficar abaixo dos 10%.

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Dizer que temos de construir ao ritmo da viragem do século, ignorando o stock entretanto criado (…) é responder a um problema criando outro.

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A questão é que a nova construção, sem regulação do setor com medidas como suspensão do Alojamento Local ou a diminuição casas devolutas, pouco ou nada irá fazer para descer os preços.

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Nova construção pode resolver o problema de falta pontual de casas em algumas zonas do país, mas nada faz, por si, para a resolução do problema central: o seu custo. 

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É preciso acelerar a construção de habitação pública, onde temos um vergonhoso parque de apenas 2% no país, garantindo arrendamento acessível para jovens e famílias de classe média.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

Independentemente das sensibilidades partidárias, é impossível que os portugueses atentos à vida pública não sintam uma profunda inquietação com o estado do nosso sistema de ensino e com o futuro dos alunos.

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Os concursos de colocação de professores, que acabam de ocorrer, vão prejudicar os docentes, vão piorar o já atribulado funcionamento das escolas e gerar uma nova vaga de abandono da profissão.

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Já se viu o suficiente para dizer que as provas de aferição em formato digital redundarão num grande fiasco.

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Será aceitável submeter a provas de aferição em formato digital alunos do 2.º ano da escolaridade básica, sem competências sólidas de leitura e escrita, de caligrafia titubeante porque a sua motricidade fina ainda lhes coloca problemas de manuseamento de um instrumento de escrita?

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Paralelamente, a 15 de Maio, os responsáveis pelos exames da zona norte, centro e Lisboa demitiram-se, criando assim dificuldades à realização dos exames nacionais.

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A competência leitora dos nossos alunos do 4.º ano da escolaridade básica, apurada nos resultados do PIRLS 2021, recentemente conhecidos, vem a piorar desde 2011
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Na senda do que já tinha acontecido em 2018, os juízes da 4.ª Secção do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) consideraram ilegais os serviços mínimos aplicados às greves dos professores
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Nada que os professores e as suas organizações sindicais não tivessem já dito, desde o início do contencioso.

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Tomara eu que estas linhas ajudem os mais ausentes a perceber como age e como reage o ministro da Educação, que se diria refém de uma qualquer peça de Ionesco, tantos são os absurdos em que se enleia.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

Eu continuo com a mesma posição que estava antes. 

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Eu estou a tentar, com outros países, com a Índia, a China, a Indonésia e outros países, construir um bloco para tentar construir uma política de paz no mundo. O mundo não precisa de guerra.

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O mundo está a precisar de paz, de tranquilidade, para que o mundo volte a crescer para distribuir riqueza para o povo pobre.

Lula da Silva, CNN (sem link)


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